domingo, 4 de setembro de 2016

Botafogo 2x1 Grêmio

Sassá, o nosso ‘Sassalotelli’, artilheiro do ‘brasileirão’, exemplo de trabalho constante, de esforço e de abnegação – um time pode dispensar gênios preguiçosos, mas jamais pode dispensar atletas trabalhadores e persistentes

É o Botafogo da gangorra entre o céu e o inferno. Porém, nunca gostei de gangorra e não me identifico com este futebol botafoguense, com este futebol que oscila entre moleque desleixado e adulto arrependido que decide portar-se bem de vez em quando, ou somente em um dos dois tempos de jogo.

Não me identifico com este sobe e desce, este vai e vem, as decisões inconsistentes das diretorias, o amadorismo do departamento de futebol, as ignorâncias técnicas e as teimosias pessoais das comissões técnicas (é preciso tomar 5x2 em casa para logo depois o treinador escalar Carli, do qual dissera que só entraria se provasse em treino), a moleza de jogadores que bastas vezes só no limite decidem batalhar por cada jogada e por cada bola em disputa.

Apesar dos erros que Jair Ventura ainda evidenciou neste jogo e de alguma quebra da equipe na 2ª parte, o que tem este time a ver com o time goleado pelo Cruzeiro? Como é possível que responsáveis desportivos com a tarefa de recuperar o Clube das malignas diretorias de Assumpção procedam sem liderança forte, sem capacidade de tornar regulares as exibições da equipe mediante cobrança permanente de técnicos e jogadores?

E seria tão fácil concretizar uma equipe interessante face ao futebol miserável, ou próximo disso, apresentado pelos demais 19 clubes. Veja-se o 2º gol de hoje. O Grêmio perde a bola infantilmente a meio campo, a defesa deixa o atleta botafoguense progredir no terreno vários metros, Sassá é marcado mas, subitamente, faz um ziguezague e apresenta-se pelo lado contrário do zagueiro, que não se apercebe do movimento – como se atacantes não mudassem de posições – e Sassá recolhe o passe livremente no lado contrário do zagueiro e toca facilmente para gol. Simples. Eficaz.

Ou seja, um mínimo de inteligência, com um esquema tático prudente e agindo sobre os erros permanentes dos adversários, mesmo este Botafogo tecnicamente frágil estaria em condições de disputar, pelo menos, os seis primeiros lugares. E deixar-nos andar mais tranquilos e não sobre brasas permanentes.

O futuro não está sendo construído em General Severiano e é preciso que consigamos um corpo forte de torcedores para impor várias mudanças no Clube, começando por dar direito de voto a TODOS os sócios e não manter o Clube fechado em meia dúzia de mandantes, sempre os mesmos, que não abrem o Botafogo ao mundo exterior e às mudanças globais operadas no mundo do futebol. É preciso haver novos estatutos com eleições amplas, que incluem todos os sócios, de modo a algum dia se conseguir a vitória de uma chapa de ruptura que leve o Glorioso novamente ao esplendor a que eu assisti na década de sessenta do século passado.

Respiramos com algum alívio após esta importante vitória e uma almofada de cinco pontos em relação à linha de rebaixamento, mas quem nos garante que o próximo jogo não nos traz mais surpresas indesejadas?

PRECISAMOS DE TORCEDORES INCONFORMADOS, EXIGENTES E PARTICIPATIVOS!

FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x1 Grêmio
» Gols: Camilo, aos 20’ e Sassá, aos 28’ (Botafogo); Batista, aos 80’ (Grêmio)
» Competição: Campeonato Brasileiro – série A
» Data: 04-09.2016
» Local: Estádio Luso Brasileiro (Arena Botafogo), no Rio de Janeiro
» Renda: R$ 143.720,00
» Público: 4.738 pagantes (5.199 presentes)
» Árbitro: Wagner Reway (MT); Assistentes: Eduardo Gonçalves da Cruz (MS) e Fabio Rodrigo Rubinho (MT)
» Disciplina: cartão amarelo – Emerson Santos, Joel Carli, Airton (Botafogo); Maicon, Luan, Edílson, Ramiro (Grêmio)
» Botafogo: Sidão, Luís Ricardo (Emerson Silva), Joel Carli, Emerson Santos e Victor Luís; Airton, Bruno Silva, Fernandes (Dudu Cearense) e Camilo; Neilton e Sassá (Rodrigo Pimpão). Técnico: Jair Ventura.
» Grêmio: Bruno Grassi; Edílson, Wallace Reis, Kannemann e Marcelo Oliveira; Maicon (Kaio), Walace (Ramiro) e Jailson; Douglas, Luan e Henrique (Batista).
Técnico: Roger Machado.

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