por CARLOS VILARINHO
especialmente para o
Mundo Botafogo
sócio-proprietário e
historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
[A narração que se segue reporta-se
ao ano de 1961]
Na
tarde de quarta-feira, nos exercícios de chute, o juvenil Iroldo mandou a bola
por cima do muro de General Severiano. Alguns sócios começaram a vaiá-lo. Paulo
Amaral parou o treino. Dirigiu-se até à
lateral e avisou que, se tais manifestações se repetissem, ele iria exigir que
se retirassem, pois não admitia que hostilizassem os jogadores dentro do
próprio Clube. Caso não saíssem por bem, ele os poria para fora. Brandão Filho
gritou para o treinador:
–
“Venha cá! Também não admito que fale desta maneira a sócios do Clube”.
Paulo
Amaral reagiu:
–
“Eu é que não admito que o senhor grite comigo. Falo o que quiser, estou com a
razão e, na minha frente, durante um treino, ninguém vaia jogador do Botafogo”.
Brandão
Filho encerrou o diálogo:
–
“Pois se considere demitido”. Paula Amaral deu-lhe as costas e reiniciou o
treinamento.
Mais
tarde, […] às 15h30, […] recebeu um ofício do Departamento Técnico,
avisando-o para transferir o comando do time a Marinho, pois fora afastado até
segunda ordem. […] Paulo Azeredo […]
ouviu Brandão Filho: “Ou ele ou eu”.
Depois, ouviu o técnico. Contrariado, mas em nome da hierarquia (Lacerda diria
“autoridade”), Azeredo confirmou o afastamento, mas ofereceu a Paulo Amaral o
seu sítio, em Friburgo, para que ele descansasse até ao final do mês, pois
pretendia contornar o problema. Paulo Amaral sabia que o subdiretor não
recuaria e recusou. […]
Paulo
Amaral então rescindiu amigavelmente o contrato.
Fonte do excerto: VILARINHO, C. F. (2016). O Futebol do Botafogo 1961-1965. Edição
do Autor: Rio de Janeiro, pp. 40-42.
LOCAIS DE AQUISIÇÃO
DA OBRA: É distribuída pela Editora e
Distribuidora Mauad X (ver portal) e pode
ser adquirida nos portais das grandes livrarias do Brasil, na Internet, e nas suas lojas, como, por exemplo,
a Livraria da Travessa e a Livraria Pontes. Também pode ser adquirido na
tradicional Livraria Folha
Seca, na Rua do Ouvidor nº 37.
Sem comentários:
Enviar um comentário