Da esquerda para a direita: fila detrás –
Pullen, Coggin e Dinorah; fila do meio – Rolando, Lulu Rocha e Lefevre;
fila da frente - Emmanuel, Abelardo, Décio, Mimi e Lauro. Crédito: Alceu Mendes
de Oliveira Castro (1951): O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro,
Gráfica Milone.
por
ANGELO ANTONIO SERAPHINI & RUY MOURA
Colaborador
do Mundo Botafogo & Editor do Mundo Botafogo
Luiz Martins da Rocha, o ‘Lulu Rocha’, nasceu no Rio de
Janeiro, em 1º de agosto de 1889, e faleceu na mesma cidade em 1977, tendo
defendido as cores do Botafogo Football Club como médio-direito e centro-médio
entre 1906 e 1916.
Lulu era irmão do histórico Carlos Martins Rocha – o
‘Carlito Rocha’ –, de Pedro Martins Rocha, de José Martins Rocha e de Luís
Martins Rocha, todos jogadores do Botafogo entre 1904 e 1919, que mais tarde foram
dirigentes do Clube.
Foi casado com Dona Dercylia Machado da Rocha, teve dois
filhos – um médico e outro advogado – e um casal de netos.
Lulu começou por jogar no Rio FC, quando cursava ‘humanidade’
no Colégio Alfredo Gomes, e em 1906 estreou na equipe de Segundos Quadros do
Botafogo FC, tendo disputado apenas um jogo e ascendido imediatamente ao
escalão principal. Nos primeiros tempos Lulu atuou como médio-direito, mas em
1908 passou a centro-médio.
Ele era alto, forte e utilizava bem os dois pés nos
lançamentos de elevada técnica que efetuava para os atacantes, além de possuir
qualidades de comando e de desportista. Participou praticamente em todos os
jogos internacionais que se realizaram durante o período da sua carreira e
sagrou-se campeão estadual pelo Botafogo em 1907, 1910 e 1912. Marcou 16 gols
em 83 jogos pelo Glorioso.
Entre 1909 e 1916, ano em que encerrou a carreira de
futebolista, Lulu esteve sempre presente nas convocatórias da Seleção Carioca e
algumas convocatórias da Seleção Brasileira. Praticou também outros desportos,
com destaque para o remo, tendo vencido, entre outras provas, dois grandes
clássicos: o clássico ‘Sul América’, em 1909, e o clássico ‘Joaquim Botânico’,
em 1910.
Em entrevista de 1957, Lulu Rocha revelou o ambiente
futebolístico da época:
– “O convívio fraternal
dos defensores botafoguenses tinha qualquer coisa de exemplar e grandioso. O
futebol daquela época era praticado com cavalheirismo e lealdade. Nenhum
jogador teria coragem de fazer acintosamente um hand e muito menos um faul. Era
um aborrecimento bater o adversário desfalcado. Um goal de penalty empanava o
brilho da vitória. A rivalidade entre os clubes não prejudicava a boa
camaradagem, o espírito, a graça de suas relações.”
Confessou, ainda, que a sua maior alegria foi “quando pela vez primeira, em 1907, vencemos
o Fluminense, […] por quatro a dois.”
E que a segunda recordação mais grata foi “a
aclamação, em 1910, pelo público de São Paulo, ao terminar a partida que
disputamos com a Associação Atlética das Palmeiras, que, por cinco anos
consecutivos, mantinha o título de campeão paulista, e que o Botafogo vencera
por sete a dois”. Finalmente, a sua maior tristeza “foi quando o Botafogo, campeão de 1910 e líder do certame de 1911,
viu-se forçado a abandonar a Liga”.
Lulu destacou, como jogadores que mais admirou no seu
tempo, Belfort Duarte, Mimi Sodré, Abelardo de Lamare, Victor Etchegaray, Nery,
Welfare, Sidney, Luiz Menezes, Flávio Ramos, Pullen, Norman Hime e, acima de
todos, Antônio Luiz Werneck, seu mestre. Já depois de ter encerrado a carreira
de futebolista apreciou principalmente Nilo, Paulinho, Carvalho Leite,
Domingos, Riva, Leite de Castro, Alemão, Martim e Victor.
Fez parte das Comissões Técnicas do Botafogo nos anos de 1914, 1915, 1921 e 1924 e foi-lhe atribuído o título de Sócio Benemérito do Clube em 25 de novembro de 1915.
Lulu formou-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em 1911, exercendo a profissão de advogado e desempenhando altas funções no Contencioso da Prefeitura do Rio de Janeiro, que à época era Distrito Federal.
Fontes:
Boletim do Botafogo de Futebol e Regatas (1957); Datafogo; Mundo Botafogo;
Wikipédia.
2 comentários:
A rica história do glorioso como deve ser mostrada e reverenciada. Parabens meu querido irmão botafoguense
Janjão e editor do Mundo Botafogo sempre na missão de divulgação de tudo o que se refere a BOTAFOGO! Obrigado por tudo, Grande Irmão!
Abraço Glorioso, Angelo!
Enviar um comentário