
Permitam-me os leitores que eu expresse o que penso de tanta coisa que li, ouvi e vi em apenas três dias após o Vasco da Gama ganhar ao Botafogo por 6x0.
Desde os botafoguenses dizerem que o Botafogo foi o Glorioso e agora é o Vergonhoso, até à queima da bandeira preta-e-branca que em tantas glórias esvoaçou livre ao vento, aconteceu de tudo um pouco.
Nenhum de nós está satisfeito; mas o treinador foi embora e creio que Anderson Barros não durará muito tempo. Um dia também André Silva sairá do cargo e Maurício Assumpção será esquecido para sempre. Os jogadores mudarão. Mas o Botafogo lá estará, sempre a postos para novas glórias, tal como estarão para o mesmo efeito o Vasco da Gama, o Fluminense, o Flamengo, o Santos, o São Paulo, o Cruzeiro, o Grêmio, o Boca Juniors, o Sporting, a Internazionale, o Arsenal, o Ajax, o America do México, etc., etc., etc.
Em competições europeias oficiais, em 2009, muitas foram as goleadas (iguais ou superiores a 4 gols). Cito de memória: o Benfica foi goleado por espanhóis e gregos e goleou os ingleses do Everton; o Bayern goleou o Sporting e foi goleado pelo Barcelona; o Porto foi goleado pelo Arsenal e o Liverpool foi goleado já não me lembro por quem; a Juventus foi goleada pelo Vilarreal. O Sporting goleou o Benfica há alguns anos por 7x1 e acabou em 2º lugar no campeonato atrás do goleado; o Botafogo já foi goleado pelo Fluminense por 8x0 e ganhou-lhe duas decisões por 6x1 e 6x2; já fomos derrotados nesta década por 7x0 pelos vascaínos, mas já ganhámos ao Flamengo por 6x0 e depois o Flamengo desforrou-se com outro 6x0; e já esmagámos o Santos e o Flamengo, ambos por 9x2, e fomos destroçados pelo America por… 11x2!!!
Claro que estamos doridos - e sobretudo revoltados contra esta imperdoável diretoria mentalmente esfarrapada -, mas o mundo não terminou para ninguém. Haveremos de ser novamente goleados, e haveremos de golear os nossos goleadores. Às vitórias e derrotas sucedem-se alegrias e dores. Por vezes seguem-se decisões drásticas para tornarmos a ser os melhores. Apenas e nada mais.
Este disparate todo a que tenho assistido (no nosso caso devido à dor e no caso dos cathartiformes devido à inexistência de volume cerebral intelectivo suficiente) é porque os homens e as mulheres deixaram de saber viver a vida e o desporto como algo saudável que procura sempre o lema mais elevado de ‘Citius, Altius, Fortius’; não um lema para humilhar e gozar os outros, nem para servir de chacota alheia ou de auto-flagelação – e sim para nos superarmos como humanos no campo físico e espiritual.
‘Citius, Altius, Fortius’ não é para o que os cathartiformes – cujas princípios de espiritualidade lhes são completamente estranhos – gostam mais de fazer aos outros, por serem incapazes de desfrutar o mundo dentro de si mesmos; o lema sempre foi implicitamente acompanhado de outro: “Vencer com galhardia, perder com fidalguia”.
Vencer e perder é necessariamente o que acontecerá em cada uma das competições desportivas que por todo o mundo se realizam, desde a pelada até à final da Champions ou da Copa do Mundo, desde o futebol ao cricket passando pela bocha. Então, porquê tanto banzé, tanto disparate saído das bocas dos humanos a propósito de uma derrota, ou de uma goleada, ou de um título perdido?...
Acreditem, amigos botafoguenses, e outros não botafoguenses, que na semana a seguir ao Botafogo ganhar ao Flamengo, ou ao Vasco da Gama, ou ao Fluminense, ou a quem quer que seja, nunca postei nenhum comentário nos seus blogues, porque não vivo da dor dos outros e respeito a sua tristeza pela derrota, ao contrário, por exemplo, dos imbecis cathartiformes que vêm a este blogue somente e apenas quando perdemos, para achincalhar um clube que sempre foi muito maior do que o deles – não em títulos, claro, porque desses são acionistas vitalícios os Josés Robertos Wright, Djalmas Beltrami e Marcelos de Lima Henrique.
Meus amigos, quando a luta é por igual, importa saber vencer com galhardia e perder com fidalguia. Quando o Glorioso tiver uma gestão finalmente moderna e souber projetar o seu futuro com um grupo de dirigentes de elite – que não tem há décadas –, então muitos de nós perceberão que uma verdadeira paixão não se pode abater seja pelo que for. Muito menos por uma simples goleada – daquela que já tomámos muitas vezes e outras tantas vezes infringimos.
Naturalmente que os acontecimentos funestos exigem que sejam tomadas as medidas devidas, mas depois temos aí o futuro no nanossegundo seguinte. O passado, bom e mau, é vivido apenas na memória e não mudará; o futuro pode-se conquistar. Discutamos o novo treinador, os esquemas táticos, os modos de derrubar a diretoria, as vitórias e as derrotas em busca de novos caminhos...
Ah!... E gostei muito do novo desenho da camisa envergada pelo Glorioso!... Aliás, em termos de cores, é até das mais discretas – mantendo a tradição. Por exemplo, em Portugal, o Sporting verde e branco cada vez mais se apresenta verde e amarelo; o Benfica vermelho e branco, cada vez mais se apresenta de preto e vermelho. As cores e os desenhos do mundo atualizam-se. As cores e os desenhos das camisas também.
Mas, acreditem, o Botafogo de Futebol e Regatas será sempre o GLORIOSO – porque nada mudará 1910, e os nossos filhos, talvez mesmo os nossos netos, também são botafoguenses!
Desde os botafoguenses dizerem que o Botafogo foi o Glorioso e agora é o Vergonhoso, até à queima da bandeira preta-e-branca que em tantas glórias esvoaçou livre ao vento, aconteceu de tudo um pouco.
Nenhum de nós está satisfeito; mas o treinador foi embora e creio que Anderson Barros não durará muito tempo. Um dia também André Silva sairá do cargo e Maurício Assumpção será esquecido para sempre. Os jogadores mudarão. Mas o Botafogo lá estará, sempre a postos para novas glórias, tal como estarão para o mesmo efeito o Vasco da Gama, o Fluminense, o Flamengo, o Santos, o São Paulo, o Cruzeiro, o Grêmio, o Boca Juniors, o Sporting, a Internazionale, o Arsenal, o Ajax, o America do México, etc., etc., etc.
Em competições europeias oficiais, em 2009, muitas foram as goleadas (iguais ou superiores a 4 gols). Cito de memória: o Benfica foi goleado por espanhóis e gregos e goleou os ingleses do Everton; o Bayern goleou o Sporting e foi goleado pelo Barcelona; o Porto foi goleado pelo Arsenal e o Liverpool foi goleado já não me lembro por quem; a Juventus foi goleada pelo Vilarreal. O Sporting goleou o Benfica há alguns anos por 7x1 e acabou em 2º lugar no campeonato atrás do goleado; o Botafogo já foi goleado pelo Fluminense por 8x0 e ganhou-lhe duas decisões por 6x1 e 6x2; já fomos derrotados nesta década por 7x0 pelos vascaínos, mas já ganhámos ao Flamengo por 6x0 e depois o Flamengo desforrou-se com outro 6x0; e já esmagámos o Santos e o Flamengo, ambos por 9x2, e fomos destroçados pelo America por… 11x2!!!
Claro que estamos doridos - e sobretudo revoltados contra esta imperdoável diretoria mentalmente esfarrapada -, mas o mundo não terminou para ninguém. Haveremos de ser novamente goleados, e haveremos de golear os nossos goleadores. Às vitórias e derrotas sucedem-se alegrias e dores. Por vezes seguem-se decisões drásticas para tornarmos a ser os melhores. Apenas e nada mais.
Este disparate todo a que tenho assistido (no nosso caso devido à dor e no caso dos cathartiformes devido à inexistência de volume cerebral intelectivo suficiente) é porque os homens e as mulheres deixaram de saber viver a vida e o desporto como algo saudável que procura sempre o lema mais elevado de ‘Citius, Altius, Fortius’; não um lema para humilhar e gozar os outros, nem para servir de chacota alheia ou de auto-flagelação – e sim para nos superarmos como humanos no campo físico e espiritual.
‘Citius, Altius, Fortius’ não é para o que os cathartiformes – cujas princípios de espiritualidade lhes são completamente estranhos – gostam mais de fazer aos outros, por serem incapazes de desfrutar o mundo dentro de si mesmos; o lema sempre foi implicitamente acompanhado de outro: “Vencer com galhardia, perder com fidalguia”.
Vencer e perder é necessariamente o que acontecerá em cada uma das competições desportivas que por todo o mundo se realizam, desde a pelada até à final da Champions ou da Copa do Mundo, desde o futebol ao cricket passando pela bocha. Então, porquê tanto banzé, tanto disparate saído das bocas dos humanos a propósito de uma derrota, ou de uma goleada, ou de um título perdido?...
Acreditem, amigos botafoguenses, e outros não botafoguenses, que na semana a seguir ao Botafogo ganhar ao Flamengo, ou ao Vasco da Gama, ou ao Fluminense, ou a quem quer que seja, nunca postei nenhum comentário nos seus blogues, porque não vivo da dor dos outros e respeito a sua tristeza pela derrota, ao contrário, por exemplo, dos imbecis cathartiformes que vêm a este blogue somente e apenas quando perdemos, para achincalhar um clube que sempre foi muito maior do que o deles – não em títulos, claro, porque desses são acionistas vitalícios os Josés Robertos Wright, Djalmas Beltrami e Marcelos de Lima Henrique.
Meus amigos, quando a luta é por igual, importa saber vencer com galhardia e perder com fidalguia. Quando o Glorioso tiver uma gestão finalmente moderna e souber projetar o seu futuro com um grupo de dirigentes de elite – que não tem há décadas –, então muitos de nós perceberão que uma verdadeira paixão não se pode abater seja pelo que for. Muito menos por uma simples goleada – daquela que já tomámos muitas vezes e outras tantas vezes infringimos.
Naturalmente que os acontecimentos funestos exigem que sejam tomadas as medidas devidas, mas depois temos aí o futuro no nanossegundo seguinte. O passado, bom e mau, é vivido apenas na memória e não mudará; o futuro pode-se conquistar. Discutamos o novo treinador, os esquemas táticos, os modos de derrubar a diretoria, as vitórias e as derrotas em busca de novos caminhos...
Ah!... E gostei muito do novo desenho da camisa envergada pelo Glorioso!... Aliás, em termos de cores, é até das mais discretas – mantendo a tradição. Por exemplo, em Portugal, o Sporting verde e branco cada vez mais se apresenta verde e amarelo; o Benfica vermelho e branco, cada vez mais se apresenta de preto e vermelho. As cores e os desenhos do mundo atualizam-se. As cores e os desenhos das camisas também.
Mas, acreditem, o Botafogo de Futebol e Regatas será sempre o GLORIOSO – porque nada mudará 1910, e os nossos filhos, talvez mesmo os nossos netos, também são botafoguenses!
17 comentários:
tá certo.
mas que está doendo, está.
abraços
Concordo em número, gênero e grau. A histeria impera. Por mim, este cara que queimou a camisa não entrava mais no Engenhão, tampouco Montenegro em qualquer gestão do Clube.
Sobre a camisa, gostei do desenho e se não me engano o cinza está previsto no estatuto do clube como possibilidade para a confecção dos uniformes. Se fosse rosa, verde limão ou dourado, assim seria motivo de objeção.
Não há vida sem dor, meu estimadíssimo amigo. Pergunte à sua mãe como foi quando você nasceu. Mas ela sabia o que melhor a aguardava após a dor. A nós botafoguenses aguarda-nos a Gloriosa eternidade.
Abraços Gloriosos!
Antonio, também concordo com os seus dois parágrafos em número, género e grau.
Abraços Gloriosos!
Com toda certeza o amigo postou um belo comentário sobre o "GLORIOSO".
Sobre a camisa afirmo que o design é belíssimo e representa sim as tradições do nosso amado clube.
Creio que mais uma vez o Montenegro equivocou-se ao falar sobre a nova camisa. Como sempre só fala bobagem!!!
Amigo sómente um botafoguense entende a nossa paixão. Assim essa herença abençoada é passada de geração para geração seguinte e assim sucessivamente. É muito bom ser botafoguense. Casamento perfeito!!!! Apesar das crises sempre haverá uma solução pacífica e sem letígio pois o amor ao Botafogo é eterno GRAÇAS A DEUS!!!!
grande abraço amigo botafoguense.
Fogão Brasília
No ano passado o Vasco nos goleou por 4 a 1 e logo em seguida, quando valia de fato algo, no quadrangular final, devolvemos a goleada com o placar de 4 a 0. Não considero o elenco do Botafogo tão inferior aos demais times e acho totalmente possível com este time o Botafogo ir longe no Carioca e Copa do Brasil. Os times ainda estão em formação, ganhando condisionamento físico e talvez até surjam mais contratações. Portanto, acho que não podemos ser imediatistas e devemos esperar um pouco mais para criticar este time.
Caro Rui, tenho 44 anos e já vi o BOTAFOGO dar e levar goleadas. Em 1994 perdemos de 7x1 do Fluminence e no ano seguinte fomos campeões brasileiros. Tenho minhas versões para esta goleada, mas não quero acusar ninguém. Se estiver certo no que penso, os jogadores conseguiram o que desejavam. Não sei se você entende o que quero dizer?
Caro Vini, os processos de contratações foram uma vergonha. Sabia que o João Ignacio Müller, o Montenegro e muitas outras pessoas indicaram jogadores disponíveis e interessantes ao Botafogo por valores acessíveis, quer em início de 2009 e de 2010 e o sr. Anderson Barros desdenhou e foi comprar outros jogadores mais caros e piores sabe-se lá porquê?...
O plantel é mau, amigo, e a zaga absolutamente desastrosa. E não temos ninguém para esconder isso desequilibrando os jogos, como fizeram Maicosuel e Jobson. Além disso... você tem visto os jogos, Vini?... Você acha que aquilo é futebol?...
Eles só farão alguma coisa à força de liderança. Se o Joel souber fazê-lo.
Abraços Gloriosos!
Caro anónimo, entendo o que quer dizer, sim. Eu também gostava de saber um pouco mais sobre o que se passou realmente no 1º jogo da final do campeonato brasileiro de 1992... a tal final em que a seguir o Renato Gaúcho foi fazer churrasco com os cathartiformes... Há coisas que são visíveis, como o José Roberto Wright expulsar cinco atleticanos em 1981 para os cathartiformes serem campeões brasileiros, mas há outras coisas que mereciam ser mais visíveis...
Abraços Gloriosos!
Em se tratando de amor ao Botafogo, quem de nós não se apaixonou mais ainda a cada dor sentida?
Já disse e repido:
Só é amor se doer.
Embora podemos nos acostumar a viver com a dor, é ela quem nos mantém vivos à espera de que quando passar, a sensação sempre é de felicidade.
Abraços.
Mauro.
É, Mauro. Todos sabemos que existe uma doença em que os indivíduos não têm sensibilidade à dor. Essas pessoas vivem em geral pouco tempo porque acaba por lhes acontecer alguma coisa da qual não se podem proteger, como queimadores, fracturas, etc. Não sentem, não dói, não estão protegidas. Quem sente a dor sabe proteger-se.
A dor pode não ser boa em si mesmo, mas sem dor não há amor.
Abraços Gloriosos!
Fogão Brasília, não é possível alguma vez gostarmos menos do Botafogo, pois não?...
E se queimarmos uma camisita botafoguense vamos ter uma prenda adicional do Joel Santana - uma camisa autografada e visita a General Severiano. Haja paciência!...
Abraços Gloriosos!
mó legal o texto.é disso que precisamos.
Rui, vou chupar um pouco o sangue...rs
Acho que minha postagem de amanhã se limitará a um link para este texto.
Saudações alvinegras!
Vampiro!... rsrsrs...
Abraços Gloriosos!
Caro Rui,
Após a vexatória goleada de domingo, decidi sumir por uma semana e não acompanhar as notícias relacionadas. Optei por acreditar que algo diferente pudesse acontecer lá pelos ares de Gal. Severiano, imaginando que ao menos alguns tivessem vergonha na cara para desaparecer para todo o sempre...
Retornando, consegui ver a canoa que levou o treinador que não ia dar certo mesmo, mas ainda espero ler uma matéria sobre o Titanic que deveria aportar por lá.
Entretanto, de tudo o que li, nada poderia ser melhor do que este texto, suficientemente capaz de mitigar as amarguras recentemente vividas pela paixão alvinegra que possuímos.
Enaltecer o esporte é a mais fidalga lição que todos devem ter em mente nestas ocasiões. Nada seríamos sem nossos clubes rivais, assim como nada seriam sem nós em sua história.
E assim, enquanto tomo coragem para voltar a torcer como sempre, fico na dúvida entre dar uma ligeira hibernada pra ver se as coisas mudam de vez, ou se apareço no próximo jogo com uma faixa direcionada a alguns do tipo "vergonha de vo6"...
Abraços
Vamos sempre regressando, Roma. São desabafos momentâneos. É como em família, desabafamos e regressamos logo à paixão de sempre.
Abraços Gloriosos!
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