sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

De avô para neto ou o ‘circo’ perdido nas brumas da memória… (5)

por PEDRO ARÊAS, 25/08/2014

Número 7: Bom, meu Neto, esse vou pular por enquanto, porque é demasiado complexo te explicar que um 7 vale mais do que milhares de 10. Mas calma, chegaremos lá.

Número 8: Gérson de Oliveira Nunes, ou Gérson. Canhotinha de Ouro, fazia lançamentos de longas distâncias com precisões cirúrgicas, como o mágico que arremessa o homem bala dentro de seu alvo sem titubear. Cadenciava o jogo como poucos, corria pouco e fazia a bola rodar com qualidade. Jogava muito! Também chamado de Papagaio pelos amigos, porque dentro de campo era uma espécie de técnico, falava pelos cotovelos o rapaz. E fumava também o rapaz, e como fumava, inclusive nos intervalos dos shows. Fez uma propaganda para uma marca de cigarros que lhe rendeu muita dor de cabeça. Uma espécie de Carequinha. Fantástico!

Número 9: Túlio Humberto Pereira Costa, ou Túlio Maravilha. Um dos mais engraçados palhaços deste planeta. Era para ser nosso 7, mas a concorrência histórica é desleal. Esse caçoava dos adversários, mas caçoava mesmo. Provocador. Irreverente. Sem papas na língua. Dizia que ia fazer um número X de gols em uma partida e fazia, a bola batia em sua canela, em sua mão, em seu peito, em seu joelho, na trave, no travessão e aos 44 do segundo tempo cumpria a promessa. Que maravilha! Fez graça de todas as possíveis formas. De pé direito, pé esquerdo, cabeça, ombro, coxa, canela, joelho, calcanhar e bicicleta. Foi artilheiro do Brasil em três edições. Rodou o Brasil fazendo à alegria das plateias, porque era desengonçado, desajeitado, mas metia muito gol. Fez mais de mil piruetas em sua carreira, sem ligar se eram feias ou bonitas, pura arte. Uma espécie de Arrelia.

Fantástico! Número 10: Heleno de Freitas, craque! Advogado formado na UFRJ, boêmio toda vida, mulherengo, brigão, lutador, raçudo, galã de novela, Gilda. Gilda, apelido dado pelos amigos do Clube dos Cafajestes fazendo analogia à atriz norte-americana Rita Hayworth por conta de seu temperamento e fisionomia no filme homônimo. Jogava tanto quanto arrumava confusões, era manchete de jornal tanto pelas atuações em seus espetáculos quanto pelas incursões pelas madrugadas. Atacante finalizador, 209 gols em 235 partidas pelo Botafogo e 19 gols em 18 jogos pela seleção brasileira, tá bom ou quer mais? Uma espécie de Pierrot Elitizado. Fantástico!

Número 11: Jair Ventura Filho, ou Jairzinho. Furacão da Copa de 70. Furacão?!... Porque bagunçou times adversários, devastou telhados, arrancou árvores, entortou alicerces, envergou colunas, abalou sólidas estruturas, desarrumou palácios. Fez gol em todos os sete jogos do mundial até levantar a taça. Único na história. Único. Era para ser nosso 7, mas a concorrência histórica é desleal. Chegou ao nosso Glorioso na Era de Ouro, foi gandula nos treinos dos profissionais, viu desfilar alguns craques que estou a citar neste texto. Prestou bastante atenção. E aprendeu. Aprendeu bem. Intrometeu-se aos poucos nos profissionais e foi um dos melhores de todos os tempos. Brincava com sua explosão, era o próprio homem bala. Gérson lançava e ele concluía o número com maestria. Fantástico!

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