por RUI MOURA
Editor do Mundo Botafogo
Há 11 anos, em 2008,
o Mundo Botafogo lançou diversas sondagens sobre o perfil dos botafoguenses em
relação às suas preferências no que respeita a toda a história do Botafogo
(dirigentes, treinadores, jogadores, equipes, acontecimentos, etc.), tendo em
abril desse já longínquo ano lançado a questão dos desportos olímpicos
preferidos.
O resultado foi
uma preferência clara, em primeiro lugar, pelo voleibol (44%) e, em segundo
lugar, pelo basquetebol (33%), somando 77% das preferências dos leitores.
Ora, um Clube não
é apenas futebol. Um Clube é predominantemente social e dispõe, em geral, de
diversas modalidades, que lhe dão diversidade, títulos, projeção e prestígio.
No Botafogo é
muita clara a preferência por futebol, voleibol e basquetebol (embora eu seja
um apaixonado pelo atletismo e pelos desportos aquáticos), privilegiando-se as modalidades
terrestres disputadas em campos no interior de recintos e exclusivamente coletivas.
Espanta-me, por
isso, os ataques mais ou menos rudes e absurdos que têm sido feitos por alguns
botafoguenses aos reforços das equipes de voleibol e de basquetebol,
modalidades com diversos títulos sul-americanos, brasileiros e estaduais, que
constituem a recompensa de dois anos de grande esforço, dedicação e evolução de
ambas as modalidades e que projetou e prestigiou mais o Botafogo com os bons
resultados alcançados em ambos os casos – e que são praticamente as únicas boas
decisões da diretoria cessante e da atual.
Como se não
bastasse o nosso remo ter sido prejudicado, sem benefício visível para o
futebol, que continua técnica e financeiramente desastroso, certos torcedores querem
condenar também o voleibol e o basquetebol em favor de benefício duvidoso do
futebol, eventualmente com mais uns trocos sem retorno esportivo.
O futebol e o
próprio Botafogo dependem de um grande investimento, em alternativa à ruína
anunciada. Não é destruindo o que de extraordinário foi construído em todo o
Clube social que se constrói o futuro. Neste momento decisivo da vida do Clube,
a última oportunidade para a sobrevivência do futebol do Botafogo reside na
entrada célere e inquestionável do projeto ‘Moreira Sales’, não da destruição
das outras modalidades que, aliás, se financiam através de patrocínios que
certamente não reverteriam para o futebol.
Sou absolutamente
contra esta visão maniqueísta de um Botafogo com ângulo de observação exclusivo
no futebol. Bem avisado estava, e bem nos avisou, Lúcio Rangel: – “Eu não gosto de futebol, gosto é do Botafogo.”
Eu gosto de futebol,
mas o que amo realmente é o extraordinário patrimônio desportivo e cultural do nosso
histórico e tradicional BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS, iniciado há 125 anos!
8 comentários:
Ruy, tenho observado resultados no mínimo decepcionantes nas categorias de base do futebol. O time profissional não tem craques, mas está bem no Brasileirão. Dá pena ver a pista do Engenhão sem ser utilizada pelo Atletismo do Botafogo, desativado no começo dos anos 2000! Queria ver o Fogão grande novamente nas equipes femininas de basquete e vôlei.
Prejudica-se as outras mosdalo«idades por causa do futebol, mas não se obtém nenhum título relevante no futebol e destroem-se os enormes esforços e dedicação nas outras modalidades vencedoras. Ao menos, se só o futebol conta, então deveriam ter brio em nos dar bom futebol. Mas não: mau futebol e desprezo pelas outras modalidades. Valha estes dois últimos anos de reerguimento do Basquete e do Vôlei. Espero que assim continue. Falta reabilitar o remo.
Em minha opinião, em vez de o Botafogo ter como modaliaddes umas vezes o poker, outras vezes o judô, outras vezes o futebol de 7, etc., deveria fixar-se, pelo menos enquanto a situação do Clube não fosse boa, nas modalidades em que sempre foi histórico: Futebol, Voleibol, Basquetebol, Remo, Polo Aquático e Natação, no masculino e no feminino. Creio que o Futsal seria a modalidade seguinte a desenvolver.
Nota: há mais de 20 anos sem haver um título relevante no futebol...
Abraços Gloriosos.
A virada de mesa no basquete. Todo ano é a mesma coisa:
https://esporterio.blogspot.com/2019/07/campeonato-brasileiro-masculino-de.html
Miguel Gonzalez.
Normalíssimo, Miguel. No Brasil não há nenhum desporto com práticas regulares ano após ano. Ou alteram tudo ou simplesmente nem há competições em certos anos. Memso no futebol: as mudanças contínuas das regras do campeonato carioca são de risada e nada mais. Profissionalismo zero, planeamento zero, sensatez zero. Lamentável.
Abraços desportivos.
https://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2019/07/16/leo1-2/
Esse homem é excepcional como pessoa e como treinador. Um verdadeiro exemplo de como se preoarar para técnico de basquetebol; é uma verdadeira lição para os medíocres técnicos do futebol brasileiro que, à excepção de Tite não procuram formar-se e informar-se sobre a evolução das técnicas, métodos e outros componentes que caracterizam o futebol moderno e competitivo. Semtécnicos capazes no futebol, há pelos menos alguns técnicos capazes no basquetebol e no voleibol.
Sou absoluto fã de Leo Figueiró. A nossa classificação entre as 4 melhores equipes brasileiras deve-se principalmente a ele, ao seu caráter como líder e aos seus conhecimentos atualizados como técnico.
Abraços Gloriosos.
Ruy,só espero que essa possível vinda dos MS não deixem os esportes "amadores" na mão do pessoal que toma conta atualmente do futebol,que eles olhem com carinho para os outros esportes até pq o Botafogo não é só futebol.
Abraços!!!
O que diz é bem verdade, Carlos Eduardo. Porém, os MS só têm comprometimento com o futebol e mais nenhu desporto. Não sei como serão olhadas as outras modalidades, mas creio que podem sobreviver com patrocínios, publicidade e subsídios às modalidades. Era assim no remo até que... enfim, cala-te boca....
Como escrevi emoutro comentário, é preciso focalizar 6-7 desportos. Mais do que isso só o futuro diria. E, aliás, em outras modalidades temos poucos pergaminhos. Futebol e mais 6-7 desportos chegava bem para os próximos anos. Depois se veria...
Abraços Gloriosos.
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