quarta-feira, 12 de março de 2014

Um dia de 1952…


Dia 29 de julho de 1952. Botafogo x Real Madrid em decisão da Pequena Copa do Mundo, na qual o Botafogo foi prejudicado e ficou apenas com o vice-­campeonato.

 

Na terça-feira, o Botafogo decidiu o título com o Real Madrid. Pouco antes do início do jogo, a Federação Venezuelana anunciou pelos alto-falantes que, em caso de empate, o campeão seria o possuidor do melhor gol average, num claro favorecimento à equipe espanhola. Buscando sempre a vitória, embora nervoso, o Botafogo dominou técnica e territorialmente, mas cansou de perder gols.

O Real Madrid só equilibrou entre os 25 e os 31 minutos. Na base do sarrafo. Aos 18, Juvenal sai com suspeita de ruptura dos meniscos (entrando Carlito). Aos 33, num lance de córner, Oliva salva com o gol vazio. Na etapa final, após uma defesa difícil de Oswaldo (aos 7), Jayme bate um córner e Geninho e Geninho cabeceia rente à trave de Juan Alonso. Aos 20, Geninho sai com suspeita estiramento (entrando Orlando). Os espanhóis chutam para qualquer lugar, rezando pelo apito final. Numa das tantas situações críticas, Alonso atira-se aos pés de Octávio para evitar o gol.

Escreveu o jornal catalão El Mundo Deportivo: “Nos últimos minutos, o Real Madrid joga na defensiva, o que contribui para um domínio do Botafogo, que busca desesperadamente a vantagem, registrando-se dramáticas situações ante a meta madrilena”.

Pirilo substitui Octávio aos 35. Aos 42, após um choque com Cabrera, Santos (entorse no tornozelo) também deixa o campo (entrando Floriano). Empatado com o Real Madrid (8 pg), o Botafogo perdeu o título pelo gol average (1,77 contra 1,85). O público não aceitou e aplicou aos promotores uma sonora vaia na entrega da Taça. O Botafogo não se conformou e protestou formalmente, sustentando que o gol aaverage só devia prevalecer se fosse aprovado antes e não no momento de se decidir o torneio. Paciência!

Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F. (2013). O Futebol do Botafogo 1951-60. Rio de Janeiro: Edição do Autor, p. 51-52 (à venda nas melhores livrarias do Rio de Janeiro)

Imagem: Uma gentileza do nosso leitor Iram Santos.

4 comentários:

Sergio Di Sabbato disse...

Que tristeza Rui, parece que ser prejudicado, seja com viradas de mesa ou roubos descarados é uma sina do BFR desde de a sua fundação. Não fosse isso, provavelmente o Botafogo teria muitos mais títulos que os que tem atualmente. Me lembro de uma entrevista do Zico, que odeia o Botafogo, em que ele diz que o único clube que não prejudicava o seu CFZ era o Botafogo. Os outros 3 chamados grandes sempre roubavam o clube do Galinho. Prefiro que o Botafogo seja assim, e mesmo ganhando de forma limpa, a imprensa esportiva brasileiro é canalha o suficiente para sempre querer inventar erros de arbitragens a favor de alguns títulos do Botafogo. Realmente o trauma dessa turma em relação ao Botafogo é imenso. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Ano após ano, desde 1907, é assim, Sergio! E não há quem ponha mão na pouca vergonha em que se transformou o futebol.

Eles têm o trauma, mas também têm os títulos que deviam ser nossos.

Abraços Gloriosos!

Anónimo disse...

IRMÃO

PARECE SER FLORIANO O JOGADOR COM INTERROGAÇÃO

SAUDAÇÕES ALVINEGRAS GLORIOSAS

MARCOS VENICIUS

Ruy Moura disse...

Obrigado pela informação, Irmão. E o livro quando é que sai?

Abraços Gloriosos!

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