“Na terça-feira [20.07.1952], o Botafogo decidiu o título com o Real
Madrid. Pouco antes do início do jogo, a Federação Venezuelana anunciou pelos
alto-falantes que, em caso de empate, o campeão seria o possuidor do melhor gol
average, num claro favorecimento à equipe espanhola. Buscando sempre a vitória,
embora nervoso, o Botafogo dominou técnica e territorialmente, mas cansou de
perder gols.
O Real Madrid só
equilibrou entre os 25 e os 31 minutos. Na base do sarrafo. Aos 18, Juvenal sai
com suspeita de ruptura dos meniscos (entrando Carlito). Aos 33, num lance de
córner, Oliva salva com o gol vazio. Na etapa final, após uma defesa difícil de
Oswaldo (aos 7), Jayme bate um córner e Geninho e Geninho cabeceia rente à
trave de Juan Alonso. Aos 20, Geninho sai com suspeita estiramento (entrando
Orlando). Os espanhóis chutam para qualquer lugar, rezando pelo apito final.
Numa das tantas situações críticas, Alonso atira-se aos pés de Octávio para
evitar o gol.
Escreveu o jornal
catalão El Mundo Deportivo: “Nos últimos minutos, o Real Madrid joga na
defensiva, o que contribui para um domínio do Botafogo, que busca
desesperadamente a vantagem, registrando-se dramáticas situações ante a meta
madrilena”.
Pirilo substitui Octávio
aos 35. Aos 42, após um choque com Cabrera, Santos (entorse no tornozelo)
também deixa o campo (entrando Floriano). Empatado com o Real Madrid (8 pg), o
Botafogo perdeu o título pelo gol average (1,77 contra 1,85). O público não
aceitou e aplicou aos promotores uma sonora vaia na entrega da Taça. O Botafogo
não se conformou e protestou formalmente, sustentando que o gol aaverage só
devia prevalecer se fosse aprovado antes e não no momento de se decidir o
torneio. Paciência!”
Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F. (2013). O Futebol do Botafogo 1951-60. Rio de Janeiro: Edição
do Autor, p. 51-52 (à venda nas melhores livrarias do Rio de Janeiro)
Sem comentários:
Enviar um comentário