terça-feira, 26 de abril de 2022

Servílio: amuleto do título de 1957

Crédito: acervo.oglobo.globo.com.

 

por RUY MOURA

Editor do Mundo Botafogo

 

José Lucas, o ‘Servílio’, nasceu a 25 de setembro de 1929 [Fonte: Álbum de Figurinhas ‘Ídolos do Futebol Brasileiro’], em Vargem Grande do Sul (SP), e faleceu a 30 de março de 2001, aos 71 anos de idade, numa Casa de Repouso Horto Florestal, em São Paulo, vítima de infarto agudo do miocárdio.

 

Servílio foi meio-campista, lateral-direito e zagueiro, sendo forte na marcação e dominador no jogo aéreo. Era irmão de Antenor Lucas, o ‘Brandãozinho’, que fez carreira na Portuguesa Santista, Portuguesa de Desportos e Seleção Brasileira.

 

O apelido de José Lucas deveu-se a uma extraordinária semelhança física com o famoso ‘bailarino’ Servílio de Jesus no seu modo de andar, craque da equipe do Parque São Jorge, pai do centroavante Servílio do Palmeiras.

 

O atleta iniciou-se em equipes amadores da cidade de Campinas e aos 14 anos de idade jogava na equipe Vila Industrial. Em 1944 ingressou no Esporte Clube Mogiana, de Campinas, e depois rumou ao Madureira (SP), na mesma cidade, ao Clube Atlético Piracicabano (SP), à Associação Atlética Francana (SP) e chegou à Associação Atlética Ponte Preta (SP) em 1950.

 

Em 1951 Servílio ingressou no Esporte Clube XV de Novembro de Jaú (SP), onde foi campeão paulista do Interior, e o seu desempenho já era conhecido, pelo que no ano seguinte o Flamengo já o tinha no radar das futuras contratações, o que ocorreu no início de 1953.

 

Jogando inicialmente na posição de meia-armador, Servílio acabou recuando no retângulo de jogo e assumiu posições de cabeça de área, lateral-direito e zagueiro, evidenciando ser polivalente em diversas posições e esquemas táticos.

 

No Flamengo, Servílio foi tricampeão carioca em 1953-1954-1955, campeão carioca de Aspirantes em 1955 e conquistou diversos torneios, mas em 1956, em plena reconstrução do Botafogo a caminho de possuir equipes fabulosas, os dirigentes do Glorioso conseguiram contratar Servílio, que jogou 107 partidas pelo Flamengo e marcou 2 gols.

 

Consta que se tratou, provavelmente, de uma das muitas superstições do Botafogo. No campeonato de 1948, que quebrou um jejum de 13 anos sem títulos cariocas, o Botafogo sagrou-se campeão com um ex-jogador do Flamengo – Pirillo – que, apesar da idade, foi uma peça chave no título. Então, na montagem do elenco botafoguense para novos títulos, optou-se por ir buscar Servílio ao Flamengo como amuleto, que veio a confirmar dar sorte.

 

Todavia, como o Flamengo não admitia vender o jogador diretamente a um dos seus grandes rivais, fez-se um esquema de Servílio ser inicialmente vendido ao Sport Club do Recife (PE), em março de 1957, e 4 meses após ingressou no Botafogo, pelas mãos de Renato Estelita, para se sagrar campeão de 1957.

 

Servílio estreou no Botafogo a 4 de agosto de 1957, pelo campeonato carioca, na vitória por 4x0 sobre o Canto do Rio com gols de Nilton Santos, Paulinho, Édson e Didi. A equipe alinhou com Amaury; Beto, Thomé, Servílio e Nilton Santos; Pampolini e Didi; Garrincha, Edson, Paulinho Valentim e Quarentinha.

 

Logo no dia 1º de setembro Servílio jogou pela primeira vez contra o seu antigo clube, pelo campeonato carioca, no empate por 3x3 com gols de Quarentinha (2) e Paulinho Valentim. A Botafogo alinhou com a mesma equipe titular que vencera o Canto do Rio.

 

No jogo do título de 1957 o Botafogo goleou o Fluminense no dia 22 de dezembro, por 6x2, com gols de Paulinho Valentim (5) e Garrincha. A equipe alinhou com Adalberto; Beto, Thomé, Servílio e Nilton Santos; Pampolini, Didi e Quarentinha; Garrincha, Edson e Paulinho Valentim.

 

Dez meses após o título Servílio jogou pela última vez no Glorioso no dia 25 de outubro de 1958, pelo campeonato carioca, na vitória por 1x0 sobre a Portuguesa, com gol de Garrincha. A equipe alinhou com Ernâni; Beto, Domício, Servílio e Jorge; Ronald e Didi; Garrincha, Amoroso, Edson e Quarentinha.

 

Servílio rescindiu com o Botafogo no início de 1959, tendo disputado 76 partidas pelo clube, 20 das quais pelo campeonato carioca de 1957.

 

Nessa época, em entrevista à Revista do Esporte, embora tenha sido campeão por diversas vezes, Servílio declarou: – «Sou um azarado do futebol!» A afirmação deve-se à sua insatisfação para com Flamengo e Botafogo devido ao rubro-negro não o escalar sempre como titular e depois no alvinegro por ter sido substituído por Paulistinha, devido à preferência de João Saldanha. Por outro lado, apesar de ter o seu passe no bolso, ainda não tinha equipe antes de ingressar no São Paulo Futebol Clube nesse ano de 1959, onde também foi pouco aproveitado.

 

A única participação de Servílio pela Seleção Brasileira foi a 27 de dezembro de 1959, na vitória por 2x1 sobre a Seleção Equatoriana, em amistoso.

 

Fontes principais: acervo.oglobo.globo.com; Rekords Idrottsalbum, Revista do Esporte; tardesdepacaembu.wordpress.com; terceirotempo.uol.com.br; terra.com.br; Vilarinho, C. F. (2013), O Futebol do Botafogo 1951-1960 (Súmulas); Wikipédia.

7 comentários:

Anónimo disse...

Boa noite!
Esse foi o q mais encontrei data de nascimento para ele, umas quatro. Optei pela info do JS, de 1959.

Saudações Alvinegras Insulanas

jornal da grande natal disse...

Não sabia que era irmão do Antenor. Brandazinho Treinou o América de Natal e foi campeão potiguar em 1979.

Ruy Moura disse...

Encontrei três. Optei pelo Album.
Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

O futebol tem sempre um mundo de coisas por descobrir! 😁😁😁
Abraços Gloriosos.

Anónimo disse...

E algo para acrescentar ou retificar.

Anónimo disse...

E sabe pq fui na info de 1957 (T. Imprensa) e 1959 (JS), pq foi passada para os jornais por Alexandre Madureira supervisor do BFR antes de Édson Bentes.

Saudações Alvinegras Insulanas.

Ruy Moura disse...

Abraços Gloriosos.

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