Há
cerca de três décadas o Botafogo viveu a pior fase da sua vida desde a fusão do
Futebol com as Regatas.
Foi
o tempo de Charles Borer, da perca da nossa sede e da travessia no deserto dos
títulos estaduais e nacionais durante 21 anos.
Em
1980, no auge da crise, o time era péssimo e somente Mendonça e Paulo Sérgio
eram poupados pela torcida, e Charles Borer, o desastrado presidente à época,
foi alvo de um enterro simbólico, em ambiente não violento.
Publico
uma notícia dessa época, em setembro de 1980, referente à manifestação dos
torcedores em jogo contra o Campo Grande uma semana depois de termos sido
goleados pelo Fluminense por 4x0.
Experimentem
os leitores substituir os nomes de Charles Borer por Maurício Assumpção, Russão
por Loucos pelo Botafogo, enterro de Borer pelo enterro recente que a torcida
do Loucos fez, Mendonça e Paulo Sérgio por Jeferson e Seedorf e verifiquem como
estamos perante cenários tão semelhantes. Recordem as consequências de outrora e projetem
o que poderá ser o futuro do nosso Botafogo endividado, desequilibrado e mal
conduzido.
Segue
o artigo / notícia.
Torcedores “enterram”
Borer com ele ausente
A
ausência de Charles Borer no estádio não impediu que a torcida do Botafogo,
mesmo que em pequeno número, fizesse o enterro simbólico do dirigente de toda a
diretoria do clube. Logo antes do jogo, após os tradicionais coros de “Fora
Borer”, “Ladrão” e “Queremos time”, os torcedores ergueram um caixão,
promovendo o enterro prometido.
E
no intervalo da partida, diante dos inúteis apelos do trio de arbitragem,
alguns torcedores forçaram um portão que há no alambrado do Estádio de Ítalo
Del Cima e conseguiram entrar em campo para colocar o caixão – vazio e de baixa
qualidade – no centro do gramado. As manifestações, porém, foram realizadas num
ambiente pacífico.
Os
policiais que estavam no gramado – apenas 10 elementos da Cavalaria da Polícia
Militar – logo pediram que os torcedores levassem o caixão do campo e o grupo
atendeu. Só que ninguém quis levá-lo novamente para o meio da torcida e o
caixão acabou ficando à margem do gramado, sob aplausos dos que tinham
permanecido na arquibancada.
Russão,
do meio do povo, comandava o espetáculo, mas em momento algum tentou invadir o
campo. A manifestação pacífica da torcida chegou a surpreender, porque diante de
tanta irritação que os torcedores vinham mostrando há uma semana, as previsões em
relação aos protestos eram as mais pessimistas.
Logo
que os torcedores voltaram para a arquibancada, chegou um reforço da Polícia
Militar, com alguns soldados que vieram num “camburão”. Não foi necessário, no
entanto, a intervenção da polícia. A torcida sequer vaiou os jogadores nos 90
minutos de jogo e quem não conhecesse a revolta por causa da goleada para o
Fluminense poderia pensar que estava tudo em paz entre clube, diretoria, time e
torcedores.
Talvez
pela ausência de Charles Borer, o protesto acabou sendo frio, registrado pelas
faixas com frases como “ladrão”, “Borer já morreu”, “Fora Borer”, “time de 12
anos sofridos” ou “que saudades do meu Botafogo” sem incidentes. Desta vez, nem
mesmo o caixão foi apreendido pela polícia.
Se
alguém queria ver a reação de Charles Borer, teve que se contentar com sua
presença num programa de televisão ontem à tarde, num debate com o cantor
Aguinaldo Timóteo. Oficialmente, a desculpa para o não comparecimento do
presidente ao jogo foi uma pequena intervenção cirúrgica que ele sofreu na
perna há pouco tempo. Também a recomendação de um médico – a pressão de Borer
subiu a 21 nos últimos dias – impediu o dirigente de ir ao estádio.
E
do boicote proposto pelos líderes das facções da torcida botafoguense apenas
dois jogadores escaparam: Mendonça e Paulo Sérgio, que tinham faixas com seus
nomes.
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Fonte: Internet.
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Fonte: Internet.
1 comentário:
Rui,
Acho maravilhoso essas comparações de fatos e com material da época!
Fica mais evidente como o Botafogo se repete! Fica muito mais forte as comparações!
Ou o Botafogo se reinventa, muda tudo, estatuto, redemocratização, novos dirigentes, ou pereceremos! É sempre os mesmos ou os seus indicados. Uma roda e trocas de posições. Quem não está hoje será o do futuro, quem está fica fora da próxima, porém tem o seu lugar preservado e garantido. Desse jeito veremos a americanização!
Só espero que o Botafogo leve o mesmo tempo que o América para desaparecer, pois mais 50 anos não estarei mais nesse mundo. Não gostaria de me tornar um torcedor símbolo como a querida Sra. Ruth Aragão Rodrigues, mais conhecida como "Tia Ruth"!
Abs e Sds, Botafoguenses!!!
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