terça-feira, 22 de outubro de 2013

Voz de Jefferson e incursões ao futebol 2013

"É um dos melhores momentos do Botafogo nesses últimos anos. Foi campeão carioca sobrando, com time espetacular, faz ótima campanha no Brasileiro e na Copa do Brasil tem possibilidade de semifinal, brigando pelo título. Falta um mês e meio para fecharmos com chave de ouro. Esperamos colocar a cereja no bolo com um título e a vaga na Libertadores.” – Jefferson, goleiro do Botafogo.

Comentários de Mundo Botafogo:

Desejo que fiquem claras três coisas: (a) sou fã de Jefferson, que considero a figura nº1 do nosso time de futebol, à frente de Seedorf, porque está há anos no clube, é botafoguense e salvou-nos de muitas derrotas iminentes; (b) nada me impede de exercer o intelecto seja com quem for, fazendo as críticas positivas e negativas que considero adequadas, incluindo a mim próprio; (c) o não exercício dessas críticas é um forte sinal de incapacidade intelectual ou de submissão, desejada ou não, o que em qualquer caso configura a inexistência do exercício de cidadania a que todos temos direito.

Dito isto, sinto-me à vontade para dizer três coisas: (a) que Jefferson geralmente faz melhor figura calado, porque as suas intervenções orais são qualitativamente fracas; (b) que Jefferson e o Botafogo em geral exageram nos seus adjetivos, já que as expressões de ‘ótimo’, ‘excelente’ e afins devem se aplicar aos melhores desempenhos e não a desempenhos que pela sua obviedade não merecem mais do que ‘bom’ – o que é bastante bom!!!; (c) que Jefferson e o Botafogo em geral só agora parecem ter percebido que a vaga na Libertadores e a conquista da Copa do Brasil é que deveria ter sido, desde o início do campeonato, a cereja no bolo.

Efetivamente, fico espantado quando se classifica de ‘excelente’ uma campanha em que se fica, por exemplo, em 3º lugar, porque creio que o excelente se deve reservar ao vencedor – e ainda assim nem sempre.

Mas também me espanta, nas declarações de Jefferson, que só agora se perceba que a nossa ‘chave de ouro’ nunca seria o título brasileiro desde que a diretoria fez o desmanche do time e deixou vitinho sair por inoperância na gestão do plantel, mas tão simplesmente visar o G4 e conquistar a Copa do Brasil. Eu disse-o durante todo o ano, e só agora, defraudadas as vãs ilusões de um título para o qual não nos preparámos, é que parece que as gentes botafoguenses emergiram de um son(h)o profundo.

Estaremos ainda a tempo de gerir o plantel para conquistar a Copa do Brasil? Teremos a cereja para um bolo ainda tão incerto?

O ano decorreu, tal como nos outros anos, sem planos. As decisões foram sendo tomadas semana a semana, sem o cuidado de se olhar para o horizonte. Confesso que estou farto das declarações do tipo das de Jefferson, e algumas ainda piores. Quando se chega à realidade e se verifica que não há cereja nem bolo, encontram-se novas palavras vãs do tipo ‘levantar cabeça’, ‘aprender a fazer melhor’, ‘não repetir os erros’, blá-blá-blá… para… tudo continuar na mesma!

Todo este ano decorreu mais uma vez de improviso, e não se justifique esse improviso com o Engenhão, porque o 1º salário atrasado foi antes da interdição do estádio. Enquanto não traçarmos um plano sério e não o seguirmos com rigor, seremos o clube de bairro com o qual os nossos dirigentes parecem estar satisfeitos.

Em 13 anos deste século conquistámos três campeonatos cariocas e nada realmente de relevo, enquanto os três maiores rivais cariocas conquistaram títulos nacionais. O Botafogo merece uma sublevação popular dos seus sócios-torcedores de modo a colocar um ponto final nas sistemáticas formas de gestão sem planos de médio prazo.

Somente apostando no médio prazo sairemos do marasmo bairrista a que estamos votados. O clube de Garrincha, que encantou o mundo, está confinado ao bairro de Botafogo - refiro-me exclusivamente ao futebol -, e somos obrigados a viver de um passado Glorioso sem horizonte à vista.

2 comentários:

Gil disse...

Rui,

Mais uma vez foste PERFEITO!
"O ano decorreu, tal como nos outros anos, sem planos. As decisões foram sendo tomadas semana a semana, sem o cuidado de se olhar para o horizonte".

Passei um e-mail para você relatando a dificuldade para comprar o ingresso para o jogo de quarta-feira. Que o adversário seja o responsável pela venda, porém que tenha alguém da casa para dar suporte e resolver os problemas que surjam.
Hoje, terça-feira, vi diversos relatos de sócios torcedores que não conseguiram comprar os seus ingressos no Engenhão e no Maracanã. Mesma situação que a minha na segunda-feira.
Esse e outros detalhes demonstram a fragilidade, incompetência, que se instalou no Botafogo.

A tua mensagem é exatamente o que pensa uma grande parte da torcida, porém, alguns torcedores se deixam levar pelas desculpas esfarrapadas que se desintegram logo adiante.
O Botafogo é um feudo, uma capitania hereditária que os sócios proprietários, beneméritos e grandes beneméritos vivem o seu mundo e acham que tudo que fazem é o certo. Vivem o mundinho deles e os outros torcedores não pertencem, não podem e não possuem condições de opinar.

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

Em minha opinião é fundamental que os estatutos sejam mudados e os sócios-torcedores votem.

É necessário que os sócios-torcedores encabecem um movimento - liderado por pessoa respeitada ou comissão restrita competente - que force a mudança de estatutos num país que vive em democracia e o voto universal está consagrado.

Se o Spoprting conseguiu correr com a velharia foi à custa dos votos dos mais novos. O SCP parece hoje seguir novos e e melhores rumos com o 'presidente do povo' sportinguista.

O modelo é atribuir 1 ou mais votos por cada ano de associado. Com novos associados e com direito a voto a queda da velharia é possível. E o rejuvenescimento do Botafogo uma possibilidade.

Abraços Gloriosos!

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