domingo, 21 de julho de 2019

Botafogo 0x1 Santos

Eduardo Barroca sabe a (não)qualidade da sua equipe e procura montar uma estratégia diminuidora do potencial dos adversários mediante muita posse de bola capaz de retirar velocidade ao adversário e favorecer a maior lentidão dos nossos jogadores.

Porém…

Porém, o Botafogo pouco mais faz do que isso. A posse de bola exige que, em alguns momentos, a equipe mude rapidamente a velocidade  de jogo, faça mudanças de flanco para rasgar a defesa em desequilíbrio e penetrar rapidamente com perigo frente à baliza. Ora, o Botafogo não sabe fazer isso, porque à custa de baixar a velocidade do jogo não é capaz de a acelerar subitamente, entre outras razões, porque não possui jogadores velozes além do Erik e não tem atacantes que façam gols.

Então, a posse de bola é inócua e o Botafogo torna-se previsível numa equipe que não tem velocidade nem ataque – e quem não tem ataque não ganha jogos.

Nos últimos três jogos o Botafogo perdeu duas partidas por 1x0 e empatou uma por 0x0, não marcando nenhum gol e, por isso, basta um gol adversário em jogada súbita ou um erro da defesa para perder o jogo. Ou, no caso, um golaço imparável de fora da área.

Assistiu-se a um primeiro tempo em que o Botafogo marcou bem a criação do Santos, pese embora Marcinho ter sido constantemente assediado e pouco apoiado pelos companheiros, abrindo-se um corredor ao Santos, sobretudo porque enquanto o Botafogo tem posse de bola com lentidão, os paulistas fizeram muito mais jogo vertical com precisão de passe e velocidade, ameaçando mais vezes o Botafogo do que o inverso. Enquanto isso, sempre que chegou ao ataque, bem lentamente, o Botafogo nunca perigou a baliza adversária ao longo dos 45 minutos iniciais.

O segundo tempo começou diferente em virtude da expulsão de um adversário. O árbitro expulsou-o porque não teve outro remédio:  Lucas Veríssimo já antes devia ter recebido o segundo amarelo e, neste caso, a jogada foi tão flagrante que o árbitro teve que o expulsar.

Então, claramente o Botafogo assumiu maior proximidade à baliza adversária e, momentaneamente, o Santos teve dificuldade de se ajustar à nova realidade. Poderíamos ter marcado então, mas quem não tem jogadores de ataque nem médios com pontaria, nem zagueiros para cabecear com sucesso nos escanteios, não consegue fazer gol.

E a partir dos 12’ da partida o Santos recuperou  sua melhor articulação após uma substituição errada de Barroca, que atirou Alex Santana para o banco, apesar de a sua exibição ter sido muito aceitável. E a partir daí o Botafogo piorou e, apesar de estar jogando com um atleta a mais, permitiu um contra-ataque do Santos de 3 contra 1.

Nesse contra-ataque um jogador do Santos escorregou antes de qualquer contato com Gilson e o árbitro aproveitou a ocorrência para o que já tanto esperava: a oportunidade de, 22’ após expulsar o paulista, igualar as forças em campo com expulsão de Gilson.

Ora, Gilson não teve nenhum contato com o adversário antes de ele escorregar e cair, tocando-se levemente pouco depois pela pressão dos corpos na jogada. O santista reclamou e o árbitro prontamente mostrou o segundo amarelo e… MUDOU O RUMO DO JOGO!

Então, o Santos tornou a exercer maior perigo através de uma equipe tecnicamente melhor, perigou a baliza de Gatito e acabou sofrendo o gol da derrota numa execução primorosa de Marinho. E depois disso o Santos teve, pelo menos, quatro oportunidades claras de ‘matar’ o jogo, enquanto o Botafogo não conseguiu entrar na área com perigo e apenas teve uma chance de marcar.

Em suma, se o árbitro influenciou no resultado, tornando a desequilibrar a partida com a injusta expulsão de Gilson, a verdade é que o Botafogo não cresceu como eu esperava. Não que lhe falte vontade – o que falta mesmo é capacidade técnica na criação, na velocidade, na finalização.

Torno a recear o futuro da equipe de futebol em 2019 face ao crescimento zero da equipe, em jogo desenvolvido e em gols marcados.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x1 Santos
» Gols: Marinho, aos 74’
» Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Data: 21.07.2019
» Renda: R$ 480.278,70

» Árbitro: Heber Roberto Lopes (SC); Assistentes: Bruno Boschilia (PR) e Daiane Caroline Muniz dos Santos (MS); VAR: André Caio Max Augusto Vieira (RN); Assistentes VAR: Pablo Ramon Goncalves Pinheiro (RN) e Flávio Gomes Barroca (RN)
» Disciplina: cartão amarelo – Gilson e Joel Carli (Botafogo) e Gustavo Henrique, Lucas Veríssimo e Marinho (Santos); cartão vermelho (segundo amarelo): Gilson (Botafogo) e Lucas Veríssimo (Santos)
» Botafogo: Gatito Fernández; Marcinho, Carli, Gabriel e Gilson; Cícero, Alex Santana (Victor Rangel), João Paulo; Erik, Diego Souza (Jonathan) e Luiz Fernando (Rodrigo Pimpão). Técnico: Eduardo Barroca.
» Santos: Éverson; Lucas Veríssimo, Felipe Aguilar, Gustavo Henrique; Jorge, Diego Pituca, Carlos Sánchez, Jean Mota (Victor Ferraz), Eduardo Sasha (Felipe Jonatan), Uribe (Marinho) e Soteldo. Técnico: Jorge Sampaoli.

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