RUY
MOURA
Editor do Mundo Botafogo
Em visita ao
Centro de Artes Nadir Afonso e ao Museu Rural, situados no município de
Boticas, na região de Chaves, destaca-se claramente a obra de Nadir Afonso, da
qual são dados breves exemplos da sua arte e da sua pintura abundantemente
representada no Centro (Créditos: Centro de Artes Nadir Afonso, fotos do Acervo
do Editor do Mundo Botafogo):
LENDA DA
MOURA DA PONTE DE CHAVES
Reza a lenda de Chaves que no século XII, uma jovem moura
ficara noiva do primo, Abed, filho de um guerreiro mouro que virara alcaide. A
jovem, apesar de ter aceitado o noivado, não amava o futuro marido. Anos mais
tarde, os cristãos voltaram para reconquistar Chaves, e a jovem moura foi
tomada refém por um guerreiro cristão. A moura e o cristão apaixonaram-se e
viviam felizes, enquanto o seu prometido e o seu tio fugiram de Chaves. Os
cristãos ganharam a guerra e restabeleceu-se a paz.
Abed, que sabia do caso, nunca perdoou, e voltou à cidade
vestido de mendigo, para se vingar. Esperou-a na ponte e, quando a viu,
pediu-lhe esmola. A moura, que lhe estendeu a mão, cruzou olhares com ele e o
mouro rejeitado rogou-lhe a praga: “Para sempre ficarás encantada sob o
terceiro arco desta ponte. Só o amor de um cavaleiro cristão, não aquele que te
levou, poderá salvar-te.” A moura desapareceu como por magia, e só poucas damas
cristãs foram testemunhas.
O amado procurou a sua moura por toda a parte e nunca a
encontrou, acabando por morrer de tristeza e saudade. E a moura encantada da
ponte nunca mais foi vista. Anos mais tarde, diz o povo que, numa noite de S.
João, passava um cavaleiro cristão pela ponte quando ouviu murmúrios e
socorros.
Então, uma voz de mulher lhe pediu para descer ao
terceiro arco da ponte e dar-lhe um beijo. O jovem cristão, com medo, fugiu.
Assim, ficou a moura da ponte de Chaves encantada para sempre. Agora, nas
noites de S. João, é possível ouvir os lamentos da moura encantada, que está
eternamente castigada por se ter apaixonado.
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