sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O dia em que o Sputnik conheceu Mané


por Roberto Vieira

15 de Junho de 1958.
O primeiro encontro de brasileiros e daqueles vermelhos.
Vermelhos com o CCCP na camisa.
O Brasil era terra de cobras e macacos.
A União Soviética era terra dos caras que comiam criancinhas.
Terra do Sputnik.
Lançado em outubro de 1957.
O satélite artificial deixou os americanos de joelhos.
Entrementes.
Mané era um palhaço do Circo Botafogo.
Um fazedor de piruetas.
Boris Dimitryievich Kuznetsov sabia das piruetas.
Mas Kuznetsov era um atleta olímpico.
Mané não seria problema.
Zagalo deu um chutão pra direita.
Mané correu.
Alcançou a bola antes dela sair.
E num espaço de cinco centímetros deixou Boris na saudade.
O Sputnik não tinha resposta para Mané.
Voinov e Tsarev vieram ajudar.
O duelo virou baile.
Um baile como daqueles em Pau Grande.
A torcida carioca ouvia o jogo no rádio.
Mané?
Aquele de pernas tortas?
Vavá marca duas vezes.
Vavá que tabelou com o menino Pelé.
De cabeça.
Do meio campo até a grande área de Yashin.
Assim como quem não quer nada.
O Brasil inteiro se espantou.
Pelé já era um espanto.
Vavá, um Leão.
Mas Mané valia mil sputniks.
Escrevi que o Brasil inteiro se espantou.
O Brasil inteiro, não!
Havia um brasileiro que não dava um tostão furado pelos russos.
Um tal de Nelson Rodrigues…

Fonte: Blog do Juca Kfouri

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