terça-feira, 18 de janeiro de 2022

BOTAFOGUENSES ANÔNIMOS (20): Caznok

por JOSÉ RICARDO CALDAS E ALMEIDA

Colaborador do Mundo Botafogo e Pesquisador de futebol

Participação de Eduardo Tonon Narciso da Rocha, de Criciúma (SC)

João Caznok Filho nasceu em Capinzal (SC), no dia 20 de novembro de 1930. Neto de italianos e bisneto de poloneses partiu, ainda jovem, com sua família para o Paraná, de onde era o seu pai.

Em Curitiba (PR) iniciou sua carreira de jogador de futebol quando ingressou no quadro de juvenis do Ferroviário. Galgando rapidamente as divisões superiores, no ano seguinte disputou algumas partidas no time de profissionais, conseguindo, somente em 1949, efetivar-se em definitivo.

Antes de deixar o Ferroviário colecionou títulos no futebol paranaense, tornando-se campeão nos anos de 1948, 1950 e 1953. Em 1950 também conseguiu sagrar-se vice-campeão brasileiro universitário com a Seleção do Paraná.

Pelo seu físico (1,82 m de altura e 74 kg de peso) e por sua maneira de jogar, quando ingressou no Botafogo chegaram a dizer que se tratava do novo Vinícius (jogador que havia se transferido para o futebol italiano).

E as expectativas em torno dele quase foram confirmadas em sua estreia. No dia 1º de outubro de 1955, no Maracanã, válido pelo Campeonato Carioca, o Botafogo venceu o Bangu, por 4x3, com dois gols marcados por Caznok. O Botafogo formou com Edgard, Gerson dos Santos e Nilton Santos; Orlando Maia, Bob e Pampolini; Garrincha, Gato, Casnok, Paulinho Omena e João Carlos. Técnico: Zezé Moreira.

Todavia, não atendeu às expectativas que cercaram sua transferência, jogando poucas vezes, sendo sua última participação em 11 de janeiro de 1956, num amistoso que o time misto do Botafogo disputou em Barra Mansa (RJ), vencendo o clube do mesmo nome, por 4x1. Em sua despedida marcou dois gols.

Continuou com o passe ligado ao Botafogo, mas tendo em vista que a delegação do Botafogo se encontrava na Europa, aproveitou o fato de os profissionais que permaneceram no Brasil estarem sem atividades e foi até São Paulo, treinar no Palmeiras.

Já no treino do dia 13 de abril de 1956, titulares e reservas do Palmeiras empataram em 2x2, com Caznok marcando um dos gols dos suplentes.

Contando com a indispensável permissão do Botafogo, Caznok foi inscrito pelo Palmeiras para a disputa do Torneio "Roberto Gomes Pedrosa", mas não disputou partidas por esta competição.

Disputou apenas dois amistosos pela equipe do Palmeiras: a primeira, em 22 de abril de 1956, no empate em 2x2 com o Barretos, e a segunda, em 3 de maio de 1956, quando seu time foi goleado pelo Sport Recife, por 4x1. Na véspera, durante o treino, Caznok marcou dois gols na vitória dos titulares sobre os reservas, por 6x1.

Em 1º de maio de 1956 Caznok teve suspenso seu contrato com o Botafogo. Em 26 de setembro de 1956 o Tribunal de Justiça Desportiva o indiciou por infração de ordem contratual.

Mas Caznok tinha outros planos, além de jogar futebol. Formado em Engenharia Civil e já sendo um dos sócios de uma firma comercial, retornou para Criciúma, levado pelo empresário Álvaro Catão, para jogar no Atlético Operário.

Logo depois foi trabalhar no Grupo Freitas, já que tinha grande simpatia do empresário Diomício Freitas. Logo foi aproveitado no Metropol, à época gerido pelos Freitas, assumindo o time a um mês da excursão à Europa, após demissão de Ivo Andrade e interinidade de Mendes Ribeiro na função.

Caznok foi o técnico que conduziu o Esporte Clube Metropol em inédita e vitoriosa excursão à Europa, de 27 de abril a 30 de julho de 1962 (23 jogos, 13 vitórias, seis empates e quatro derrotas). Treinou, também, o Criciúma, logo após a transição do Comerciário.

Foi candidato a Vereador pela União Democrática Nacional, fechando a disputa na primeira suplência. Tentou cargos eletivos outras vezes, sem sucesso. Passou pelo Comerciário em meados da década de 1970 e, logo após a transformação para Criciúma Esporte Clube, comandou também o time em 1978.

Recebeu da Câmara de Vereadores o título honorífico de cidadão honorário.

Faleceu no dia 28 de abril de 2016, em Criciúma (SC).

Fotos: Revista do Esporte e Sport Ilustrado.

Fontes: A Gazeta Esportiva; Almanaque do Palmeiras; Histórias Que a Bola Esqueceu; Revista do Esporte.

2 comentários:

Luis Augusto Lombardi disse...

Que legal ter a história de um parente estampado em um blog. Só uma resolva, o João Casnok tem descendência polonesa e ucraniana. Não é descendente de italianos, se puder fazer esta correção eu agradeço. Ele é irmão da minha vó ainda viva e ela contou muitas histórias de seu irmão inclusive temos fotos dele jogando pelos clubes por onde passou . Obrigado pela lembrança

Ruy Moura disse...

Luís Augusto, é também para isso que o blogue existe: que os parentes revivam uma vez mais extraordinários percursos dos seus entes queridos. Agrada-me muito satisfazer os leitores do MB das mais diversas maneiras.Será que poderei escrever que Caznok era "neto de ucranianos e bisneto de poloneses"? Aguardo retorno.
Abraços Gloriosos.

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