Clarice
Lispector, botafoguense de corpo e alma:
“Eu
tinha me dado toda ao Botafogo, inclusive dado a ele minha ignorância apaixonada
por futebol.”
por SÉRGIO SAMPAIO
Poeta do Mundo Botafogo
Rio de Janeiro, 11.11.2019
Calma, mui calma, ela andou por
minh’alma, deixei,
Levando-me a vagar pelos mares
nunca dantes,
A mim, revelados, de sargaços
perigosos…
Realmente arrisquei-me, no primo
encontro, dei,
Inteiro, meu volúvel coração das
estantes
Corroídas por ácidos dela em meus
despojos
E, confesso, muitíssimo mais me
compliquei!
Li-a como se lê carinhosa sentença,
Imprevisível quando, dominando as
palavras,
Surge, claríssima, tão suave
assim, tão tensa,
Passeando calmamente pelas, dela,
lavras,
Estrangeiro efeito neste viver de
atitudes,
Com passaportes temporários das
mil viagens…
Tem alguma que, por vezes, são
almas em “nudes”,
O ser ou não ser não é a questão e,
sim, margens,
Rasguei outros livros, são puras,
meras bobagens…
2 comentários:
É um belíssimo acróstico! Dentre tantos e tantos poemas teus de qualidade inquestionável, esse que dedicas à Lispector me tocou a alma:forte e suave a um só tempo, como a própria Clarice.
Parabéns, amigo.
Concordo inteiramente! Se eu fosse obrigado a ter que escolher 5 de entre todos os excelentes acrósticos do poeta, certamente que estaria entre os 5.
Beijos gloriosos à cronista e abraços gloriosos ao poeta!
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