sábado, 10 de novembro de 2012

Botafogo 3x0 Portuguesa


Era jogo para goleada: 5x0 ou 6x0 seria um resultado justo. Apesar da escassez do resultado, gostei do jogo, mas tenho muito a comentar.

O Botafogo iniciou o jogo estudando o adversário e depois partindo para o ataque. E novamente o homem do GPS na chuteira inaugurou o marcador com a alegria intensa que o caracteriza. Não resisti a lembrar-me do único jogador que, nos últimos anos, conseguiu manter-se a jogar bem após sair do Botafogo: Jorge Henrique. Enquanto o JH, jogador que eu gostava de ver jogar, estava sempre resmungando com tudo e com todos, o Bruno sorri e joga em permanente alegria com todos e para todos. Uma delícia!

Após o 1x0 o Botafogo recuou para jogar no contra-ataque. Acho isso absurdo. Uma equipa muito superior à Portuguesa, jogando em casa e dominando o jogo, recua para… jogar no contra-ataque!

Em vez de se manter a atacar e ampliar o resultado, o que aconteceu é que o Botafogo permitiu que a Portuguesa crescesse e até podia ter empatado o jogo. Não tendo a Portuguesa empatado nem o Botafogo ampliado, os nossos atletas resolveram atacar novamente e dominaram plenamente o jogo, podendo até ampliar o marcador.

Na segunda parte, jogando ao ataque, poderíamos ter ampliado, mas não nos iludamos: fizemo-lo sem a equipa compacta da 1ª parte, alongando a distância entre os setores, e a Portuguesa fez três contra-ataques muito perigosos. Ora, o ‘segredo’ é manter as linhas muito próximas e jogar em bloco. É certo que o Botafogo melhorou muito a sua qualidade de passe, a que muito se deve a qualidade imposta por Lodeiro e Seedorf à equipa, mas não consegue manter o mesmo figurino durante todo o jogo.

Porém, nos primeiros minutos da 2ª parte, em que a bola teimou em não entrar, há a registrar o comportamento da equipa de arbitragem, que errou sucessivamente em quatro decisões capitais contra o Botafogo em apenas 17 minutos: (a) gol legal anulado a Bruno Mendes, que clarissimamente não estava impedido; (b) penalidade máxima não assinalada por derrube de um atleta do Botafogo sem bola; (c) mão intencional de um atacante da Portuguesa, que devia por isso ter recebido o 2º cartão amarelo e sido expulso; (d) nova penalidade máxima não assinalada, apesar de ser claríssima mesmo sendo observada a partir do Cristo Redentor.

Convido a diretoria do Botafogo a apresentar reclamações sempre que houver prejuízos desta natureza, e especialmente em jogos ganhos por nós, mostrando que não é ‘chororô’ pela derrota, mas denúncia de uma de duas coisas: ou má fé da arbitragem ou muitíssima incompetência. Num jogo como este não creio apenas na existência de má-fé – há realmente muita incompetência com a qual a CBF não deveria pactuar, sob pena de o futebol brasileiro de clubes continuar no limbo mundial da modalidade.

Sou insuspeito na minha análise, porque até os cathartiformes do Premier FC comentaram: “Mais uma vez o Botafogo é penalizado”.

Depois disso o nosso clube continuou mostrando serenidade – o que é muito importante – e passou a jogar com mais um atleta do que o adversário devido ao comportamento de um ex-botafoguense cujo futebol nunca gostei – Marcelo Cordeiro. Ele mostrou bem a sua face esportiva descontrolando-se de forma inaudita como capitão de uma equipa, e foi expulso. Na jogada seguinte o Botafogo ampliou com um bonito gol de cabeça de Fellype Gabriel, que tornou a realizar um bom jogo.

Andrezinho ia fazendo um gol de placa, mas foi impedido pelo goleiro da Portuguesa. E na cobrança o grandão Dida impôs-se como é costume. Uma pena não ter sido gol de placa: seria o gol botafoguense do ano.

No final, Vitor Júnior acaba por marcar o 3º gol. Espero que o seu choro por ter marcado um gol após ter prejudicado o seu rendimento em campo devido às festas pessoais que fazia madrugada fora, não tenha nenhuma influência para a sua permanência no Botafogo – a sua saída é absolutamente essencial para disciplinar o Botafogo, e nem deveria ser relacionado para jogar.

Ganhamos e gostei da maior parte do nosso desempenho durante o jogo, mas não nos enganemos: só temos um atacante e os contra-ataques perigosos da Portuguesa – que é uma equipa fraca – mostram que continuamos sem defesa consistente. Se o tal plane(j)amento 2013 existe, então tratemos de reforçar a defesa e o ataque.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 3x0 Portuguesa
» Gols: Bruno Mendes 12', Fellype Gabriel 66' e Vítor Júnior 89'
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 10.11.2012
» Local: Estádio Olímpico João Havelange, o ‘Engenhão’ (RJ)
» Público: 3.870 pagantes
» Renda: R$ 82.520,00
» Árbitro: Jaílson Macedo de Freitas (BA); Auxiliares: Márcio Eustáquio Santiago (MG) e Guilherme Dias Camilo (MG)
» Disciplina: cartão amarelo – Bruno Mineiro, Marcelo Cordeiro, Rogério, Dida e Gustavo (Portuguesa); cartão vermelho – Marcelo Cordeiro (Portuguesa)
» Botafogo: Jefferson; Lucas, Antônio Carlos, Dória e Márcio Azevedo; Jadson, Renato (Rodrigo Dantas, 88'), Andrezinho e Fellype Gabriel (Seedorf, 79'); Lodeiro (Vitor Júnior, 87’) e Bruno Mendes. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
» Portuguesa: Dida, Luis Ricardo, Gustavo, Valdomiro e Marcelo Cordeiro; Léo Silva, Rogerio (Zé Antônio, 81'), Héverton (Diego Viana, 70') e Boquita; Ananias e Bruno Mineiro (Diguinho, 62'). Técnico: Geninho. 
Imagem: Lancenet / Bruno de Lima

4 comentários:

Gil disse...

Rui,

Mais uma vez concordo contigo!
Espero que o choro (lágrimas de crocodilo) do Vitor Jr, não faça o presidente renovar empréstimo ou contratar o jogador.
O presidente já fez isso outras vezes!

Peço permissão para retransmitir comentário do Danilo Paiva (blog Botafoguismo) realizado no Facebook.
Ele está, também, coberto de razão e é exatamente isso que constatamos no Botafogo ano após ano.

“O ciclo vicioso (e irritante) do Botafogo do presidentista...

Como todo ano, o time engrena uma sequencia de vitórias tarde demais pra conseguir algo no campeonato, mas no tempo certo para dar moral e renovar o contrato de um treinador incompetente.

E como todo ano, esse treinador irá montar o elenco na temporada seguinte, recheando o time de peixes dele ou de seu empresário amigo.

E como todo ano, será demitido após fracassar no estadual e ser eliminado, no Engenhão, na segunda rodada da Copa do Brasil, por um time inexpressivo.

E como todo ano, o treinador que assumir seu lugar acabará na zona da pasmaceira no campeonato brasileiro, mas dirá que a culpa foi do treinador anterior, que montou mal o elenco. Assim, ele garantirá sua renovação e montará seu elenco, com seus peixes, até ser eliminado na Copa do Brasil do ano seguinte e fracassar no estadual.

E assim a vida segue...”

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

É extamente isso, Gil. Por isso é que valeria a pena iniciar a época com um novo treinador, mais credível, evidentemente, que tivesse o estadual para preparar e afinar a equipa com vista à Copa do Brasil e ao Campeonato Brasileiro. E, quiçá, visando também a Copa Sul-Americana. Se fosse feita boa preparação e cumprimento de objetivos, estaríamos na Libertadores em 2014 e a disputar o título brasileiro.

Abraços Gloriosos.

Anónimo disse...

Caro Ruy,

o Botafogo não pode disputar/se planejar para a Copa Sulamericana do ano que vem, não.

Na edição da Copa do Brasil do ano que vem, os times que disputarão a Libertadores voltarão participar e, com isso, a Copa do Brasil irá ser disputada o ano todo. E quem irá representar o país na Copa Sulamericana já terá sido eliminado da Copa do Brasil.

Sendo assim, caso o Botafogo participe da Sulamericana, significa que, mais uma vez, fora eliminado da Copa do Brasil precocemente.

Saudações botafoguenses.

Thiago Hildebrandt.

Ruy Moura disse...

Ah, obrigado pelo esclarecimento, Thiago. Assim sendo é mais fácil ainda: 2013 - prioridade para ganhar a Copa do Brasil, e 3º ou 4º lugar no campeonato brasileiro: 2014 - boa campanha na Taça Libertadores e Campeão Brasileiro. Isso seria um plano interessante, coisa que nem Bebeto de Freitas nem Maurício Assumpção ousaram fazer.

Abraços Gloriosos.

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