domingo, 13 de março de 2022

Sérgio Sampaio (I) - o meu poeta camoniano, o meu amigo de alma

Sérgio Sampaio em duas fases da vida.

[Nota preliminar: O Mundo Botafogo publicará diariamente, por alguns dias, homenagem póstuma ao nosso extraordinário amigo Sérgio Sampaio, Poeta erudito, Rei do Mundo Botafogo que nos premiou com supremos acrósticos, botafoguense de invejável linhagem e nosso amigo de sempre para sempre, em especial do editor do blogue e de Lúcia Senna.]

por RUY MOURA

Editor do Mundo Botafogo

Meu Grande Sérgio Sampaio, auto intitulado «umpoetinha», era um poeta altaneiro, uma ‘grandeza imperial’, dono de um coração ilimitado, uma cultura sem fim, uma alma de Universo inteiro, Camoniano em cada letra, em cada palavra, em cada rima decassilábica, ‘irmão literário’ de Machado de Assis e de Carlos Drummond de Andrade, admirador de Vinicius de Moraes.

Amante da liberdade, elegantemente irreverente, dono de um sentido de humor sutil. Um pouco megalômano como convém a uma mente brilhante, presença meio discreta com gestos largos que o impeliam subitamente para a frente, mostrando tudo o que tinha para oferecer sem pré-anúncios nem festejos – um cavalheiro, um D’Artagnan, um homem inteiro ávido da vida numa luxúria social de liberdade em busca da magia do amor em cada perfume de mulher, em cada pétala de flor, em cada partícula do imenso Universo que sempre lhe pertencerá.

Dedico-te postumamente um acróstico, uma gota de água no imenso oceano dos teus acrósticos que rechearam de esplendor a tua poesia. É o primeiro, o único e o último que escreverei, porque tu és o meu acróstico. Obrigado meu amado amigo, Rei do Mundo Botafogo, D’Artagnan de todas as batalhas, Poeta modelo e amigo de todos os instantes deste editor ‘D. Quixote’, saudoso das utopias que ambos sabemos que se hão de transformar em Glórias, algures no imparável permanente futuro em surgimento.


Sérgio de mil letras, de mil fonemas,

És do mito Camoniano a lenda;

Rasgas o infinito com teus poemas,

Glosas a vida em arte estupenda;

Inventar, inovar, criar, teus lemas

Onde travas permanente contenda.


Sábio da vida, mui amante das gentes,

Altruísta, solidário parceiro;

Mereces tuas musas atraentes,

Presenteia-las com riso faceiro;

Alma enorme, grandes paixões latentes,

Ilustre amigo, de Universo herdeiro

Onde teus mil dons pulsarão ardentes.

 

Consulte todos os acrósticos do Poeta Sérgio Sampaio publicados no Mundo Botafogo na banda do lado direito do blogue, Etiqueta 'letras sérgiosampaio'.

11 comentários:

Lúcia Costa disse...

Parabéns, Ruy!
Teu acróstico, em homenagem ao Sérgio, é de grande beleza!
Uma verdadeira ebulição criativa. Aonde quer que o Sérgio se encontre, estará
emocionado com versos tão emocionantes, vindos de um amigo a quem ele tanto admirava.
Beijos, muitos...

Anónimo disse...

Bela homenagem ao REI DO MUNDO BOTAFOGO! O "poetinha" era incrível na sua forma de fazer versos. Vai deixar um vácuo , impossível de ser preenchido, uma vez que era único. Lamentável!
GUILHERME

Anónimo disse...

Que notícia triste, caro Ruy, nos trazes nesse final de domingo. Lembro-me bem dos acrósticos de Sergio Sampaio a enaltecer Lúcia Senna em cada uma de suas ótimas crônicas.
Belíssima a homenagem que fazes ao teu amigo, usando do mesmo recurso poético que ele tão bem dominava.
EDSON

Anónimo disse...

O blog MUNDO BOTAFOGO perde o seu poeta maior!
Parabéns, Ruy Moura, pela criatividade da bonita homenagem que ao Sérgio Sampaio prestas, nesse momento de tristeza profunda.
RUBENS FREITAS

Ruy Moura disse...

Se há criação de grande bela como dizes, Lúcia, ela vem do fundo da minha alma, porque eu amava este Enorme, Impulsivo e Criativo Poeta! Que falta já nos faz...

Beijos.

Ruy Moura disse...

Disse tudo, amigo Guilherme: "um vácuo, impossível de ser preenchido, uma vez que era único". Será sempre o REI DO MUNDO BOTAFOGO.

Abraços.

Ruy Moura disse...

Muito triste, amigo Edson, muito triste mesmo. Quem o conhecia só podia admirá-lo na sua eloquência poética. Fazia um poema na folha de uma árvore, sobre a espuma do mar, no etéreo intangível. Um personagem de marca.

Abraços.

Ruy Moura disse...

Perda maior, amigo Rubens. Para mim, para a Lúcia, para o blogue, para todos aqueles a quem o Sérgio entusiasmava e incitava com os seus poemas. Pudesse eu ser mais criativo, que o Sérgio bem merecia.

Abraços.

José Jorge Muniz Sampaio disse...

Ruy lembro muito bem de como meu avô vibrava quando falava em você com aquele jeito dele entusiasmado de ser... Sempre com sede em viver e de forma intensa.Viveu cada dia como se fosse o último, até que realmente foi. Agradeço muito por sua providencial homenagem a este poeta que fez história por onde passou. Vai o homem e fica sua obra.

Um grande abraço.

Neto do meio.

Ruy Moura disse...

É um bom registro cerca do seu avô, José Jorge. Sérgio vivia realmente como se fosse o último dia, com entusiasmo e alegria, em comunhão com tudo o que a vida pudesse dar. Agradeço as suas palavras sobre uma homenagem inteiramente merecida, a um homem por quem eu também vibrava por todo o seu modo de ser e, naturalmente, também com a sua produção cultural que sempre tocava bem fundo em nossos sentimentos e emoções.

Grande abraço.

Lúcia Costa disse...

Oi, José Jorge
Realmente o Sérgio gostava imensamente do Ruy e ao falar sobre ele, vibrava qual criança, gesticulando as mãos , aumentando o tom de voz, como para dar ainda mais ênfase aos elogios que ao Ruy fazia. Nunca vi ninguém mais entusiasmado com a vida e esse entusiasmo resultava em mais e mais versos...
Que saudade tenho desse amigo tão especial...

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