Sassá, o nosso ‘Sassalotelli’,
artilheiro do ‘brasileirão’, exemplo de trabalho constante, de esforço e de abnegação
– um time pode dispensar gênios preguiçosos, mas jamais pode dispensar atletas
trabalhadores e persistentes
É o Botafogo da gangorra entre o céu e o inferno. Porém, nunca gostei de gangorra
e não me identifico com este futebol botafoguense, com este futebol que oscila
entre moleque desleixado e adulto arrependido que decide portar-se bem de vez
em quando, ou somente em um dos dois tempos de jogo.
Não me identifico com este sobe e desce, este vai e vem, as decisões
inconsistentes das diretorias, o amadorismo do departamento de futebol, as
ignorâncias técnicas e as teimosias pessoais das comissões técnicas (é preciso
tomar 5x2 em casa para logo depois o treinador escalar Carli, do qual dissera
que só entraria se provasse em treino), a moleza de jogadores que bastas vezes só
no limite decidem batalhar por cada jogada e por cada bola em disputa.
Apesar dos erros que Jair Ventura ainda evidenciou neste jogo e de alguma
quebra da equipe na 2ª parte, o que tem este time a ver com o time goleado pelo
Cruzeiro? Como é possível que responsáveis desportivos com a tarefa de recuperar
o Clube das malignas diretorias de Assumpção procedam sem liderança forte, sem
capacidade de tornar regulares as exibições da equipe mediante cobrança
permanente de técnicos e jogadores?
E seria tão fácil concretizar uma equipe interessante face ao futebol
miserável, ou próximo disso, apresentado pelos demais 19 clubes. Veja-se o 2º gol
de hoje. O Grêmio perde a bola infantilmente a meio campo, a defesa deixa o
atleta botafoguense progredir no terreno vários metros, Sassá é marcado mas,
subitamente, faz um ziguezague e apresenta-se pelo lado contrário do zagueiro,
que não se apercebe do movimento – como se atacantes não mudassem de posições –
e Sassá recolhe o passe livremente no lado contrário do zagueiro e toca
facilmente para gol. Simples. Eficaz.
Ou seja, um mínimo de inteligência, com um esquema tático prudente e
agindo sobre os erros permanentes dos adversários, mesmo este Botafogo
tecnicamente frágil estaria em condições de disputar, pelo menos, os seis
primeiros lugares. E deixar-nos andar mais tranquilos e não sobre brasas
permanentes.
O futuro não está sendo construído em General Severiano e é preciso que
consigamos um corpo forte de torcedores para impor várias mudanças no Clube,
começando por dar direito de voto a TODOS os sócios e não manter o Clube
fechado em meia dúzia de mandantes, sempre os mesmos, que não abrem o Botafogo
ao mundo exterior e às mudanças globais operadas no mundo do futebol. É preciso
haver novos estatutos com eleições amplas, que incluem todos os sócios, de modo
a algum dia se conseguir a vitória de uma chapa de ruptura que leve o Glorioso
novamente ao esplendor a que eu assisti na década de sessenta do século
passado.
Respiramos com algum alívio após esta importante vitória e uma almofada
de cinco pontos em relação à linha de rebaixamento, mas quem nos garante que o
próximo jogo não nos traz mais surpresas indesejadas?
PRECISAMOS DE TORCEDORES INCONFORMADOS, EXIGENTES E PARTICIPATIVOS!
FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x1 Grêmio
» Gols: Camilo, aos 20’ e
Sassá, aos 28’ (Botafogo); Batista, aos 80’ (Grêmio)
» Competição: Campeonato Brasileiro – série A
» Data: 04-09.2016
» Local: Estádio Luso
Brasileiro (Arena Botafogo), no Rio de Janeiro
» Renda: R$ 143.720,00
» Público: 4.738
pagantes (5.199 presentes)
» Árbitro: Wagner Reway
(MT); Assistentes:
Eduardo Gonçalves da Cruz (MS) e Fabio Rodrigo Rubinho (MT)
» Disciplina: cartão amarelo – Emerson Santos, Joel Carli, Airton (Botafogo); Maicon, Luan, Edílson,
Ramiro (Grêmio)
» Botafogo: Sidão, Luís
Ricardo (Emerson Silva), Joel Carli, Emerson Santos e Victor Luís; Airton,
Bruno Silva, Fernandes (Dudu Cearense) e Camilo; Neilton e Sassá (Rodrigo
Pimpão). Técnico: Jair
Ventura.
» Grêmio: Bruno Grassi;
Edílson, Wallace Reis, Kannemann e Marcelo Oliveira; Maicon (Kaio), Walace
(Ramiro) e Jailson; Douglas, Luan e Henrique (Batista).
Técnico: Roger Machado.
Técnico: Roger Machado.
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