O Movimento
Carlito Rocha, uma voz prestigiada, presente no universo da Internet, solicitou a Nelson Milesi, que entretanto se socorreu do sobrinho
Victor Cerqueira para ‘fazer as contas’ do futuro, a sua opinião sobre o texto
de Bernardo Santoro.
Baseando-se
na concatenação financeira dada pelo sobrinho, Nelson Milesi de Albuquerque Cerqueira, sócio-proprietário
nº 40113, escreve:
“O
diagnóstico que Bernardo dá para a “construção” de nossa dívida é basicamente
verdadeiro. A posologia é que julgo muito pessimista.”
Continuo
pensando que Santoro, que não errou a predição sobre o Botafogo 2014, tem mais
razão, mas há direito em gizar-se soluções alternativas. Eis, pois, o texto
publicado no blogue do Movimento Carlito Rocha:
Conheço
o Bernardo desde 2009. Leio-o no Canal Botafogo mais ou menos desde aquele ano.
Considero-o um bom botafoguense e respeito suas opiniões.
Sou
músico por profissão, engenheiro eletrônico(UnB e Uerj) por formação,
botafoguense fanático desde 1967 e sócio-proprietário desde 2001. Participei da
campanha de eleição de Bebeto de Freitas em 2002 pelo Movimento Carlito Rocha,
grupamento botafoguense do qual sou partícipe e atuante desde 2002, e de novo
em 2005 quando tive honra de fazer parte do Conselho Deliberativo do Botafogo.
Concordo
com boa parte do texto, discordando do vaticínio que prevê o fim do Botafogo.
Sabemos que o caminho para recuperação do clube será difícil, mas tenho motivos
e argumentos para acreditar que nossa dívida é pagável – a longo e rigoroso
prazo – e que podemos sonhar que o Botafogo tem condições para continuar como
grande clube do futebol brasileiro e mundial mesmo durante esta dificílima
travessia.
O
diagnóstico que Bernardo dá para a “construção” de nossa dívida é basicamente
verdadeira. A posologia é que julgo muito pessimista até para os ditames da
escola de Viena, da qual sei que Bernardo é adepto e entusiasta.
Como
não sou economista de formação, pedi a ajuda de um botafoguense que é, no caso
meu sobrinho Victor Cerqueira, que é formando de Economia pela IBMEC, 1º de
turma e já está em atividade no mercado financeiro passando por empresas como
SPX Capital e Canepa Asset Brazil. O parecer dele é relevante pelo fato do
IBMEC ser uma faculdade de economia com orientação filosófica próxima a de
Bernardo Santoro, a qual é Liberal, de forte inspiração da escola de Viena,
Hayek e afins.
Para
os cálculos de como se gerir esta dívida, fizemos aproximações por tudo o que
lemos e o que é noticiado sobre o Botafogo, uma vez que o nosso Conselho Fiscal
se esmerou mais em atribuir culpas à gestão salvadora de Bebeto de Freitas que
em esmiuçar e aconselhar o que deve ser feito com o dinheiro que o Botafogo
receberia a partir de 2009, quando para todos os efeitos estava em dia com o
Fisco, salários e obrigações trabalhistas.
Os
dados e premissas iniciais seriam:
1) Dívida
confessada do Botafogo: R$ 700 milhões (inclusive tributárias);
2) Cota
de TV do Botafogo (divulgado pela Globo e Botafogo): R$ 70 milhões/ano;
3)
Total de patrocínios do Botafogo (divulgado pela diretoria do Botafogo): R$ 30
milhões/ano;
4) A
princípio não incluiremos receitas futuramente importantes como as de
Sócios-Torcedores, pois como será um período de difícil transição pensamos que
não deverá contar com uma adesão que mude fundamentalmente o montante de nossas
receitas;
5)
Assumimos que o obtido por sócios-proprietários, aluguéis e escolinhas seja
(obrigatoriamente) o suficiente para pagar manutenção das sedes, impostos e
funcionários dos complexos sócio-desportivos de Venceslau Brás, Mourisco e
Sacopã. Também não os incluímos no cálculo de amortização das dívidas do
Botafogo;
6) As
receitas geradas pelo e para o futebol teriam correção pela inflação;
7) Amortização
+ juros como 75% da receita gerada no futebol;
8)
Pagamento da última parcela da dívida em 2034.
Teríamos
que nos contentar em tocar o futebol com uma verba de R$ 2 milhões/mês, o que
acho bastante razoável se for feito com talento e verdadeiro amor ao Botafogo.
Por quem entenda de futebol e não obedeça à ditadura dos empresários-proxenetas
de jogadores que empesteiam o futebol brasileiro, tendo um
porto-mais-que-seguro neste Botafogo Falido do Lido que vemos agora.
O
desastre que foi a participação do Brasil na Copa de 2014, no Vexame dos
Vexames em todos os tempos, escancara o abismo técnico, tático e administrativo
no qual está nosso futebol.
A
distância gerencial e técnica de Barcelona ou Bayern para Corinthians e
Flamengo – clubes mais celebrados por nossa parcial imprensa esportiva – é
muito maior que a destes para Botafogo, Fluminense ou Atlético-MG, tratados como
patinhos feios por esta mesma mídia.
O
Botafogo pode e deve se aproveitar destas circunstâncias, fazendo desde já
radical mudança em sua gerência e, sobretudo, na refundação de sua escola de
futebol que foi fundamental para fazer com que o Brasil, num passado já
distante, fosse reconhecido e celebrado como o “país do futebol”. Se fizermos
isto temos todas as chances de um salto qualitativo e relativo que novamente
nos colocará em nosso lugar de direito no futebol.
Eis o
endereço, no qual também encontrará a planilha elaborada por Victor Cerqueira: http://www.movimentocarlitorocha.com.br/
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