por Paulo Marcelo Sampaio
Quisera
eu acreditar que os últimos serão os primeiros. Dito isto comunico que este
blog vai tirar férias. Por tempo indeterminado. O Botafogo, independentemente
de resultados, tem me aborrecido muito. Um dia o Arquiba Botafogo voltará!
Paulo Marcelo
Sampaio, 9 de outubro de 2014
Botafoguense
é esquisito. Vai da euforia à depressão em segundos. Basta assistir um lance
fugaz de genialidade e logo eleva o jogador a Deus. E em seguida o crucifica
depois de uma furada bisonha. Outras constatações: não arrotamos números. Não
medimos nosso amor pela superioridade. Ir ao estádio não é uma busca pelo
prazer. É uma obrigação. Como se a atuação do nosso clube, nos campos de
futebol, nas raias do remo, dependesse da nossa presença, dos nossos guias, dos
nossos patuás, dos nossos rosários.
Hoje,
ver nossa camisa entrar em campo, fruto de sonhos juvenis, já nos basta.
Celebramos vitórias improváveis, mesmo que elas não nos levem a lugar algum. E
já nos resignamos com derrotas, mesmo aquelas difíceis de acontecer. Já vamos
aos estádios prevendo o pior. Dia desses encontrei um amigo, síntese do nosso
pessimismo. Não era bom sinal. Como não é bom sinal o silêncio da torcida antes
dos jogos. As grades que dão um toque de ordem à entrada da torcida parecem
caminho para o sacrifício, como passos e olhos bovinos prevendo o abate.
A
cada dia as notícias pioram. É tanta coisa ruim que a frequência por aqui anda
escassa. Sou cobrado por isso – acreditem! – por meus oito leitores, entre eles
Yeroshi, o mais botafoguense dos cubanos. Mas há solução. Passando pela avenida
Francisco Bicalho, zona portuária do Rio de Janeiro, no começo da noite de
domingo, procurava adivinhar a região onde o Botafogo construiria seu estádio,
em parceiro com um grupo português. Vivíamos a época de Bebeto de Freitas. O
projeto não saiu do papel. Expliquei tudo isso a João Marcelo, triste ao meu
lado. “Por que o João Moreira Salles não constrói um estádio pra gente aqui?
Tem tanto lugar abandonado…”, observou meu filho. “Nosso lugar é em General
Severiano, JM!”, respondi. “Vou escrever pra ele, pai!” Escreva, filho,
escreva.
Paulo Marcelo
Sampaio, 3 de outubro de 2014
Nota do
Mundo Botafogo: É esta situação e estes sentimentos que a presidência de Maurício
Assumpção nos deixa como legado. E, contudo, essa tal ‘torcida esquisita’
vibrou com o reingresso do irresponsável Jobson achando que ele ‘vai deslanchar’,
está sempre pronta a acreditar que uma vitória nos traz uma sucessão delas,
aceita um presidente silencioso sobre o Engenhão, atura decisões de lesa patrimônio
futebolístico tal como a vingança pura e simples do NÓDOA sobre quatro dos
menos maus atletas botafoguenses e, pior que tudo isso, ainda há botafoguenses
que defendem a Chapazul de Thiaguinho, comandado por Carlos Augusto Montenegro,
o homem que elegeu todos os presidentes – exceção de Bebeto de Freitas no 2º
mandato – e que, por conseguinte, é altamente co-responsável pela eminente
destruição do Glorioso Botafogo de Futebol e Regatas.
Sempre que tenhas vontade de publicar uma crônica, Paulo Marcelo, o espaço do Mundo Botafogo é teu. Abraço solidário.
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