quarta-feira, 22 de maio de 2019

DRAMAS BOTAFOGUENSES (4/7): do futebol e dos futebolistas na década de 1960

1961: em pé - Rildo, Manga, Zé Maria, Nilton Santos, Ayrton, Chicăo, Paulistinha, Didi e Pampolini; agachados - Garrincha, China, Amarildo, Édison, Zagallo e Amoroso.

TIMAÇO DA DÉCADA DE 1960, na sombra santista dos títulos
O Botafogo de meados da década de 1950 até ao final da década de 1970, defrontando as melhores equipes de futebol do mundo, conquistou inúmeros torneios internacionais de prestígio. Metade das seleções campeãs do mundo tinham uma linha de ataque botafoguense e meia equipe era constituída por titulares botafoguense. Porém, o Botafogo de 1970 apenas tinha no seu palmarés catorze conquistas no Campeonato Carioca, três Torneios Rio-São Paulo e uma Taça Brasil. Além de privilegiar os torneios internacionais para obter chorudas recompensas financeiras, o Botafogo teve que defrontar, apesar de possuir um verdadeiro ‘escrete’, a outra melhor equipa do mundo, o Santos de Pelé, Zito, Coutinho, Pepe e tantos outros. E é certo que as Copas do Mundo foram sobretudo conquistas de botafoguenses, os grandes conquistadores ao nível de clubes foram dos santistas, algumas das mais importantes sobre o Botafogo de Garrincha.

IVAN, afogado em 1963
Ivan de Freitas, lateral-esquerdo oriundo do América, ingressou no Botafogo em 1962 para substituir Chicão, cotado para integrar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966, mas morreu afogado em 1963 na Barra da Tijuca quando tomava banho em companhia de duas jovens, ambas de 20 anos, que também pereceram: Derna Maria Giorno (solteira, telefonista) e Luzia Nascimento Machado (solteira, balconista do Império dos Discos). O seu corpo apareceu no Chapéu dos Pescadores, na Avenida Niemeyr, e consta que foi reconhecido por Manga. No entanto, o Correio da Manhã de 24.04.1963 refere que o corpo foi encontrado pelos pescadores Sebastião José da Silva e Waldir de Souza Maia, filiados à Colônia de Pesca Z-6, quando passavam nas proximidades das ilhas Tijucas. O ocorrido foi comunicado ao Posto de Salvamento Bôto, também na Barra da Tijuca, e enviaram uma lancha para o local, comunicando o acontecimento aos dirigentes do Botafogo. Após o corpo içado, os dirigentes alvinegros Renato Estelita e Walter Santos, respetivamente diretor de futebol e superintendente do Botafogo, fizeram o reconhecimento do corpo pelas vestes e pertences da vítima, já que o corpo estava em decomposição, identificando o cação azul com bolso protegido por fecho ‘eclair’, cordão de ouro com crucifixo e figa preta e pela arcada dentária que ostentava um dente de ouro na parte superior direita.


CHICÃO, assassinado a tiros em 1965
Francisco Amâncio dos Santos, o ‘Chicão’, campeão carioca em 1961 pelo Botafogo, saiu em 1962, vendido ao Valência, e foi substituído pelo malogrado Ivan, afogado em 1963. Porém, em 1965, dois anos depois da morte do seu substituto Ivan, também acabou morto por assassinato a tiros num posto de gasolina em Bonsucesso.

Pesquisa de Rui Moura (editor do blogue Mundo Botafogo).

2 comentários:

Carlos Eduardo disse...

Ruy,posso até estar pensando errado mas o fato do Botafogo não ter ganho muito com o timaço da decada de 60 é mais uma falta de organização da diretoria e um pouco de amadorismo.
E não da para culpá-los até porque a competição àquela época não tinha o glamour que tem hoje e qualquer torneio internacional "amistosos" pelo mundo eram mais valorizados e rentáveis.
O grande problema ao meu ver também é o fato de no Brasil,existir campeonatos nacionais a partir de 59,coisa que em outros países já existiam desde 1930 pelo continente(falo apenas da era profissional).Isso prejudicou demais o futebol brasileiro num certo ponto,porque enquanto outros paises estavam jogando torneios nacionais,os daqui estavam nos estaduais e inter-estaduais,acho que não se ter um campeonato nacional nesse período pré 1959,foi mais por falta de criatividade de quem estava nas federações.
Enquanto na Europa já se tinha ligas e copas nacionais além de ter a "Copa Mitropa" como principal torneio continental;no continente-sul-americano,a primeira tentativa de torneio continental foi em 1948,e o Brasil sem uma liga nacional,enquanto os outros paises já tinham.

Agora voltando ao assunto principal,na decada de 60 das 4 principais equipes(Santos,Botafogo,Palmeiras e Cruzeiro) o Botafogo talvez seja a que chegou no "auge" com um time mais velho,em relação as outras.
Nem dá para falar dessa turma de 62,em 1969 não jogamos a Libertadores quando tinhamos um dos melhores times do mundo(provavelmente nosso maior rival ali seria o Estudiantes que vinha do titulo de 68),por briga de federação.
A única equipe Botafoguense que dá para se cobrar algo em relação a essa competição é a de 73,porque além de manter boa parte dos planteis anteriores,provavelmente era o time mais forte daquela competição junto com o Palmeiras,que eliminamos.As outras participações nós nem vamos comentar porque o clube não conseguiu manter o nivel competitivo para tal,e o "auge da glamourização da Libertadores" nos anos 80,coincidiu com um período ruim do Botafogo em competições,além do mais,as Libertadores antigas só iam os campeões de cada país e em outras campeoes e vices;atualmente podem ir até 7 ou 8.
Paulo Roberto Martins,comentarista da Band uma vez disse que se tem uma equipe que merecia e merece ter uma Libertadores é o Botafogo por tudo que já proporcionou ao futebol brasileiro.
Merecemos muito!!!
Abraços!!!





Ruy Moura disse...

Concordo na generalidade, Carlos Eduardo. Apenas divirjo umpouco no que respeita a falta de organização. Na verdade, Paulo Azeredo organizou extraordinariamnete o Clube, tanto na década de 1930 como nas décdas de 1950-60. E ele governou até 1962-63 e foi aí que o Botafogo se reergeu e eregeu o Clube Social e os demais esportes. Creio que o que mais nos prejudicou de 1963 em diante foi a ansiedade de fazer dinheiro, dinheiro, dinheiro. Os dólares cegavam...

No mais, concordo consigo.

Abraços Gloriosos.

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