domingo, 23 de fevereiro de 2020

Série: Pensamentos (44)

6 comentários:

Sergio disse...

Ruy, aí vai uma sugestão de pensamento: "se as leis de Nuremberg fossem aplicadas, todos os presidentes americanos pós-guerra seriam enforcados" Noam Chomsky. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Sergio, em minha opinião, o que Chomsky disse sobre os presidentes americanos tem imenso fundo de verdade no que respeita a política externa, já que apesar de o país viver em democracia política, os presidentes desenvolvem políticas externas execráveis há décadas. Todavia, o mesmo raciocínio se pode aplicar às políticas externas da Rússia e da China e a todos os seus presidentes. América, China e Rússia, na ânsia do poder político e económico, igualam-se no prejuízo aos sonhos de um mundo mais tolerante, menos desigual e mais humano.

Nem consigo distinguir o que é de esquerda ou de direita - só sei que é mau, muito mau. Sei que a concepção do sistema capitalista original foi desvirtuado pelos liberais e neoliberais e a conceção do sistema socialista foi desvirtuado pelos stalinistas e maoístas. Muito eu poderia escrever sobre as forças ocultas e não ocultas que dominam o mundo e instalam os seus interesses por toda a parte, sem ideias gerais verdadeiramente progressistas, desde Trump's a Jong-un's, de Putin's a Jinping's, de Maduro's a Bolsonaro's, enfim, não há continente que escape, mas este é um assunto complexo demais para debater aqui.

Não é à toa que os melhores países do mundo (Noruega, Suíça, Suécia, Holanda, Dinamarca, Islândia, Canadá, Austrália, Nova Zelândia…) têm sido governados por concepções económicas mistas e respeito pela diversidade humana, quer progressistas de direita quer progressistas de esquerda. A Alemanha à direita (modelo ordoliberal) e a Suécia à esquerda (modelo socialismo democrático / socialdemocracia) são grandes exemplos de como é possível viver-se bem desde que haja uma visão progressista da sociedade nas sua smúltiplas vertentes.

Um grande abraço.

Sergio disse...

Ruy, concordo completamente com suas palavras, apenas achei interessante citar esse pensamento de um cidadão americana que mostra que esse estória de que o eua são os guardiões da liberdade no planeta é uma falácia que é repetida incessantemente pela mídia corporativa e políticos oportunistas. O imperialismo é execrável, seja lá de que lado venha, e cá prá nós, as chamados países civilizados são responsáveis pela miséria em grande parte do planeta, em especial nos continentes africano e asiático. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Sergio, as maiores potências mundiais costumam ser guardiãs de... si mesmas! Têm muitas responsabilidades com o que se passa. Ultrapassados os tempos do colonialismo territorial faria sentido outra política, mas o colonialismo económico e político já tomou o seu lugar com políticas talvez ainda mais miseráveis que fazem morrer pessoas aos milhões por via da guerra, da fome e da doença. No entanto, muitos dos países mais desenvolvidos, cuja dimensão crítica não é de 'grande potência', mas de importância média no mundo, apoiaram sempre muito as causas contra o colonialismo antigo e moderno, moral e financeiramente (Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda...).

Os europeus ao retirarem-se abruptamente de África deixaram subitamente o vazio e o continente afundou-se, mas na Ásia, ao longo da história, os colonialismos são de lá mesmo, maioritariamente com origem na China e especialmente no Japão, mas também entre indianos, paquistaneses e povos vizinhos. O Japão foi sempre imperialista, quer nas guerras com os chineses (e ainda hoje os tratam com racismo) quer quando bombardearam covardemente a base americana de Pearl Harbour aliando-se ao Eixo do Mal Hitleriano. A China também influencia fortemente os seus vizinhos e tem uma mão pesadíssimo para matar os adversários políticos se necessário for. Já paranão falar na ex-Cortina de Ferro, dominada a ferro e fogo pelos soviéticos (e cujo comportamente continua insistente nesse sentido).

Enfim, muita coisa errada por toda a parte.

Do Japão prefiro mesmo é... o Honda!

Abraços Gloriosos.

Lúcia Costa disse...

Talvez o problema esteja no DEMAIS.
Sinceridade DEMAIS pode mesmo descambar para a arrogância. Normalmente as pessoas muito sinceras acabam extrapolando uma linha bem tênue e caindo no arrogância, no pedantismo.E mais : essas mesmas pessoas que usam e abusam do direito de serem excessivamente sinceras , não gostam de ouvir "sinceridades" a seu respeito. Ficam logo encrespadas. Faz parte das contradições do ser humano rsrs.

Beijos gostosos DEMAIS!😍

Ruy Moura disse...

Creio que o teu comentário é efetivamente realista e pertinente. Porém, assumo que mesmo retirando da frase o 'demais', a sinceridade choca num mundo que se articula e vive de mentiras - históricas e atuais - e de hipocrisias a toda a prova, desde as manobras de bastidores do topo político até às práticas do comum dos cidadãos.

Beijos não hipócritas.

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