Mais uma vez vi diante da Câmera um homem íntegro e
corajoso. […] O senhor é um grande homem e um ser humano ímpar. […] Meu e-mail
é só para agradecer a grande felicidade que o senhor e o seu grupo
proporcionaram para a nossa nação. […] Tenho certeza que o senhor comandará com extrema
competência. […] Fique com Deus e lembre-se que o choro pode durar
uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer. Quero dizer com essa citação que vai
passar e tudo ficará bem. – Dona Lúcia, suposta torcedora
brasileira que deu o seu suposto nome a uma ridícula e suposta carta anônima
dirigida supostamente a Scolari, escrita sabe-se lá por quem, e lida pelo
tétrico C. A. Parreira na coletiva pós-derrota para a Alemanha que deixou a
nação estupefacta perante tamanha elementaridade e pusilanimidade da dupla
técnica que contribuiu decisivamente para tudo acabar mal. As estatísticas
lidas por Scolari e a carta lida por Parreira mostram que as cúpulas continuam
a considerar todo o povo brasileiro imbecil e ainda por cima mostraram em
direto ao mundo o que pensam sobre um povo que julgam ser capaz de engolir
tamanha aldrabice.
Scolari
é apenas um apêndice da história. Anda a fazer anúncios em vez de escolher bem
os jogadores e de os treinar, com rigor e profissionalismo. Scolari não é mais
do que um dos mais relevantes produtos do marketing desportivo. Não é um
especialista na área do treino? Não é um especialista em táticas? Não é um
reformador? Nada disso, como se observa. Mas tem aquilo que os patrocinadores
gostam (enquanto ganha o suficiente): a palavra doce e muitas vezes
provocatória, um certo xamã místico e uma especial empatia com os bancos (que
não os de suplentes). Scolari é um dos expoentes máximos do futebol-negócio. E
é nessa condição que escolhe jogadores, organiza equipas através de princípios
rudimentares e ultrapassados, explorando o lado ascético do futebol. Um dia
tinha de ser desnudado como Isaías na Bíblia. Aconteceu na Copa. Há um dia em
que nem os marqueteiros conseguem mascarar a realidade. Scolari é uma minudência
[da história]. – Rui Santos,
comentarista de futebol no jornal Record.
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