quinta-feira, 31 de julho de 2014

Nelson Milesi versus Bernardo Santoro: que caminho?

O Movimento Carlito Rocha, uma voz prestigiada, presente no universo da Internet, solicitou a Nelson Milesi, que entretanto se socorreu do sobrinho Victor Cerqueira para ‘fazer as contas’ do futuro, a sua opinião sobre o texto de Bernardo Santoro.

Baseando-se na concatenação financeira dada pelo sobrinho, Nelson Milesi de Albuquerque Cerqueira, sócio-proprietário nº 40113, escreve:

O diagnóstico que Bernardo dá para a “construção” de nossa dívida é basicamente verdadeiro. A posologia é que julgo muito pessimista.”

Continuo pensando que Santoro, que não errou a predição sobre o Botafogo 2014, tem mais razão, mas há direito em gizar-se soluções alternativas. Eis, pois, o texto publicado no blogue do Movimento Carlito Rocha:

Conheço o Bernardo desde 2009. Leio-o no Canal Botafogo mais ou menos desde aquele ano. Considero-o um bom botafoguense e respeito suas opiniões.

Sou músico por profissão, engenheiro eletrônico(UnB e Uerj) por formação, botafoguense fanático desde 1967 e sócio-proprietário desde 2001. Participei da campanha de eleição de Bebeto de Freitas em 2002 pelo Movimento Carlito Rocha, grupamento botafoguense do qual sou partícipe e atuante desde 2002, e de novo em 2005 quando tive honra de fazer parte do Conselho Deliberativo do Botafogo.

Concordo com boa parte do texto, discordando do vaticínio que prevê o fim do Botafogo. Sabemos que o caminho para recuperação do clube será difícil, mas tenho motivos e argumentos para acreditar que nossa dívida é pagável – a longo e rigoroso prazo – e que podemos sonhar que o Botafogo tem condições para continuar como grande clube do futebol brasileiro e mundial mesmo durante esta dificílima travessia.

O diagnóstico que Bernardo dá para a “construção” de nossa dívida é basicamente verdadeira. A posologia é que julgo muito pessimista até para os ditames da escola de Viena, da qual sei que Bernardo é adepto e entusiasta.

Como não sou economista de formação, pedi a ajuda de um botafoguense que é, no caso meu sobrinho Victor Cerqueira, que é formando de Economia pela IBMEC, 1º de turma e já está em atividade no mercado financeiro passando por empresas como SPX Capital e Canepa Asset Brazil. O parecer dele é relevante pelo fato do IBMEC ser uma faculdade de economia com orientação filosófica próxima a de Bernardo Santoro, a qual é Liberal, de forte inspiração da escola de Viena, Hayek e afins.

Para os cálculos de como se gerir esta dívida, fizemos aproximações por tudo o que lemos e o que é noticiado sobre o Botafogo, uma vez que o nosso Conselho Fiscal se esmerou mais em atribuir culpas à gestão salvadora de Bebeto de Freitas que em esmiuçar e aconselhar o que deve ser feito com o dinheiro que o Botafogo receberia a partir de 2009, quando para todos os efeitos estava em dia com o Fisco, salários e obrigações trabalhistas.

Os dados e premissas iniciais seriam:

1) Dívida confessada do Botafogo: R$ 700 milhões (inclusive tributárias);

2) Cota de TV do Botafogo (divulgado pela Globo e Botafogo): R$ 70 milhões/ano;

3) Total de patrocínios do Botafogo (divulgado pela diretoria do Botafogo): R$ 30 milhões/ano;

4) A princípio não incluiremos receitas futuramente importantes como as de Sócios-Torcedores, pois como será um período de difícil transição pensamos que não deverá contar com uma adesão que mude fundamentalmente o montante de nossas receitas;

5) Assumimos que o obtido por sócios-proprietários, aluguéis e escolinhas seja (obrigatoriamente) o suficiente para pagar manutenção das sedes, impostos e funcionários dos complexos sócio-desportivos de Venceslau Brás, Mourisco e Sacopã. Também não os incluímos no cálculo de amortização das dívidas do Botafogo;

6) As receitas geradas pelo e para o futebol teriam correção pela inflação;

7) Amortização + juros como 75% da receita gerada no futebol;

8) Pagamento da última parcela da dívida em 2034.

Teríamos que nos contentar em tocar o futebol com uma verba de R$ 2 milhões/mês, o que acho bastante razoável se for feito com talento e verdadeiro amor ao Botafogo. Por quem entenda de futebol e não obedeça à ditadura dos empresários-proxenetas de jogadores que empesteiam o futebol brasileiro, tendo um porto-mais-que-seguro neste Botafogo Falido do Lido que vemos agora.

O desastre que foi a participação do Brasil na Copa de 2014, no Vexame dos Vexames em todos os tempos, escancara o abismo técnico, tático e administrativo no qual está nosso futebol.

A distância gerencial e técnica de Barcelona ou Bayern para Corinthians e Flamengo – clubes mais celebrados por nossa parcial imprensa esportiva – é muito maior que a destes para Botafogo, Fluminense ou Atlético-MG, tratados como patinhos feios por esta mesma mídia.

O Botafogo pode e deve se aproveitar destas circunstâncias, fazendo desde já radical mudança em sua gerência e, sobretudo, na refundação de sua escola de futebol que foi fundamental para fazer com que o Brasil, num passado já distante, fosse reconhecido e celebrado como o “país do futebol”. Se fizermos isto temos todas as chances de um salto qualitativo e relativo que novamente nos colocará em nosso lugar de direito no futebol.

Eis o endereço, no qual também encontrará a planilha elaborada por Victor Cerqueira: http://www.movimentocarlitorocha.com.br/

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