terça-feira, 21 de outubro de 2014

A última crônica de Paulo Marcelo Sampaio


por Paulo Marcelo Sampaio

Quisera eu acreditar que os últimos serão os primeiros. Dito isto comunico que este blog vai tirar férias. Por tempo indeterminado. O Botafogo, independentemente de resultados, tem me aborrecido muito. Um dia o Arquiba Botafogo voltará!

Paulo Marcelo Sampaio, 9 de outubro de 2014

Botafoguense é esquisito. Vai da euforia à depressão em segundos. Basta assistir um lance fugaz de genialidade e logo eleva o jogador a Deus. E em seguida o crucifica depois de uma furada bisonha. Outras constatações: não arrotamos números. Não medimos nosso amor pela superioridade. Ir ao estádio não é uma busca pelo prazer. É uma obrigação. Como se a atuação do nosso clube, nos campos de futebol, nas raias do remo, dependesse da nossa presença, dos nossos guias, dos nossos patuás, dos nossos rosários.

Hoje, ver nossa camisa entrar em campo, fruto de sonhos juvenis, já nos basta. Celebramos vitórias improváveis, mesmo que elas não nos levem a lugar algum. E já nos resignamos com derrotas, mesmo aquelas difíceis de acontecer. Já vamos aos estádios prevendo o pior. Dia desses encontrei um amigo, síntese do nosso pessimismo. Não era bom sinal. Como não é bom sinal o silêncio da torcida antes dos jogos. As grades que dão um toque de ordem à entrada da torcida parecem caminho para o sacrifício, como passos e olhos bovinos prevendo o abate.

A cada dia as notícias pioram. É tanta coisa ruim que a frequência por aqui anda escassa. Sou cobrado por isso – acreditem! – por meus oito leitores, entre eles Yeroshi, o mais botafoguense dos cubanos. Mas há solução. Passando pela avenida Francisco Bicalho, zona portuária do Rio de Janeiro, no começo da noite de domingo, procurava adivinhar a região onde o Botafogo construiria seu estádio, em parceiro com um grupo português. Vivíamos a época de Bebeto de Freitas. O projeto não saiu do papel. Expliquei tudo isso a João Marcelo, triste ao meu lado. “Por que o João Moreira Salles não constrói um estádio pra gente aqui? Tem tanto lugar abandonado…”, observou meu filho. “Nosso lugar é em General Severiano, JM!”, respondi. “Vou escrever pra ele, pai!” Escreva, filho, escreva.

Paulo Marcelo Sampaio, 3 de outubro de 2014

Nota do Mundo Botafogo: É esta situação e estes sentimentos que a presidência de Maurício Assumpção nos deixa como legado. E, contudo, essa tal ‘torcida esquisita’ vibrou com o reingresso do irresponsável Jobson achando que ele ‘vai deslanchar’, está sempre pronta a acreditar que uma vitória nos traz uma sucessão delas, aceita um presidente silencioso sobre o Engenhão, atura decisões de lesa patrimônio futebolístico tal como a vingança pura e simples do NÓDOA sobre quatro dos menos maus atletas botafoguenses e, pior que tudo isso, ainda há botafoguenses que defendem a Chapazul de Thiaguinho, comandado por Carlos Augusto Montenegro, o homem que elegeu todos os presidentes – exceção de Bebeto de Freitas no 2º mandato – e que, por conseguinte, é altamente co-responsável pela eminente destruição do Glorioso Botafogo de Futebol e Regatas.

Sempre que tenhas vontade de publicar uma crônica, Paulo Marcelo, o espaço do Mundo Botafogo é teu. Abraço solidário.

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