quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Menos Messi, mais Cristiano Ronaldo

por Leandro Lainetti
8 de Setembro de 2014

O tal do futebol moderno é feito para máquinas. Fala-se muito em força, físico, explosão muscular, condicionamento físico, preparação. Por vezes, esquecemo-nos da técnica, da arte, dos malabarismos com a bola, características intrínsecas ao jogo. Tamanha preocupação com o físico, até necessária, dada a maratona de partidas que os jogadores enfrentam durante o ano, parece estar transformando os atletas quase em robôs.

Tem que ser alto, forte, veloz, ter boa impulsão, ágil, resistente. Essa constante busca pelo atleta perfeito acaba por transformar seres humanos em máquinas, não somente na força, como também nas atitudes. Hoje, num cenário geral, os jogadores são robozinhos controlados. Dos principais craques do mundo aos mais pernetas, todos têm frases prontas para entrevistas e questionamentos.

Uns dançam ao fazer gols, outros abraçam os companheiros. O título sempre vem acompanhado de discursos recheados de Deus e rodas de oração, mesmo daqueles não religiosos. Quando derrotados, pode haver um choro que, na maioria das vezes, nem parece sincero. Isso quando simplesmente não tiram as camisas e saem de campo apenas como se tivessem cumprido seu trabalho.

Ver Cristiano Ronaldo ganhar o prêmio de melhor do mundo é ver uma máquina de futebol ser premiada. Talvez nenhum outro jogador alie tanto a busca pela perfeição física e técnica quanto o português. Mas, ao mesmo tempo, é ver também um ser humano, repleto de emoções, vencer o pragmatismo do discurso pronto, das frases feitas, dos gestos comuns.

Messi é o mocinho. Fala – mesmo que quase nada – o que todos querem ouvir, foge de polêmicas, não provoca ninguém. Ri pouco, enerva-se pouco, humaniza-se pouco. É o perfeito robô. Messi, sem contar a genialidade em campo, não suscita reações. Cristiano, não. Ou você gosta, ou você odeia. Não é propriamente um vilão, mas se aproxima muito mais desta alcunha do que de ser um herói.

Ele olha para a câmera, ajeita o cabelo, faz pose para bater faltas, sabe que é o centro das atenções e gosta de mexer com isso. Tem a marra dos grandes craques, a postura superior de quem realmente é um dos melhores naquilo que faz. Comemora gols pedindo “calma, Camp Nou” ou “eu estou aqui, eu mando aqui”, situações que agradam quem o ama, e que aumentam ainda mais o ódio de seus opositores.

Cristiano é o jogador humano dentro e fora de campo. É quem chora por ganhar o prêmio, quem afaga o filho, quem se emociona por causa da mãe. É o anti “estou feliz, estou tranquilo”, mesmo sendo o melhor jogador do mundo. É o individualista que rouba a cena, atrai os holofotes. Precisamos de mais jogadores como Cristiano Ronaldo, Romário, Eric Cantona, Djalminha, Ibrahimovic. Bons dentro de campo, e cheios de personalidade fora dele. E menos Messi, Kaká, Pato, Ronaldinho Gaúcho e seus discursos ensaiados, frases feitas e declarações insossas.

Que Cristiano Ronaldo ainda perdure por muitos anos no topo, pois estamos fartos dos robôs certinhos.

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