Facebook de José Luiz Prímola:
“O
problema com o mundo moderno é que os idiotas estão seguros e os inteligentes
cada vez mais cheios de dúvidas.” – Bertrand
Russel (1872-1970), em artigo escrito na década de 1930.
Vencedor do Nobel de literatura em 1950,
Russel ganhou notoriedade como defensor da vida criativa, moderna e racional
que os totalitarismos de seu tempo (nazismo, fascismo ou comunismo) ameaçavam.
O paradoxo do pensamento de Russel é a
base do conceito do chamado ‘efeito Dunning-Kruger’ ou a síndrome do ‘idiota
confiante’.
Trata-se do distúrbio cognitivo dos
indivíduos que ignoram o limite da própria ignorância. O conceito foi criado em
1999 em um artigo publicado por dois psicólogos americanos da Universidade de
Cornell, Justin Kruger e David Dunning.
“Os
incompetentes são frequentemente abençoados com uma confiança inadequada,
afiançada por alguma coisa que, para eles, parece conhecimento”, diz trecho
do artigo.
Nesta semana, o próprio Dunning publicou
no site Político um texto em que sugere que sua teoria seria a chave para
justificar a ascensão do candidato republicano Donald Trump à liderança das
pesquisas na eleição presidencial americana.
No artigo, o pesquisador explica como
Trump fala grosso, mas mostra desconhecimento completo sobre temas fundamentais
do cargo que pleiteia, como o programa nuclear americano ou a política externa
do país.
Dunning sugere que parte dos eleitores,
em especial aqueles que enfrentam sofrimentos materiais e emocionais, gosta das
bravatas de Trump, mas não reconhece suas gafes como erros porque não sabe que
elas são erros.
“A
única coisa que a gente sabe é o limite do próprio conhecimento. Se você não
entende que a verdade é construção histórica e que o ponto de vista do
diferente é essencial para conhecê-la, você se torna um ‘idiota confiante’.
Isto é cimento para fundamentalismos”, afirma Bortolo Valle, filósofo e
professor de ética da PUC PR.
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