No dia 11 de Janeiro de 1979: o Botafogo sagrou-se campeão estadual de voleibol masculino adulto de 1978 ao vencer o Flamengo por 3x1 com parciais de 15x5, 11x15, 15x13, 15x10.

O primeiro parcial foi ganho facilmente em 20 minutos. O segundo parcial, mercê de uma movimentação muito boa de Zezinho na armação, na defesa e no ataque, o Flamengo empatou a partida. O terceiro parcial, com o Flamengo animado pelo empate, terminou por um resultado apertado de 15x13, mas o quarto parcial foi vencido serenamente pelos botafoguenses. A equipa alinhou com Levenhagem, Mauro, Suíço, Paulo Roberto e João Siqueira.
No dia 11 de Janeiro de 1941 nasceu, em Niterói, Gerson de Oliveira Nunes, o ‘canhotinha de ouro’. A fama e o prestígio de Gerson muito se deveram à sua fabulosa perna esquerda com a qual fez extraordinários lançamentos em profundidade da ordem dos 30 a 40 metros. Herdeiro de Didi no Botafogo, Gerson foi elogiado pelo ‘Príncipe Etíope’: – “No começo, ele era afoito, corria muito. Depois, chegou à perfeição como jogador de meio-de-campo”.

O futebol de Gerson era refinado, inteligente e estratégico, mas durante cerca de duas décadas foi tão amado quanto odiado. A fama de violento começou em 1962, quando quebrou a perna do juvenil Mauro durante um treino. Quanto à fama de mau carácter, o próprio defendeu-se assim: – “Sempre defendi os interesses de companheiros menos favorecidos pela fama.”
Independentemente das críticas ao seu lado de cidadão, Gerson foi o grande comandante do Botafogo entre 1963 e 1969 e do escrete canarinho em 1970, ao lado principalmente dos botafoguenses Jairzinho e Roberto Miranda. Gerson tinha um sentido de organização perfeito, fazia chutes fortes e precisos, cobrava excelentes faltas e era capaz de colocar a bola no peito de um atacante em lançamentos de 40 metros. Líder em campo, nunca parava de falar e foi apelidado de ‘Papagaio’. Pode-se considerar, visto pelos meus próprios olhos no Maracanã, que Gerson foi um dos maiores talentos brasileiros de todos os tempos.
O armador defendeu o Flamengo, o Botafogo, o São Paulo e o Fluminense. Foi campeão carioca em 1963 pelo Flamengo, em 1967 e 1968 pelo Botafogo e em 1973 pelo Fluminense; foi campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1961 pelo Flamengo, e em 1964 e 1966 pelo Botafogo; foi campeão brasileiro (Taça Brasil) em 1968 pelo Botafogo; foi campeão paulista em 1970 e 1971 pelo São Paulo; em 1972 foi campeão do Torneio Independência do Brasil e em 1970 foi campeão do mundo pelo Brasil. Entre 1960 e 1974 fez 98 partidas pelo Brasil, 83 das quais oficiais, marcou 28 gols e participou nas copas do mundo de 1966 e 1970.
Mas… como é que Gerson saiu do Flamengo para o Botafogo no ano em que se sagrou campeão pelos vermelho-negros, sendo ídolo do rival e jogador do escrete canarinho?...
Flávio Costa, que era um treinador muito conceituado e de estilo militarista – pessoalmente nunca vi nenhuma inovação nas equipas de Flávio Costa – , treinava o Flamengo e tirou Gerson do Campeonato Carioca em 1963, fazendo o jogador ficar sem ambiente no clube. O craque foi conversar com o então presidente Fadel Fadel. Porém, este apoiava Flávio Costa na decisão de afastar o melhor jogador da equipa, acabando por encerrar a reunião em tom de desafio:
– “Quem depositar 150 milhões leva o seu passe!”
Nesse tempo, em 1963, não existia a Ponte Rio-Niterói e o jogador atravessava todos os dias a Baía de Guanabara de barca e andava de transporte público para ir ao treinar à ‘Cidade Maravilhosa’. Desanimado com a reunião, porque 150 milhões era muito dinheiro, Gerson seguiu o caminho para tomar o transporte para a barca na Praça XV, que o levaria de regresso a casa, em Niterói. Sucede que no caminho até ao ponto de transporte na Avenida Bartolomeu Mitre havia diversas oficinas e, em uma delas, o botafoguense Quarentinha aguardava o conserto do seu carro.
Encontraram-se, Gerson contou o sucedido, Quarentinha pegou o carro já consertado e disse a Gerson: – “Entra aí, vamos conversar com o presidente do Botafogo”.
Em General Severiano houve uma rápida conversa com Renato Estelita, que dirigia o futebol botafoguense, e, naquele mesmo dia, com o dinheiro obtido pela venda de Amarildo ao Milan, o Botafogo depositou os 150 milhões pedidos pelo presidente do Flamengo.
E o estratega brilhou por nove anos no clube da Estrela Solitária, conduzindo a fabulosa e quase imbatível equipa do Botafogo entre 1967 e 1969, período em que conquistou uma Taça Brasil, dois Campeonatos Cariocas, duas Taças Guanabara e vários torneios internacionais.
Fonte:
Acervo e pesquisa de Claudio Marinho Falcão e Rui Moura

O primeiro parcial foi ganho facilmente em 20 minutos. O segundo parcial, mercê de uma movimentação muito boa de Zezinho na armação, na defesa e no ataque, o Flamengo empatou a partida. O terceiro parcial, com o Flamengo animado pelo empate, terminou por um resultado apertado de 15x13, mas o quarto parcial foi vencido serenamente pelos botafoguenses. A equipa alinhou com Levenhagem, Mauro, Suíço, Paulo Roberto e João Siqueira.
No dia 11 de Janeiro de 1941 nasceu, em Niterói, Gerson de Oliveira Nunes, o ‘canhotinha de ouro’. A fama e o prestígio de Gerson muito se deveram à sua fabulosa perna esquerda com a qual fez extraordinários lançamentos em profundidade da ordem dos 30 a 40 metros. Herdeiro de Didi no Botafogo, Gerson foi elogiado pelo ‘Príncipe Etíope’: – “No começo, ele era afoito, corria muito. Depois, chegou à perfeição como jogador de meio-de-campo”.

O futebol de Gerson era refinado, inteligente e estratégico, mas durante cerca de duas décadas foi tão amado quanto odiado. A fama de violento começou em 1962, quando quebrou a perna do juvenil Mauro durante um treino. Quanto à fama de mau carácter, o próprio defendeu-se assim: – “Sempre defendi os interesses de companheiros menos favorecidos pela fama.”
Independentemente das críticas ao seu lado de cidadão, Gerson foi o grande comandante do Botafogo entre 1963 e 1969 e do escrete canarinho em 1970, ao lado principalmente dos botafoguenses Jairzinho e Roberto Miranda. Gerson tinha um sentido de organização perfeito, fazia chutes fortes e precisos, cobrava excelentes faltas e era capaz de colocar a bola no peito de um atacante em lançamentos de 40 metros. Líder em campo, nunca parava de falar e foi apelidado de ‘Papagaio’. Pode-se considerar, visto pelos meus próprios olhos no Maracanã, que Gerson foi um dos maiores talentos brasileiros de todos os tempos.
O armador defendeu o Flamengo, o Botafogo, o São Paulo e o Fluminense. Foi campeão carioca em 1963 pelo Flamengo, em 1967 e 1968 pelo Botafogo e em 1973 pelo Fluminense; foi campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1961 pelo Flamengo, e em 1964 e 1966 pelo Botafogo; foi campeão brasileiro (Taça Brasil) em 1968 pelo Botafogo; foi campeão paulista em 1970 e 1971 pelo São Paulo; em 1972 foi campeão do Torneio Independência do Brasil e em 1970 foi campeão do mundo pelo Brasil. Entre 1960 e 1974 fez 98 partidas pelo Brasil, 83 das quais oficiais, marcou 28 gols e participou nas copas do mundo de 1966 e 1970.
Mas… como é que Gerson saiu do Flamengo para o Botafogo no ano em que se sagrou campeão pelos vermelho-negros, sendo ídolo do rival e jogador do escrete canarinho?...
Flávio Costa, que era um treinador muito conceituado e de estilo militarista – pessoalmente nunca vi nenhuma inovação nas equipas de Flávio Costa – , treinava o Flamengo e tirou Gerson do Campeonato Carioca em 1963, fazendo o jogador ficar sem ambiente no clube. O craque foi conversar com o então presidente Fadel Fadel. Porém, este apoiava Flávio Costa na decisão de afastar o melhor jogador da equipa, acabando por encerrar a reunião em tom de desafio:
– “Quem depositar 150 milhões leva o seu passe!”
Nesse tempo, em 1963, não existia a Ponte Rio-Niterói e o jogador atravessava todos os dias a Baía de Guanabara de barca e andava de transporte público para ir ao treinar à ‘Cidade Maravilhosa’. Desanimado com a reunião, porque 150 milhões era muito dinheiro, Gerson seguiu o caminho para tomar o transporte para a barca na Praça XV, que o levaria de regresso a casa, em Niterói. Sucede que no caminho até ao ponto de transporte na Avenida Bartolomeu Mitre havia diversas oficinas e, em uma delas, o botafoguense Quarentinha aguardava o conserto do seu carro.
Encontraram-se, Gerson contou o sucedido, Quarentinha pegou o carro já consertado e disse a Gerson: – “Entra aí, vamos conversar com o presidente do Botafogo”.
Em General Severiano houve uma rápida conversa com Renato Estelita, que dirigia o futebol botafoguense, e, naquele mesmo dia, com o dinheiro obtido pela venda de Amarildo ao Milan, o Botafogo depositou os 150 milhões pedidos pelo presidente do Flamengo.
E o estratega brilhou por nove anos no clube da Estrela Solitária, conduzindo a fabulosa e quase imbatível equipa do Botafogo entre 1967 e 1969, período em que conquistou uma Taça Brasil, dois Campeonatos Cariocas, duas Taças Guanabara e vários torneios internacionais.
Fonte:
Acervo e pesquisa de Claudio Marinho Falcão e Rui Moura
12 comentários:
O futebol de Gerson era magnífico. O canhotinha de ouro era de mais.
Gerson foi de uma categoria incrivel, habilidade peculiar, e lançamentos primorosos.
Hoje em dia é dificil ver um jogador com essas caractisticas. Infelizmente.
As vezes o escuto na Radio Globo. Ele comentando o nosso futebol de hoje, é garantia de boas risadas.
O "Futebol, Música e Etc" está de volta.
Um grande abraço, amigo Rui!
Poxa vida, as vezes fico até pasmo com essas histórias... antes vendíamos jogadores para Milan(Amarildo), Boca Juniors(Heleno de Freitas e Paulo Valentim), Real Madrid(Didi), etc... hoje temos que ver nossos "principais" jogadores serem vendidos para o - medíocre - clube vizinho!
Abs!
É verdade, Saulo, o futebol do Gerson era magnífico. E era sagaz. Quando percebeu, na final de 1967, que o Manga estava muito nervoso e tomando frango (o Saldanho acusou-o de se ter vendido e o Manga acabou por sair logo em seguida), Põs-se à frente da defesa e o Bangu não conseguiu os seus intentos. Fomos campeões.
Saudações gloriosas.
Amigo Wilson, todos os epítetos dados ao Gerson não são demais: categoria incrível, habilidade peculiar, lançamentos primorosos... Porém, como pessoa, o Gerson sempre foi um bocado arrogante. Ainda hoje, as piadas que ele lança na Globo parecem-me que muitas vezes são diminuidoras dos outros - e disso eu não gosto. Ainda hoje me rio mas é com outra coisa: quando o Flávio Costa, que treinava o Flamengo (e que foi o grande responsável técnico pela derrota do Brasil em 1950 no Maracanã), mandou o Gerson marcar o Garrincha na final de 1962... não teve como!... [O Gerson nunca foi bom a marcar; outro erro do F. Costa] O próprio Gerson conta que o Garrincha o passou apenas com um palmo de terra entre a linha de fundo e ele próprio. Nunca haverá ninguém como o Mané!
Saudações desportivas!
Pois é, Vinícius, você conseguiu definir muitíssimo bem a grande diferença entre o Botafogo de ontem e o Botafogo de hoje: antes vendíamos craques para o Milan, Real Madrid, Boca Juniores; hoje a qualidade dos nossos jogadores só serve para vizinhos medíocres...
Saudaçõesw Gloriosas!
POIS É RUY TIVE OPORTUNIDADE DE CONVIVER COM O CANHOTA EM GENERAL SEVERIANO,PASSAVA UMA ARROGÂNCIA QUE NA VERDADE SE DISSIPAVA PESSOALMENTE PELO MENOS PARA MIM NA EPOCA - FUMAVA MUITO E MORRIA DE MEDO DE AVIÃO - DIZEM FOI PARA O MÉXICO A BASE DE DIAZEPAM PARA DORMIR A VIAGEM TODA.SENTI MUITO QUANDO SAIU DO BOTAFOGO PARA O SÃO PAULO,MAS FAZ PARTE DA MINHA SELEÇÃO DE TODOS OS TEMPOS - MARCOS VENICIUS
Indiscutível o Gerson!
Aqui no blogue os leitores fizeram a eleição da melhor equipa de todos os tempos:
MANGA; MARINHO CHAGAS, CARLOS ALBERTO TORRES, SEBASTIÃO LEÔNIDAS, NÍLTON SANTOS; DIDI, GÉRSON; GARRINCHA, JAIRZINHO, HELENO DE FREITAS, PAULO CÉSAR CAJÚ
Curiosamente, foram os 11 em quem votei para a equipa de todos os tempos!
Ainda o Gerson: eu sei que ele fumava muito e tinha medo de avião. Sabe se ainda fuma assim tanto (não creio, senão...) e tem medo de avião?...
Abraços Gloriosos!
Pelo que sei, o Gérson parou de fumar já faz tempo e o medo de avião continua, sendo um dos motivos que o fazem não aceitar trabalho em TV. Gérson passou por uma situação difícil acho que há pouco mais de 10 anos que foi o falecimento de sua filha. Hoje, além do rádio e jornal, dedica-se muito ao seu projeto social em Niterói.
Gérson é um que eu faria questão que de alguma forma colaborasse com a base do Botafogo, fazendo algo de modo que não precisasse deixar o rádio. Só a presença dele dando palestras já seria muito útil. PC Caju, Maurício, Afonsinho, Jair, Roberto, Rogério, Amarildo, Zagallo e tantos outros poedriam ser uma espécie de "assessores especiais da base", ou qualquer outro nome metido a besta. O importante é que dessem algum salário simbólico e pelo menos de vez em quando eles colaborassem. Aqueles que não tenham outro emprego poderiam ser efetivados com cargos fixos e melhores salários. Enfim...
Sobre a seleção de todos os tempos, quase todos colocam Carlos Alberto Torres. Eu discordo. De fato foi um grande nome, mas é muito mais identificado com o Santos do que com o Botafogo, pois jogou pouco tempo aqui e não ganhamos nada. Todos os demais citados têm muito mais identificação com o Botafogo do que com outros clubes, embora alguns tenham a cara-de-pau de tentar "roubar" nossos ídolos.
O Josimar não foi o grande jogador que foi o Carlos Alberto, mas para o Botafogo ele é mais do que Carlos Alberto, pois além de ter sido campeão de um campeonato importantíssimo, no caso o de 1989, jogou mais tempo e nos representou muito bem em 1986 na Copa do Mundo.
Por exemplo, Nilton Santos diz que o melhor jogador de defesa com quem atuou no Botafogo foi o argentino Oscar Basso. Diz-se que eles saiam tabelando da área do Botafogo. O problema é que Basso jogou apenas 17 partidas pelo clube. Na biografia de Heleno, há uma passagem em que nosso craque é anulado por Basso num jogo Boca x San Lorenzo, se não me engano.
Já tentei fazer uma seleção dessas e sempre emperro no mesmo problema: parto do princípio de que o maior artilheiro de todos os tempos tem necessariamente de estar no time, mas então quem sai?
Mas como a seleção é minha e não entra em campo, posso escalá-la como quiser. No caso, eu faria um WM tirando o Carlos Alberto e botando o Quarentinha. rsrsrs
Abraços.
Fernando, não sabia que o Gerson tinha trabalho social em Niterói. Isso é muito interessante e aumenta em muito o nível em que eu o tinha enquanto pessoa (apesar de continuar a não gostar de algumas graçolas dele... talvez seja defeito de tricolor... rsrsrs...).
Pois o Quarentinha é um problema. O que mais me custou foi deixar o Quarentinha de fora porque o acho - não um craque fora-de-série, confesso - mas um jogador muitíssimo bom. Acho que armando a equipa de outro modo pode-se fazer realmente essa opção de saída do Carlos Alberto e entrada do Quarentinha. Valeu!
Saudações Gloriosas!
rui,
quer dizer que, além de ser o maior artilheiro da história do clube e que, na minha opinião, o será eternamente, o quarentinha foi um dos responsáveis pela vinda de gérson a general severiano?
bendito quarentinha!!!
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