Crédito: acervo.oglobo.globo.com.
por RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo
José Lucas, o ‘Servílio’, nasceu a
25 de setembro de 1929 [Fonte: Álbum de Figurinhas ‘Ídolos do Futebol
Brasileiro’], em Vargem Grande do Sul (SP), e faleceu a 30 de março de 2001,
aos 71 anos de idade, numa Casa de Repouso Horto Florestal, em São Paulo,
vítima de infarto agudo do miocárdio.
Servílio foi meio-campista, lateral-direito
e zagueiro, sendo forte na marcação e dominador no jogo aéreo. Era irmão de
Antenor Lucas, o ‘Brandãozinho’, que fez carreira na Portuguesa Santista,
Portuguesa de Desportos e Seleção Brasileira.
O apelido de José Lucas deveu-se
a uma extraordinária semelhança física com o famoso ‘bailarino’ Servílio de
Jesus no seu modo de andar, craque da equipe do Parque São Jorge, pai do
centroavante Servílio do Palmeiras.
O atleta iniciou-se em equipes amadores
da cidade de Campinas e aos 14 anos de idade jogava na equipe Vila Industrial. Em
1944 ingressou no Esporte Clube Mogiana, de Campinas, e depois rumou ao
Madureira (SP), na mesma cidade, ao Clube Atlético Piracicabano (SP), à Associação
Atlética Francana (SP) e chegou à Associação Atlética Ponte Preta (SP) em 1950.
Em 1951 Servílio ingressou no
Esporte Clube XV de Novembro de Jaú (SP), onde foi campeão paulista do
Interior, e o seu desempenho já era conhecido, pelo que no ano seguinte o
Flamengo já o tinha no radar das futuras contratações, o que ocorreu no início
de 1953.
Jogando inicialmente na posição
de meia-armador, Servílio acabou recuando no retângulo de jogo e assumiu
posições de cabeça de área, lateral-direito e zagueiro, evidenciando ser
polivalente em diversas posições e esquemas táticos.
No Flamengo, Servílio foi tricampeão
carioca em 1953-1954-1955, campeão carioca de Aspirantes em 1955 e conquistou
diversos torneios, mas em 1956, em plena reconstrução do Botafogo a caminho de
possuir equipes fabulosas, os dirigentes do Glorioso conseguiram contratar Servílio,
que jogou 107 partidas pelo Flamengo e marcou 2 gols.
Consta que se tratou, provavelmente, de uma das muitas superstições do Botafogo. No campeonato de 1948, que quebrou um jejum de 13 anos sem títulos cariocas, o Botafogo sagrou-se campeão com um ex-jogador do Flamengo – Pirillo – que, apesar da idade, foi uma peça chave no título. Então, na montagem do elenco botafoguense para novos títulos, optou-se por ir buscar Servílio ao Flamengo como amuleto, que veio a confirmar dar sorte.
Todavia, como o Flamengo não
admitia vender o jogador diretamente a um dos seus grandes rivais, fez-se um
esquema de Servílio ser inicialmente vendido ao Sport Club do Recife (PE), em
março de 1957, e 4 meses após ingressou no Botafogo, pelas mãos de Renato
Estelita, para se sagrar campeão de 1957.
Servílio estreou no Botafogo a 4
de agosto de 1957, pelo campeonato carioca, na vitória por 4x0 sobre o Canto do
Rio com gols de Nilton Santos, Paulinho, Édson e Didi. A equipe alinhou com
Amaury; Beto, Thomé, Servílio e Nilton Santos; Pampolini e Didi; Garrincha, Edson,
Paulinho Valentim e Quarentinha.
Logo no dia 1º de setembro
Servílio jogou pela primeira vez contra o seu antigo clube, pelo campeonato
carioca, no empate por 3x3 com gols de Quarentinha (2) e Paulinho Valentim. A
Botafogo alinhou com a mesma equipe titular que vencera o Canto do Rio.
No jogo do título de 1957 o
Botafogo goleou o Fluminense no dia 22 de dezembro, por 6x2, com gols de
Paulinho Valentim (5) e Garrincha. A equipe alinhou com Adalberto; Beto, Thomé,
Servílio e Nilton Santos; Pampolini, Didi e Quarentinha; Garrincha, Edson e Paulinho
Valentim.
Dez meses após o título Servílio
jogou pela última vez no Glorioso no dia 25 de outubro de 1958, pelo campeonato
carioca, na vitória por 1x0 sobre a Portuguesa, com gol de Garrincha. A equipe
alinhou com Ernâni; Beto, Domício, Servílio e Jorge; Ronald e Didi; Garrincha,
Amoroso, Edson e Quarentinha.
Servílio rescindiu com o Botafogo
no início de 1959, tendo disputado 76 partidas pelo clube, 20 das quais pelo campeonato
carioca de 1957.
Nessa época, em entrevista à
Revista do Esporte, embora tenha sido campeão por diversas vezes, Servílio
declarou: – «Sou um azarado do futebol!» A afirmação deve-se à sua insatisfação
para com Flamengo e Botafogo devido ao rubro-negro não o escalar sempre como
titular e depois no alvinegro por ter sido substituído por Paulistinha, devido
à preferência de João Saldanha. Por outro lado, apesar de ter o seu passe no bolso,
ainda não tinha equipe antes de ingressar no São Paulo Futebol Clube nesse ano
de 1959, onde também foi pouco aproveitado.
A única participação de Servílio
pela Seleção Brasileira foi a 27 de dezembro de 1959, na vitória por 2x1 sobre
a Seleção Equatoriana, em amistoso.
Fontes principais:
acervo.oglobo.globo.com; Rekords Idrottsalbum, Revista do Esporte; tardesdepacaembu.wordpress.com;
terceirotempo.uol.com.br; terra.com.br; Vilarinho, C. F. (2013), O Futebol do
Botafogo 1951-1960 (Súmulas); Wikipédia.
7 comentários:
Boa noite!
Esse foi o q mais encontrei data de nascimento para ele, umas quatro. Optei pela info do JS, de 1959.
Saudações Alvinegras Insulanas
Não sabia que era irmão do Antenor. Brandazinho Treinou o América de Natal e foi campeão potiguar em 1979.
Encontrei três. Optei pelo Album.
Abraços Gloriosos.
O futebol tem sempre um mundo de coisas por descobrir! 😁😁😁
Abraços Gloriosos.
E algo para acrescentar ou retificar.
E sabe pq fui na info de 1957 (T. Imprensa) e 1959 (JS), pq foi passada para os jornais por Alexandre Madureira supervisor do BFR antes de Édson Bentes.
Saudações Alvinegras Insulanas.
Abraços Gloriosos.
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