quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Comentário e contra-comentário: os campeões planejam-se…

Comentário de um ‘facebuquista’ botafoguense:

Parem de pensar pequeno, 33 pontos em jogo e vamos ser campeões. Foca no 7 ou no 5, tem que focar nos 13 pontos, ou seja, quatro jogos e ir para a galera. Campeão e não nesses pontinhos para Libertadores. O Botafogo já mostrou que tem time mesmo nos altos e baixos, buscar o campeonato, o resto é o resto.”

O meu contra-comentário ao amigo ‘facebuquista’ botafoguense:

Não… O foco é a salvaguarda da 1ª divisão e depois segurar a equipe na 1ª metade da tabela. E já é muito estar em 8º lugar depois de tudo o que passamos. Preparar já 2017 para se discutir, então, com uma equipe melhor, o G5, ou lá o que seja. Fugir para a frente sem calçado adequado acaba sempre com a eliminação do concorrente... Quantas vezes já se pensou alto (sem fundamentos) e acabamos em baixo?... Porquê? Ora, porquê... Estamos fartos de ver este filme ano após ano e as quedas e desilusões se sucedendo... Porque uma equipe a sério, competitiva e consistente não se constrói de um dia para o outro com mera mudança de treinador. Constrói-se com planejamento. Ou em contrário trata-se apenas de um 'planejumento'. Abraços Gloriosos.”

Continuando aqui no Mundo Botafogo:

Penso que a torcida Gloriosa devia perceber que os sucessos não são feitos de um dia para o outro, mas exigem planejamento, muito trabalho, humildade, perseverança e, finalmente, o orgulho de se saber que se cumpriram as etapas e a Glória pode estar merecidamente à porta.

Porém, isso exige, no caso do futebol botafoguense, uma diretoria que praticamente não existe profissionalmente, um departamento de futebol bem dirigido que não temos, um elenco bem contratado que não possuímos, a gestão dos jogadores que não fazemos, a preparação/recuperação física que não dominamos, o treino com metodologias modernas que não usamos, a tática e a dinâmica de jogo que não sistematizamos, a transição adequada das bases para os profissionais que não cuidamos…

Um título importante exige, ainda, estruturas e infraestruturas adequadas, capacidade financeira, influência nos centros de decisão, prestígio externo, disciplina e rigor a todos os níveis.

Compreendo que um torcedor queira – como eu!!! – que o nosso Clube conquiste grandes títulos, mas não nos iludamos: disputar a Libertadores sem condições a partir de um elenco efetivamente muito limitado – valendo alguns outros serem ainda mais limitados que o nosso – e fazer a mesma figura fracassada de há dois anos, eu não desejo. E não acredito nas competências do gerente de futebol no que respeita a novas (e boas) contratações.

Quando quisermos conquistar um título teremos que estar bem preparados à partida e anunciarmos que somos candidatos ao título – humildemente e orgulhosamente. Isso não se faz a meio de uma temporada após rodadas e rodadas com o cutelo sobre o pescoço. O improviso tem limites, e a sofrida sociedade atual creio que sabe muito bem o quanto custa – e ainda custará mais – a falta de planejamento, de rigor e de exigência.

Ademais, acaso o Botafogo esteja em situação favorável de ser campeão tenho a certeza absoluta que as arbitragens começarão a funcionar contra nós – tem sido sempre assim quando subimos ‘ameaçadoramente’ na tabela. O que significa que se quisermos mesmo um novo título de campeão terá que ser arrancado mais ou menos contra tudo e contra todos com ousadia e muita luta.

Por exemplo, hoje mesmo Pedro Chilingue (do Preto e Branco), exemplifica bem, com o caso da interdição do nosso Niltão, os obstáculos que temos que enfrentar: "O déficit técnico e financeiro do Botafogo foi absurdo. Reza a lenda que, à época, o clube negociava uma generosa venda de Naming Rights, ou seja, receberia um excelente dinheiro em troca do nome do seu estádio. Além disso, nos tomaram na marra a nossa casa no ano em que montaríamos nosso time mais competitivo."

Em suma, calma no presente e muita exigência para o futuro é o que o Clube precisa por agora. O Botafogo necessita de torcedores ambiciosos e inconformados, sem dúvida, mas, simultaneamente, torcedores esclarecidos, exigentes e participativos.

É tempo de começar a planejar o ano que vem para que nos esqueçamos completamente de 2014 e 2015 e nos esperancemos, em 2016, que o ano de 2017 seja diverso daqueles a que infelizmente estamos habituados há bastante tempo.

OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

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