por RUY MOURA | Editor do Mundo
Botafogo
É
sabido por muitos de vós que em criança e adolescente tornei-me botafoguense,
salgueirista (agora também do Botafogo Samba Clube) e fã de turfe, sendo
Antônio Ricardo o meu jóquei preferido nas suas disputas com grandes jóqueis
como José Portilho, Óscar Cardoso, José Machado e muitos outros que naquela
época competiam basicamente no Hipódromo da Gávea.
Jamais
esquecerei a soberba vitória de Antônio Ricardo no Grande Prêmio Brasil de 1967
montando o azarão Duraque, que venceu na garra o favoritíssimo craque argentino
Tagliamento, até ali invencível. Se o leitor desejar pode conferir esta
sensacional vitória clicando em Duraque,
campeão.
Nesse
tempo Luís Rigoni era considerado o melhor jóquei brasileiro, que corria em São
Paulo no Hipódromo de Cidade Jardim, sendo designado vulgarmente por ‘Pelé dos
Jóqueis’.
Não
foi Rigoni que escolhi para preferido, mas sim Antônio Ricardo, como se
adivinhasse que o seu filho Jorge Ricardo, o ‘Ricardinho’, estava predestinado a
consagrar-se como melhor jóquei do mundo 50 anos depois ao bater sucessivamente
o recorde mundial de vitórias, após ter vencido várias fraturas do úmero,
fêmur, costela, cotovelo, nariz, maxilar, vértebras e um linfoma de Hodgkin –
tipo de câncer originado no sistema linfático –, continuando a sua fabulosa
carreira.
Ricardinho
bateu-se denodadamente com o canadense Russel Baze, que era o recordista
mundial até fevereiro de 2007, e conseguiu superá-lo vencendo a sua 9.591ª
corrida no Hipódromo de Palermo, na Argentina.
Ricardinho
tentara várias vezes bater o recorde mundial, sem o conseguir, mas nesse dia de
fevereiro decidiu que em sua nova tentativa envergaria a Camisa Gloriosa do
Botafogo de Futebol e Regatas, de quem é ardoroso torcedor. E nesse dia superou
pela primeira vez o recorde mundial de corridas de cavalos de Russel Baze,
afirmando aos repórteres:
–
“Tinha que ser com a camisa do Botafogo,
eu sabia! Não poderia mesmo ser só coincidência. Sempre torci para o clube e
fico feliz que tenha chegado a essa marca vestindo as cores alvinegras.”
Veja
a publicação em Jorge Ricardo, recordista mundial de turfe.
Porém,
o linfoma de Hodgkin interrompeu-lhe a carreira e Russel Baze retomou o seu
antigo recorde mundial. No entanto, Ricardinho jamais desistiria, tinha a
certeza que voltaria a competir e assim fez, retomando a apaixonante vida de
correr nos principais hipódromos de todo o continente americano.
E
retomou o seu recorde mundial ao conquistar a sua 12.845ª vitória: Ricardinho em San Isidro: a 7 torna-se recordista mundial absoluto com
12.845 vitórias!
Entretanto,
Russel Baze aposentara-se e mais tarde Ricardinho tornou-se o jóquei a
alcançar, pela primeira vez na história, 13.000 vitórias!
No dia 1 de junho de 2024 Ricardinho arredondou esse número para 13.300 vitórias:
Como
facilmente se observa pela leitura do quadro, 7 jóqueis já se retiraram das
corridas e apenas permanecem em atividade o brasileiro Jorge Ricardo, o
americano Perry Wayne Ouzts e o japonês Fumio Matoba.
Pergunta-se,
então, se haverá alguma hipótese de Perry ou Fumio ultrapassarem Ricardinho, caso
o nosso querido jóquei se retire das corridas proximamente – o que é
improvável.
A
resposta é… JAMAIS!
Ricardinho
tem 62 anos e pode continuar correndo, enquanto Perry e Fumio têm,
respectivamente, 69 e 67 anos e nem sequer alcançaram ainda 7.500 vitórias.
O
recorde absolutamente fantástico de Ricardinho perdurará por muitos e muitos
anos até aparecer alguém ao seu nível e ambicioso por recordes – o que será
tendencialmente impossível nas próximas décadas.
PARABÉNS,
PELA ESPLÊNDIDA CARREIRA RICARDINHO!
2 comentários:
Sensacional história!
Um jóquei botafoguense sensacional só poderia dar uma história sensacional! (rsrsrs)
Abraços Gloriosos, Vanilson.
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