por CARLOS EDUARDO
Crônicas
de Quinta, no Mundo Botafogo
Quem estiver
lendo a crônica certamente irá interrogar-se: "O que é que o Botafogo tem
a ver com as duas Copas?...
Acontece ter pressentido
uma inspiração que os dois temas me despertaram em relação à realidade do
Botafogo. Como
assim?... – dirá o leitor. É simples. Vejamos.
Sobre a Copa
América, percebe-se que não é um sucesso de público, sobretudo por conta dos
ingressos com preços bem altos e, por isso, o verdadeiro espectador do futebol
(leia-se ‘povão’) acaba sendo afetado.
Efetivamente, em
um dos jogos do Brasil no Morumbi, durante os 90 minutos, a torcida parecia ‘plateia
de ópera’, em lugar da alegria de cariz popular, devido ao total silêncio nas
arquibancadas, cuja própria imprensa se espantou com o ocorrido.
Tenho a
impressão que as (con)federações estão a fim de elitizar novamente o esporte e tornar
a ser o que era no começo do século passado. Quem em sã consciência paga cerca
de 400 reais num ingresso? – a ‘classe baixa’ brasileira é que não é.
E onde entra o Botafogo nisso?...
Sabemos que no futebol brasileiro
paga-se muito para vermos um espetáculo bem abaixo do que queremos e podemos
fazer. Uma das soluções, no caso do Botafogo, seria colocar um preço popular
nas bilheterias para atrair muito mais torcida, até porque não são todos que
podem aderir ao programa ‘sócio torcedor’.
E os preços sendo populares, além
de atenderem à expectativa de muitos que não têm boas condições financeiras,
seria um gatilho para que pudessem aderir ao ‘sócio torcedor’, que no caso
faria do ingresso algo ainda mais barato.
E no que
respeita à Copa do Mundo Feminina, a nossa seleção sempre esbarra na falta de
apoio, seja dos clubes ou da mídia, e também na falta de renovação de
jogadoras.
Os dirigentes tratam com descaso
absolutamente tudo, e sem razão. Nenhuma (con)federação padece de falência,
porque têm dinheiro, e muito, mas falta sabedoria e vontade para investir.
E onde entra o Botafogo nisso?...
É que, tal como a Seleção
Feminina, também precisamos de uma categoria de base capaz para que a renovação
de jogadores seja feita com QUALIDADE técnica e PROVEITO financeiro.
Ultimamente o BOTAFOGO apenas
revelou alguns jogadores defensivos e, ainda assim, de qualidade média. Há
muito tempo não se vê um craque oriundo da base que seja capaz de decidir jogos
vestindo a nossa camisa.
Nesse domínio há um assunto
fundamental que carece de boa decisão: travar os empresários de quem o Clube é
refém e com os quais não temos retirado vantagem, ao contrário das vantagens
obtidas por esses empresários.
O Botafogo seria bem mais
eficiente se contratasse alguém capaz de tratar tão importante assunto. Ou um
profissional reconhecido ou um ex-jogador de índole conhecida, com competências
para valorizar ‘promessas’ vindas da base e capacidade de descobrir talentos
fora do Clube, já que no linguajar ‘futebolês’, craque reconhece craque, bom jogador
reconhece bom jogador.
Certamente voltarei aos dois
assuntos com mais dados. E aguardando que os Irmãos Salles entrem efetivamente
como acionistas no Glorioso da Estrela Solitária.
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