[Nota
de Mundo Botafogo: Dedico o excelente exemplo de Anna Júlia a todos os desportistas
do Botafogo de Futebol e Regatas.]
Portal Chuá Marcos
Anna
Júlia, 10 anos de idade, à procura de ajuda para poder treinar e jogar basquete
Encrustada
na paradisíaca região serrana do estado do Rio, dista 100 km da capital
estadual, a Cidade Maravilhosa, a bela Teresópolis, presenteada por Deus com
sua magnifica natureza de uma beleza ímpar.
Teresópolis
tem muito mais que isso; para nós que amamos o basquete, é berço de um símbolo
de amor ao basquete, Teresópolis, tem em Anna Júlia, com seus 10 anos de idade,
um exemplo para um país esportivo como é o nosso, que em breve estará abrigando
um Mundial de Futebol e uma Olimpíada.
Nosso
basquete feminino, campeão mundial, medalhista olímpico, de grandes talentos e
de abnegados que conduzem este maravilhoso esporte.
Depois
da geração Paula/Hortência, as grandes conquistas internacionais, aos poucos,
foram ficando cada vez mais escassas e passaram anos, e o pódio foi ficando
cada vez mais alto e distante também.
Passamos
por momentos triste em ver nosso tão maravilhoso basquete feminino deixado de
lado; sem planejamento adequado, sem um calendário racional que possibilite
mais oportunidade aos nossos jovens em seus estudos, enfim, total falta de
apoio às categorias de base por parte de nossas autoridades, nossos governantes
e até mesmo das federações.
Mas
nosso basquete feminino é movido por amor e por pessoas que realmente amam esta
modalidade. Hoje trago uma entrevistada que é o símbolo da dedicação e
verdadeiro amor ao nosso esporte. Ela mostra sua luta, seu trabalho e uma lição
para todos aqueles que dirigem nossa nação, nossos dirigentes esportivos e
educadores, pois o dia em que nossas autoridades descobrirem que o caminho mais
fácil para educar nossas crianças e jovens é através do esporte, o Brasil será
uma grande nação desenvolvida.
Anna
Júlia, 10 anos, 1,60m, mora em Teresópolis, estuda no 5° ano, na escola Centro
Educacional Nossa Senhora de Fátima. Adora sua escola, as professoras, Márcia,
Katiuscia, Zuély, Vívian e todas as colegas de classe. Treina e joga no sub-13
do Botafogo do Rio de Janeiro, viaja seus 100 km para treinar na equipe de seu
coração, o clube da estrela solitária. Com tão pouca idade, já enfrentou e
enfrenta todo tipo de dificuldade para poder praticar seu esporte que tanto
ama. Quando não é possível viajar ao Rio, ela treina 3 horas por dia, inspirada
da estrela de seu Botafogo, ou seja, treina solitária.
Ela
pede ajuda para poder treinar a 100 km da cidade sede de uma Olimpíada. Ela é
Anna Júlia, a Anninha, do Botafogo, minha entrevistada de hoje.
Anninha,
como surgiu este amor pelo basquete e quando você começou a jogar?
Foi
com 3 anos, ia ver o treino do meu irmão e ficava brincando com a bola e também
fazia o alongamento com eles. Mas só comecei a treinar mesmo com 7 anos e meio,
com tio Maurição.
Como
é o basquete na sua escola?
É
uma pena, na minha escola tem uma quadra mas está toda quebrada só da para
correr, brincar de futebol e queimada.
Você
com 10 anos, joga no sub-13 do Botafogo, como é o basquete nesta grande equipe de
renome internacional?
Eu
gosto muito, tia Renata, minha técnica, e todas as minhas amigas são muitos
legais. O basquete como em quase todo lugar, mas principalmente no Rio de
Janeiro, tem pouco apoio e poucos times femininos.
Como
é seu dia a dia, como você concilia o esporte com os estudos?
Em
primeiro lugar estar sempre na frente os estudos, depois o esporte. Eu desço
duas ou três vezes por semana, sem contar dias de jogos, isso é quando dá, pois
tem muita despesa. Quando não posso descer eu treino em Teresópolis sozinha por
que aqui não tem escolinha.
Como
você acha que deveria ser o esporte nas escolas?
Em
todas as escolas, o esporte deveria ser uma matéria obrigatória...ter torneios
escolares entre salas e sem contar as crianças nas ruas que não estudam.
Se
você fosse a Ministra do Esporte no Brasil, o que faria para ajudar o nosso basquete?
Todas
as escolas deveriam ter quadras e serem usadas fazer centros de treinamentos para
todos os esportes e de graça para ajudar aqueles que querem praticar e não têm
condições. Daria apoio e estrutura para todas as categorias do basquete, e
assim surgirem novos ídolos como Oscar, Hortência, Paula, Janete, Karla e
muitos outros.
Qual
sua maior dificuldade para praticar o basquete?
Hummmmm,
apoio. Como eu moro a 100 km (2h. de viagem só de ida) do Rio de janeiro o
gasto é alto e hoje conto com o apoio do Dr. Humberto Vilhena (Clínica Cemter),
Attila Doczy (Ultra), José Carlos Fernandes e Karla Costa ( jogadora do
Americana e da Seleção brasileira). Ainda não tenho apoio suficiente para ir a
todos os treinos com tranquilidade.
Você
viaja de Teresópolis ao Rio somente para treinar, esta viagem cansa?
Sim
vou ao Rio de Janeiro só para treinar, e é muito cansativo, principalmente
quando pegamos engarrafamento, ufa… na volta tem dias que levamos 4 horas para
chegar em casa. Meu pai tentou de todo jeito, com ajuda da tia Táta arrumar
passagens de ônibus com uma empresa de minha cidade mas eles negaram e nem
deram bola. De ônibus seria muito melhor, tranquilo, só que o gasto dobra
praticamente. Atualmente eu vou de carro com meu pai e a ajuda que tem de meus
parceiros gastamos, com gasolina e pedágio.
Uma
cidade
Teresópolis,
minha cidade linda.
Um
país
Brasil
sempre.....
Prato
preferido
Arroz,
feijão, abobora e carne seca, hummmm delícia.
Uma
música
Vagalume-do
Pollo.
Um
sonho realizado
Estar
jogando basquete pelo meu Botafogo.
Um
sonho a realizar
Continuar
meus treinos, vencer muito pelo Botafogo e chegar a Seleção, (olimpíadas,
mundial) e depois WNBA… eu vou chegar lá
Uma
mensagem
Bem,
quero agradecer aos meus pais que amo de paixão e as pessoas que hoje me ajudam
a atingir meu objetivo. E pedir às autoridades que olhem com mais carinho para
todos os esportes (equipe ou individual) e não só o futebol. Tem muitas
crianças com talento que estão abandonadas e perdidas e só precisam de uma
ajuda para levar o nome do Brasil ao 1° lugar. Olimpíadas estão ai, vamos
pensar já na próxima e fazer bonito e só ter um pouco de carinho e boa vontade.
11 comentários:
Rui,
Comovente a entrevista!
Esperar que os dirigentes façam algo é quase impossível. Pior de tudo é que os dirigentes estão e ficam cada vez mais ricos, enquanto os atletas treinam precariamente.
Abs e Sds, Botafoguenses!!!
Muito comovente, Gil. Um exemplo de dignidade e paixão pelo desporto. E pensar que há tantos futebolistas ganhando tão bem e às vezes esforçando-se tão pouco...
Abraços Gloriosos!
Caro Rui,
As crianças têm a capacidade de se assombrar diante do banal.
Para elas tudo é espantoso, desde as pintas pretas nas asas de uma joaninha até a decolagem de uma grande aeronave.
Segundo Rubem Alves “A primeira tarefa da educação é ensinar a ver... é através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo”.
Anninha é uma criança que nos ensina a ver através de seus olhos, a beleza da vida.
Uma menina que fala como gente grande, mas que não perdeu o encantamento e a alegria do olhar.
Um grande exemplo!!
Abraços
Marta
Perfeito, Marta! A Anninha, com apenas 10 anos de idade, é um exemplo extraordinário de ensinamento, encanto, determinação e dedicação.
Não é difícil fascinarmo-nos por aquilo que é exótico ou raro, difícil mesmo é olharmos o banal com a alegria da Anninha e conseguirmos ver coisas novas nele.
Lembro-me sempre de Henry Miller quando uma vez escreveu mais ou menos isto: "Vale a pena viver nem que seja para acordar aos domingos de manhã, mexer os dedos dos pés e fruir o prazer de respirar".
Abraços Gloriosos!
obrigado pelo carinho. hoje infelizmente não jogo mais no meu Botafogo por que eles acabaram com o Basquete feminino. Agora jogo pelo ABASCA onde eu amo todos e é o clube que honro a camisa dentro e fora das quadras, bjusssss !!!! Saudações alvinegras.
bom dia , Anninha continua firme e forte no Basquete. Só que hoje ela joga pelo Abasca de Cachoeira de Macacu. E dia 30 de Julho ela será umas das condutoras da Tocha Olímpica em Teresópolis.
bd ! Obrigada pela palavras de carinho com minha filha Anninha.hoje ela joga pelo Abasca de Cachoeira de Macacu. E dia 30 de Julho ela será umas das condutoras da Tocha Olímpica em Teresópolis. Abraço.
bd, fico emocionado pelas palavras aqui nesse Blog. Minha filha é uma guerreirinha,rsrsrs. está firme e forte na sua luta por um espaço no Falido Basquete Feminino do Brasil . Mais a luta não para,bd ! Obrigada pela palavras de carinho com minha filha Anninha. Hoje ela joga pelo Abasca de Cachoeira de Macacu e vem sendo chamada para fazer palestra em várias escolas sobre Esporte e Educação de mãos dadas, Olímpiadas e tb sobre sua luta pra treinar e jogar Basquete. Dia 30 de Julho ela será umas das condutoras da Tocha Olímpica em Teresópolis. Abraço. E saudações alvinegras
Muita sorte para a Anninha!
Abraços Gloriosos.
olá hoje estou jogando no Tupã basquete de SP . Tenho todo o apoio ,tando das amigas atletas como de todas as pessoa que dirigem e torcem pelo Tupã. Estou amando a cidade e todos aqui.
Que bom estares bem, Anninha! Desejo toda a sorte do mundo!
Abraços Gloriosos.
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