Era
jogo para goleada: 5x0 ou 6x0 seria um resultado justo. Apesar da escassez do
resultado, gostei do jogo, mas tenho muito a comentar.
O
Botafogo iniciou o jogo estudando o adversário e depois partindo para o ataque.
E novamente o homem do GPS na chuteira inaugurou o marcador com a alegria
intensa que o caracteriza. Não resisti a lembrar-me do único jogador que, nos
últimos anos, conseguiu manter-se a jogar bem após sair do Botafogo: Jorge
Henrique. Enquanto o JH, jogador que eu gostava de ver jogar, estava sempre
resmungando com tudo e com todos, o Bruno sorri e joga em permanente alegria
com todos e para todos. Uma delícia!
Após
o 1x0 o Botafogo recuou para jogar no contra-ataque. Acho isso absurdo. Uma
equipa muito superior à Portuguesa, jogando em casa e dominando o jogo, recua
para… jogar no contra-ataque!
Em
vez de se manter a atacar e ampliar o resultado, o que aconteceu é que o
Botafogo permitiu que a Portuguesa crescesse e até podia ter empatado o jogo. Não
tendo a Portuguesa empatado nem o Botafogo ampliado, os nossos atletas
resolveram atacar novamente e dominaram plenamente o jogo, podendo até ampliar
o marcador.
Na
segunda parte, jogando ao ataque, poderíamos ter ampliado, mas não nos
iludamos: fizemo-lo sem a equipa compacta da 1ª parte, alongando a distância
entre os setores, e a Portuguesa fez três contra-ataques muito perigosos. Ora,
o ‘segredo’ é manter as linhas muito próximas e jogar em bloco. É certo que o
Botafogo melhorou muito a sua qualidade de passe, a que muito se deve a
qualidade imposta por Lodeiro e Seedorf à equipa, mas não consegue manter o
mesmo figurino durante todo o jogo.
Porém,
nos primeiros minutos da 2ª parte, em que a bola teimou em não entrar, há a
registrar o comportamento da equipa de arbitragem, que errou sucessivamente em
quatro decisões capitais contra o Botafogo em apenas 17 minutos: (a) gol legal
anulado a Bruno Mendes, que clarissimamente não estava impedido; (b) penalidade
máxima não assinalada por derrube de um atleta do Botafogo sem bola; (c) mão
intencional de um atacante da Portuguesa, que devia por isso ter recebido o 2º
cartão amarelo e sido expulso; (d) nova penalidade máxima não assinalada,
apesar de ser claríssima mesmo sendo observada a partir do Cristo Redentor.
Convido
a diretoria do Botafogo a apresentar reclamações sempre que houver prejuízos
desta natureza, e especialmente em jogos ganhos por nós, mostrando que não é ‘chororô’
pela derrota, mas denúncia de uma de duas coisas: ou má fé da arbitragem ou
muitíssima incompetência. Num jogo como este não creio apenas na existência de
má-fé – há realmente muita incompetência com a qual a CBF não deveria pactuar,
sob pena de o futebol brasileiro de clubes continuar no limbo mundial da
modalidade.
Sou
insuspeito na minha análise, porque até os cathartiformes do Premier FC
comentaram: “Mais uma vez o Botafogo é penalizado”.
Depois
disso o nosso clube continuou mostrando serenidade – o que é muito importante –
e passou a jogar com mais um atleta do que o adversário devido ao comportamento
de um ex-botafoguense cujo futebol nunca gostei – Marcelo Cordeiro. Ele mostrou
bem a sua face esportiva descontrolando-se de forma inaudita como capitão de uma
equipa, e foi expulso. Na jogada seguinte o Botafogo ampliou com um bonito gol
de cabeça de Fellype Gabriel, que tornou a realizar um bom jogo.
Andrezinho
ia fazendo um gol de placa, mas foi impedido pelo goleiro da Portuguesa. E na
cobrança o grandão Dida impôs-se como é costume. Uma pena não ter sido gol de placa:
seria o gol botafoguense do ano.
No
final, Vitor Júnior acaba por marcar o 3º gol. Espero que o seu choro por ter
marcado um gol após ter prejudicado o seu rendimento em campo devido às festas
pessoais que fazia madrugada fora, não tenha nenhuma influência para a sua permanência
no Botafogo – a sua saída é absolutamente essencial para disciplinar o Botafogo,
e nem deveria ser relacionado para jogar.
Ganhamos
e gostei da maior parte do nosso desempenho durante o jogo, mas não nos
enganemos: só temos um atacante e os contra-ataques perigosos da Portuguesa –
que é uma equipa fraca – mostram que continuamos sem defesa consistente. Se o
tal plane(j)amento 2013 existe, então tratemos de reforçar a defesa e o ataque.
FICHA
TÉCNICA
Botafogo 3x0 Portuguesa
»
Gols: Bruno Mendes 12', Fellype Gabriel 66' e Vítor
Júnior 89'
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 10.11.2012
» Local: Estádio Olímpico João Havelange,
o ‘Engenhão’ (RJ)
» Público: 3.870 pagantes
» Renda: R$ 82.520,00
» Árbitro: Jaílson Macedo de Freitas (BA);
Auxiliares: Márcio Eustáquio Santiago
(MG) e Guilherme Dias Camilo (MG)
»
Disciplina: cartão amarelo – Bruno
Mineiro, Marcelo Cordeiro, Rogério, Dida e Gustavo (Portuguesa); cartão vermelho – Marcelo Cordeiro (Portuguesa)
» Botafogo: Jefferson; Lucas, Antônio
Carlos, Dória e Márcio Azevedo; Jadson, Renato (Rodrigo Dantas, 88'), Andrezinho
e Fellype Gabriel (Seedorf, 79'); Lodeiro (Vitor Júnior, 87’) e Bruno Mendes.
Técnico: Oswaldo de Oliveira.
» Portuguesa: Dida, Luis Ricardo, Gustavo,
Valdomiro e Marcelo Cordeiro; Léo Silva, Rogerio (Zé Antônio, 81'), Héverton
(Diego Viana, 70') e Boquita; Ananias e Bruno Mineiro (Diguinho, 62'). Técnico:
Geninho.
Imagem: Lancenet / Bruno de Lima
4 comentários:
Rui,
Mais uma vez concordo contigo!
Espero que o choro (lágrimas de crocodilo) do Vitor Jr, não faça o presidente renovar empréstimo ou contratar o jogador.
O presidente já fez isso outras vezes!
Peço permissão para retransmitir comentário do Danilo Paiva (blog Botafoguismo) realizado no Facebook.
Ele está, também, coberto de razão e é exatamente isso que constatamos no Botafogo ano após ano.
“O ciclo vicioso (e irritante) do Botafogo do presidentista...
Como todo ano, o time engrena uma sequencia de vitórias tarde demais pra conseguir algo no campeonato, mas no tempo certo para dar moral e renovar o contrato de um treinador incompetente.
E como todo ano, esse treinador irá montar o elenco na temporada seguinte, recheando o time de peixes dele ou de seu empresário amigo.
E como todo ano, será demitido após fracassar no estadual e ser eliminado, no Engenhão, na segunda rodada da Copa do Brasil, por um time inexpressivo.
E como todo ano, o treinador que assumir seu lugar acabará na zona da pasmaceira no campeonato brasileiro, mas dirá que a culpa foi do treinador anterior, que montou mal o elenco. Assim, ele garantirá sua renovação e montará seu elenco, com seus peixes, até ser eliminado na Copa do Brasil do ano seguinte e fracassar no estadual.
E assim a vida segue...”
Abs e Sds, Botafoguenses!!!
É extamente isso, Gil. Por isso é que valeria a pena iniciar a época com um novo treinador, mais credível, evidentemente, que tivesse o estadual para preparar e afinar a equipa com vista à Copa do Brasil e ao Campeonato Brasileiro. E, quiçá, visando também a Copa Sul-Americana. Se fosse feita boa preparação e cumprimento de objetivos, estaríamos na Libertadores em 2014 e a disputar o título brasileiro.
Abraços Gloriosos.
Caro Ruy,
o Botafogo não pode disputar/se planejar para a Copa Sulamericana do ano que vem, não.
Na edição da Copa do Brasil do ano que vem, os times que disputarão a Libertadores voltarão participar e, com isso, a Copa do Brasil irá ser disputada o ano todo. E quem irá representar o país na Copa Sulamericana já terá sido eliminado da Copa do Brasil.
Sendo assim, caso o Botafogo participe da Sulamericana, significa que, mais uma vez, fora eliminado da Copa do Brasil precocemente.
Saudações botafoguenses.
Thiago Hildebrandt.
Ah, obrigado pelo esclarecimento, Thiago. Assim sendo é mais fácil ainda: 2013 - prioridade para ganhar a Copa do Brasil, e 3º ou 4º lugar no campeonato brasileiro: 2014 - boa campanha na Taça Libertadores e Campeão Brasileiro. Isso seria um plano interessante, coisa que nem Bebeto de Freitas nem Maurício Assumpção ousaram fazer.
Abraços Gloriosos.
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