quinta-feira, 20 de junho de 2013

El Loco Abreu é a cara do Botafogo

por Pierre Barth
(saudando a chegada de El Loco Abreu ao Botafogo em 2010) 

Se ele se chamasse Abreu, seria um uruguaio qualquer, assim como um jogador brasileiro chamado Martins.

Pero ”Loco Abreu” é absolutamente BOTAFOGO.

O cara é louco; tem uma raça de cavalo uruguayo indomado; não acredita em bola perdida; é goleador; é apaixonado e é SUPERSTICIOSO como um Botafoguense. Só veste a camisa 13!

Quando foi campeão uruguaio prometeu que iria agradecer à Virgem Maria, e, logo depois de decidir os 90 minutos em campo, participou de 100 km da Volta Ciclistica do URUGUAY, para pagar sua promessa.

Didi foi a pé, descalço, do Maracanã até à Virgem Maria que fica em General Severiano depois dos 6 a 2 da conquista de 1957.

Loco Abreu é a versão 2010 do Louco Heleno, um dos maiores mitos do futebol do Fogão e do Brasil.

Manoel dos Santos poderia ser chamado de Manoel, ou no máximo Mané, mas virou Mané, Mané Garrincha. Os adversários e vários companheiros de Mané Garrincha achavam que ele era louco. Ele deixava loucos seus torcedores e adversários. Jordão, Coronel e outros Joões que o digam.

Amarildo não era louco, mas era “Possesso”! Jair não era só Jairzinho era o Furação.

Nilton Santos, tinha nome e sobrenome, e era a Enciclopédia, mas era louco pelo Botafogo: ele dizia que era bom demais defender o clube que amava e “ainda por cima receber um troco no final do mês”. Nilton nunca vestiu a camisa de um outro clube.

O cara chamava Waldir e o apelido era Quarentinha. Um dos maiores artilheiros do Botafogo e do Brasil. Fez centenas de gols e nunca comemorou nenhum. Nem aqueles que decidiam jogos ou campeonatos. Ele simplesmente marcava o golaço e ia vagarosamente para o meio campo como quem estivesse indo para a missa de domingo, enquanto a torcida e os companheiros iam ao delírio. Quarentinha nunca comemorou e também nunca sorriu em campo. Quarentinha era louco!

Túlio, por sua vez, ri de tudo. Dos gols que perde e dos quase 1000 que já fez, muitos dos quais pelo Botafogo. Túlio é torcedor do Botafogo e atualmente busca seu 1000º gol no Botafogo de Brasília, da terceira divisão. Túlio é completamente louco pelo Botafogo.

Botafoguense verdadeiro não pode ter apenas nome. Tem que ter adjetivo e ser superlativo…

Bienvenido Loco! Los Hinchas ya son locos por ti!

Ilustração de Pedro Porto

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu GOSTO MUUUUIIITOOOOOOOOOO do Loco, fiquei trista da forma que ele foi embora do Botafogo.

Tinha tudo para sair com uma festa linda em sua homenagem...mais infelizmente, deu no que deu.

Toda vez que vem uma bola alta na pequena área, eu imagino, "Eita se o Louco tivesse lá". Ou agora com o Seedorf em campo, com precisão nos lançamentos que ele tem, ia chover bolinha na cabeça do Loco!!

Agora quem me tira do sério é o Vitinho..ô bichinho fominha...credo..igual ao Wellington Paulista...odeio isso! Elaine

Ruy Moura disse...


Eu também gosto bastante, Eliane. Porém, eu próprio defendi a saída do Loco Abreu naquele seu momento de saída. Em primeiro lugar, porque me parece que havia chegado ao fim o seu futebol, verificando-se muito menos velocidade do que quando chegou ao clube, e o futuro parece que confirmou isso, já que Loco Abreu nada mais fez no pós-Botafogo; em segundo lugar porque a sua assertividade passara os limites e começou a posicionar-se muito mal entre os colegas e fez disparates comportamentais. Também lamento que tenha saído como saiu, mas muito da culpa foi dele, não só do Oswaldo Oliveira.

Não obstante, não percebi porque é que o treinador não o quis a pretexto de ele não se dar com o esquema tático que queria implementar, porque na verdade, o 4-2-3-1 é o esquema que precisamente serve o Loco Abreu. Ele queria ficar na frente para receber a bola, e o Oswaldo fez isso mesmo com Bruno Mendes e depois com Rafael Marques. Ora, mesmo lento, o Loco Abreu certamente seria melhor que o B. Mendes e o R. Marques. Creio que o Oswaldo não o quis por razões da sua liderança informal e de uma assertividade que parece que o Oswaldo não gosta.

Porém, a realidade mudou com a chegada de Seedorf. Como eu escrevi assim que Seedorf chegou à equipa, tratava-se de uma mudança de paradigma na atitude e no comportamento da equipa no seu conjunto, isto é, do esquema 'individual' que privilegiava o Loco Abreu para o esquema que privilegia o coletivo. E nisso o Loco nunca foi bom, razão pela qual passou por tantos clubes e não se fixou em nenhum. A assertividade dele fez-lhe a glória no Botafogo, mas simultaneamente levou-o pela porta baixa da saída. Ele ainda tentou inteligentemente abrir espaço para retornar quando beijou o escudo do Botafogo com a camisa do Figueirense, provocando os torcedores cathartiformes. M;as o destino já estava traçado e lacrado.

Mas visto tudo isso, nada obsta a que eu continue a gostar do Loco ABreu, porque sendo 'poste' ou 'caneludo' como muitos lhe chamavam, ele era sinónimo de gols e, sobretudo, foi quem começou a levantar a moral dos jogadores do Botafogo. O Seedorf veio concluir o que Loco Abreu iniciara no quadro de um novo paradigma. Considero que Loco Abreu e Seedorf foram as melhores aquisições do Botafogo, por razões de desequilibrarem em campo e desequilibrarem fora de campo, embora por razões diferentes segundo dois paradigmas muito divergentes.

Sempre que tiver matéria para falar de Loco Abreu, não hesitarei. Por isso ele faz parte da galeria de 19 atletas que tenho no topo do blogue e tem uma rubrica dedicada a si no ‘memorial’ que lhe dedico.

Abraços Gloriosos!

Anónimo disse...

Concordo, quando ele estava jogando pelo Fogão, o time se focava em ajuda-lo sempre com bolas altas na área, e quando ele era bem marcado, esquece, o time não rendia.

Eu ficava pau porque, enfiavam uma bola longa e o coitado do Herrera corria feito doido para lançar para o Loco. Toda bola tomada, tornava-se um lançamento longo. Não eram jogadas elaboradas como ocorre agora que o Seedorf chegou, o time joga com toques mais rápidos, e foca no coletivo, todos participam para o bem maior do time.

Infelizmente o Loco cavou o próprio buraco, apesar de tudo, sou fã dele. O cara era matador...se alguém vacilava na marcação já era...gol do Loco Abreu.

Agora, eu prefiro o Bruno Mendes do que o Rafael Marques...Elaine

Ruy Moura disse...

Concordo inteiramente sobre o Loco Abreu, Elaine. A diferença é essa: com o Loco à frente era chutão para ele; agora as jogadas são elaboradas e há coletivo (já desfalcado pelo muito bom Fellype Gabriel).

Sobre a preferência de B. Mendes, penso assim: se é para não ter atacante, prefiro o R. Marques, que se mexe muito, obriga a defesa a ir atrás dele e abre espaços para os meias marcarem; se é para ter atacante, só pode ser o B. Mendes, porque o R. Marques... não é atacante! (rs)

Sou fã do Loco, sem dúvida. Por isso até torci pelo Uruguai ontem.
Abraços Gloriosos!

Abraços Gloriosos!

Émerson disse...

Se El Loco estivesse no Botafogo, hoje, com o time jogando bem desse jeito, seria artilheiro de tudo quanto é campeonato. Rafa Marques e Bruno Mendes não lhe amarram as chuteiras, mesmo El Loco lento e em decadência física.
Uh! El Loco!
Saudações Gloriosas!

Ruy Moura disse...

Sim, Émerson, acredito que sim, mas esse não é o jogo do Botafogo hoje. Hoje é muito mais coletivo e não depende de um homem só. O 'caneludo', como o meu amigo Patinhas chamava.

Gosto do Loco como pessoa, mas confesso que prefiro o jogo coletivo, que é a essência do futebol.

Abraços Gloriosos!

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