por Roberto Vieira
15
de Junho de 1958.
O
primeiro encontro de brasileiros e daqueles vermelhos.
Vermelhos
com o CCCP na camisa.
O
Brasil era terra de cobras e macacos.
A
União Soviética era terra dos caras que comiam criancinhas.
Terra
do Sputnik.
Lançado
em outubro de 1957.
O
satélite artificial deixou os americanos de joelhos.
Entrementes.
Mané
era um palhaço do Circo Botafogo.
Um
fazedor de piruetas.
Boris
Dimitryievich Kuznetsov sabia das piruetas.
Mas
Kuznetsov era um atleta olímpico.
Mané
não seria problema.
Zagalo
deu um chutão pra direita.
Mané
correu.
Alcançou
a bola antes dela sair.
E
num espaço de cinco centímetros deixou Boris na saudade.
O
Sputnik não tinha resposta para Mané.
Voinov
e Tsarev vieram ajudar.
O
duelo virou baile.
Um
baile como daqueles em Pau Grande.
A
torcida carioca ouvia o jogo no rádio.
Mané?
Aquele
de pernas tortas?
Vavá
marca duas vezes.
Vavá
que tabelou com o menino Pelé.
De
cabeça.
Do
meio campo até a grande área de Yashin.
Assim
como quem não quer nada.
O
Brasil inteiro se espantou.
Pelé
já era um espanto.
Vavá,
um Leão.
Mas
Mané valia mil sputniks.
Escrevi
que o Brasil inteiro se espantou.
O
Brasil inteiro, não!
Havia
um brasileiro que não dava um tostão furado pelos russos.
Um
tal de Nelson Rodrigues…
Fonte:
Blog do Juca Kfouri
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