domingo, 25 de novembro de 2012

Quando Manga se quis demitir


Após um Botafogo x Bangu, em 1964, Manga quis rescindir o seu contrato por não se conformar com o resultado do jogo que perdemos por 4x3 com dois gols irregulares do Bangu.

Ontem como hoje os responsáveis por arbitragens sempre se importaram pouco com a “sequência vexatória de desacertos” que geralmente insistem em favorecer sempre os mesmos clubes e em prejudicar sempre outros mesmos clubes.

O tão ‘famoso futebol brasileiro’ foi dado a conhecer ao mundo por três linhas de ataque maioritariamente botafoguenses em 1958, 1962 e 1970. Todos os brasileiros que gostam de futebol deviam respeitar profundamente os dois clubes que forneceram a esmagadora maioria dos titulares tricampeões do mundo: o Botafogo e o Santos.

No entanto, em pleno 1964, o ‘bandeirinha’ Sílvio Cabeti, à semelhança de outros ‘bandeirinhas’ como Hilton Moutinho e Ana Paula Oliveira, mais de 40 anos depois, teve uma “sequência vexatória de desacertos” – todos contra o Botafogo, evidentemente.

Eis um excerto da contestação do nosso clube:

Senhor presidente: O Botafogo de Futebol e Regatas formaliza neste documento seu veemente protesto contra a arbitragem que funcionou no último domingo no jôgo de que participou sua equipe principal de futebol e cujo resultado significou a quase impossibilidade de alcançar o título máximo do campeonato de 64. Todos quantos compareceram a esta partida, assistiram estarrecidos a uma das mais desastrosas arbitragem dos últimos tempos. A atuação do “bandeirinha” Sílvio Cabeti, caracterizada por uma sequência vexatória de desacertos, produzindo inversões de faltas e impedimentos não marcados, obteve o beneplácito do árbitro Amílcar Ferreira, tornando-se, ambos, merecedores das sérias censuras que lhes foram feitas, notadamente pela crítica especializada em arbitragem. As irregularidades que precederam ao primeiro e sétimo gol da partida foram de tal ordem que impede possa ser apreciada com indulgência esta arbitragem. O presente protesto, ainda que inútil quanto à modificação final do resultado da partida, visa uma providência que há muito se faz necessária e é diàriamente proclamada, qual seja o aprimoramento do Departamento de Árbitro.

Parece que ainda hoje os responsáveis das arbitragens não conhecem a expressão ‘providência’ aplicável ao rigor das comissões que dirigem. Mas garanto-vos, caros leitores, que a expressão existe no vocabulário português há muitos séculos.

Uma gentileza do meu querido amigo Mauro Axlace (http://aqipossa.blogspot.com.br); Fonte: Correio da Manhã, 13.10.1964

4 comentários:

Gil disse...

Rui
Hoje fui ao Engenhão e presenciei o maior roubo na história do Botafogo. Nunca vi nada igual. Faltas invertidas, amarelo para quase todos os nossos jogadores. Teve um escanteio contra que o adversário chutou a bola para o alto e marcaram novo escanteio.
Antes de começar o segundo tempo, jogadores dos dois times em campo, um membro da comissão do adversário ficou conversando com oo árbitro. No gestual parecia cobrar algo e o juiz fez sinal de positivo.
O roubo foi tão acintoso que a pancadaria comeu solta antes do jogo terminar. Perdemos por 2 x 3 no tempo anormal e o título nas penalidades. O jogador adversário, número 4, ao comemorar um dos gols veio provocar a torcida.
Eles, lixo da Gávea apreendem desde pequenos, na formação, que podem tudo. Por isso, faz tempo que não revelam ninguém.

Tenho vergonha do presidente e dos dirigentes que temos! São fracos, omissos, submissos e incompetentes!
Marcaram o jogo para o Engenhão no intuito de dar volta olímpica, desde a concessão do estádio nunca fizemos isso. Com esses dirigentes nunca faremos! Eles não merecem!

Foi aviltante e vergonhosa a arbitragem!

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Gil disse...

Rui,
Fico imaginando quantos jogadores do passado se demitiriam se hoje jogassem com os atuais dirigentes.
Não ficariam um!
O que devem pensar os profissionais ao ver presidente e dirigentes omissos e submissos? Será que se esforçarao por algo sabendo que ninguém os defenderão?

Pobre do atual Botafogo!
Pobre de nós, torcedores!

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

Gil, eu vi o jogo e encontrei duas grandes vergonhas no futebol de bases, as quais minam, por uma lado, o futebol do Botafogo e, por outro lado, o futebol brasileiro:

1. Um time muito superior ao Flamengo no 1º e na 1ª parte do 2º jogo, que achando que estava em vantagem suficiente recuou até à sua área e chamou o Flamengo ao ataque; se é assim que o Botafogo prepara os seus 'craques' do futuro, com medo e covardia, então como será o futuro do time principal?

2. Ao chamar o Flamengo ao ataque, automaticamente o Botafogo chamou a arbitragem também, e aí viu-se uma carrada de amarelos para o BFR, faltas invertidas, gols irregulares, etc., treinado os árbitros para desempebhar esse papel de enorme parcialidade ao nível geral do futebol brasileiro.

Portanto, o Botafogo prepara as suas bases para o medo e a covardia, e facilita também a preparação das arbitragens, que só podem agir se tiverem margem, e o BFR deu essa margem. Quem viu o jogo percebeu - menos o te´cnico - que cedo ou tarde o Flamengo em+pataria e aía lutaria pela virada com a arbitragem pendendo para si.

Acho que vou mesmo de deixar de ver o futebol do Botafogo. Na Europa também há arbitragens parciais, jornalistas parciais, etc., mas nada parecido com o futebol subdesenvolvido em que se transformou o antigo futebol brasileiro de primeira categoria.

Sobre os profissionais: muito simples, pensam mole e fazem moleza. Vê se o R. Gaúcho não mudou do sia para a moite ao mudar de clube. Porquê?

Vê como os comportamentos de V. Luxemburgo mudaram quando o presidente do Grêmio, consta, o chamou e lhe disse como é que era a coisa naquela casa.

Um profissional geralmente não é só feitos das suas capacidades e competências, mas também dos contextos em que age...

Abraços Gloriosos!

Gil disse...

Rui,
Mais uma vez perfeito
A minha revolta com o roubo e submissão do presidente, que estava no campo, não permitiu comentar sobre o jogo.
O técnico Jair recuou e muito o time. Várias vezes ele mandava o time ficar ou voltar. Vitinho queria uma bola só para ele.
Lembro que no passado, muito distante, jogávamos no contra ataque, porém tínhamos bons goleiros, boas zagas, excelente meio e ótimos atacantes.

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

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