terça-feira, 1 de outubro de 2024

Camisa Gloriosa em Chipre (II): Afrodite e o amor de Pigmalião e Galathea

Crédito: Arquivo pessoal.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Na mitologia grega, Pigmalião foi um rei da ilha de Chipre que, segundo Ovídio – poeta romano contemporâneo de Augusto –, também era escultor e ter-se-á apaixonado por uma estátua que esculpira, à qual deu o nome de Galathea, quando buscava reproduzir a sua ‘mulher ideal’, visto ter optado pelo celibato devido à sua insatisfação com o comportamento libertino das mulheres da região de Amatonte, conhecidas como cortesãs.

Aldeia cipriota I. Crédito: Arquivo pessoal.

Entretanto, surge em cena a Deusa Afrodite – cuja lenda grega afirma o seu nascimento em território cipriota – que ter-se-á erguido do mar em algum lugar entre as atuais Paphos e Limassol e dirigido à ‘Petra Tou Romiou’, agora designada por ‘Rocha de Afrodite’.

Aldeia cipriota II. Crédito: Arquivo pessoal.

Na versão mais famosa narrada por Hesíodo, Afrodite surgiu por meio de uma castração, em que Cronos teria decepado os órgãos genitais do seu pai Urano e os havia arremessado ao mar. A espuma que emergiu da queda dos genitais, que alguns autores consideram ser esperma, fecundara Tálassa, personificação do mar, e dessa espuma nasceu Afrodite, que flutuou até às margens sobre uma concha de vieira. A imagem de ‘Afrodite erguendo-se das águas do mar’ é uma das representações mais icônicas da Deusa, celebrizada pela pintura de Apeles.

Museu (casa típica). Crédito: Arquivo pessoal.

Comemorada por alguns autores como ‘filha do Mar’, conta-se, também, que outros autores afirmam que foi arrebatada pelo Céu, em grande pompa, pelas Deusas Horas, e que pela sua extrema beleza todos os Deuses queriam desposá-la. Porém, foi Vulcano que a recebeu, em virtude da sua façanha de ter forjado os raios que permitiram a Júpiter combater os Gigantes que se queriam apoderar do Céu. Mas o marido de Afrodite era de uma fealdade tão grande que ela entregou-se à vida dissoluta e teve muitos amantes, entre os quais Marte, de quem concebeu Cupido.

Museu (casa típica). Crédito: Arquivo pessoal.

Sendo a Deusa do Amor, da Beleza e da Sexualidade na antiga religião grega, e responsável por perpetuar a vida, o prazer e a alegria, Afrodite sentiu compaixão de Pigmalião e foi em busca da mulher ideal para ele, mas não encontrou nenhuma outra que se aproximasse sequer da que Pigmalião esculpira, em beleza e em pudor, pelo que, então, transformou a estátua Galathea numa mulher de ‘carne e osso’, com quem Pigmalião casou e que dela teve uma filha, chamada Paphos, dando o nome à atual região de Paphos.

 

Mosteiro na montanha. Crédito: Arquivo pessoal.

O mito traduz-se pela capacidade humana de determinar o rumo de cada um, concretizando planos e representações particulares ou coletivas. É por esta razão que em psicologia se atribui a designação de ‘Efeito de Pigmalião’ às nossas percepções e expectativas que agem com a realidade numa certa forma de realinhamento dessa realidade às expectativas que dela temos.

Seja como for, Afrodite cumpriu os seus ‘poderes divinos’ devolvendo a Pigmalião o prazer e a alegria de viver ao lado da sua mulher ideal.  

2 comentários:

Sergio disse...

Mais uma aula sobre mitologia do Mundo Botafogo, excelente e obrigado. Muito interessante os locais visitados por você,vê que bela camisa. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Sempre fui apaixonado por lendas e mitos. Quando era jovem escrevia poesia, contos e histórias de lendas e mitos da Grécia, do Egito, de Roma e da Escandinávia. Era uma diversão cultural espetacular!

Tenho várias camisas, mas esta foi uma oferta especial da nossa amada Lúcia Senna, cronista do blogue. É linda!

Abraços Gloriosos.

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