por RUY MOURA | Editor
do Mundo Botafogo
Terminou agora o 1º tempo de Portuguesa x
Bangu. Não?... Portuguesa x Resende?... Também não?... Portuguesa x Audax… O
quê?!... Portuguesa x Botafogo?!... Sério?!... É o Botafogo que está
jogando?... E com jogadores cuja folha salarial é a 7ª maior da Série A do
Brasileirão?...
Aos 2’ a bola foi à trave da Portuguesa. Se
entrasse na baliza talvez houvesse um 1º tempo diferente, mas a bola não
entrou. E o que aconteceu foi logo a seguir a Portuguesa ter duas oportunidades
de gol aos 12’ e 14’. E o Botafogo sumido…
Na verdade, nenhuma nova oportunidade foi
criada pelo Botafogo até ao final da 1ª parte, exceto uma cobrança de falta a
raspar o travessão. Um Botafogo que não sabe controlar o meio-campo, é lento no
contra-ataque e erra passes elementares, uns atrás dos outros, e não remata
sequer…
Já não sei se o problema está no padrão de
jogo que Castro parece não conseguir implementar, se o problema é dos jogadores
que erram passes sucessivos, fazem lançamentos errados, são lentos a atacar,
não conseguem segurar a bola e nem sequer chutam mal à baliza, porque
simplesmente não chutam. Ou, então, se é tanto incompetência de Castro como
incompetência técnica dos jogadores. Quase me sinto inclinado a apostar em
ambas as coisas.
A verdade é que a Portuguesa dominou o
meio-campo, é mais rápida sobre a bola, sai muito melhor para o ataque do que o
Botafogo, lança bolas sucessivas nas costas da defesa alvinegra, tiveram
oportunidades de inaugurar o marcador e só não o fizeram porque em matéria de
remates são tão ruins como o ataque do Botafogo.
Nem apetece ficar para o 2º tempo, mas,
enfim, vamos ver no que dá…
_____ xxx______
E a 2ª parte foi similar à 1ª parte, com
todos os erros incríveis de atletas que deveriam ter muito maior discernimento
do que aquele que apresentam, sobretudo na posse de bola, na qualidade do passe
e no remate final.
E Lucas Piazon é uma teimosa brincadeira do
treinador…
A equipe melhorou um pouco mais no período
final, sensivelmente entre os 75’ e os 85’, quando levou mais duas bolas às
traves, quando Luís Henrique perdeu um gol feito à boca da baliza e quando
Tiquinho Soares e Lucas Fernandes deram duas furadas monumentais à entrada da
pequena área. Esse período teria valido a vitória do Botafogo como justa, mas
fora isso foi tudo muito ruim.
E nem sequer se pode dizer que os jogadores
fizeram corpo mole. Não, não fizeram, é mesmo falta de qualidade técnica a
diversos níveis – o que evidencia que em matéria de contratações, Mazzuco e
Textor acompanham as atuais limitações da comissão técnica e do plantel….
Textor e Mazzuco dormem na gestão, Castro
teima no 4-3-3 e em jogadores irrazoáveis, a equipe insiste na falta de
discernimento. Estamos caminhando ao ritmo do caracol…
FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x0 Portuguesa
» Gols: –
» Competição: Taça Rio –
semifinal
» Data-Hora: 18.03.2023
» Local: Estádio Luso-Brasileiro
» Público: 2.121 pagantes; 2.471 espectadores
» Renda: R$ 52.080,00
» Árbitro: Felipe da Silva Gonçalves
Paludo; Assistentes: Diego Luiz Couto Barcelos e Thiago Filemon Soares Pinto
» Disciplina: cartão
amarelo – Eduardo, Gabriel Pires, Adryelson, Luís Henrique e Luís
Castro, técnico (Botafogo) e Joazi, Bruno e Victor Feitosa (Portuguesa)
» Botafogo: Lucas Perri; Di Placido, Adryelson, Victor
Cuesta e Hugo; Tchê Tchê, Danilo Barbosa (Lucas Fernandes) e Eduardo (Raí);
Carlos Alberto (Lucas Piazon), Tiquinho Soares e Victor Sá (Luís Henrique). Técnico:
Luís Castro.
» Portuguesa: Mota (Bruno); Joazi (Willian), Matheus
Santos, Lucas Santos e Yuri; Victor Feitosa, João Paulo (Wellington) e Anderson
Rosa; Emerson Carioca, Lucas Silva (Juninho) e Watson (Cafú). Técnico: Felipe
Surian.
12 comentários:
De excelente mesmo somente o texto-reportagem. Inusitado. Diferente. Dividiu até o comentário em dois tempos. Somente isso para rir!
Dos comentários que li ou ouvi esse foi o mais lúcido que tive a oportunidade de ler.
Infelizmente o Castro ainda não percebeu que, tirando 4 ou 5 jogadores o elenco do Botafogo é fraco e não há condições de impor esse esquema.
Para piorar, os reforços prometidos pelo falastrão do Textor não vieram e acho que nem vem. E por azar ou incompetência o time ainda perde jogadores que começavam a dar liga: Jefinho vendido, Junior Santos, que se não era lá grandes coisas mas pelo menos se entregava, e duas contusões, Eduardo e LF que desmontaram um meio que parecia começar a se entrosar. E esse ano os dois estão claramente aquém do esperado.
Mas o mais assustador é a incrível falta de criatividade do meio campo atual e os erros absurdos de passe, passes simples, além de uma incrível indolência da maior dos jogadores. Infelizmente parece que teremos mais um ano difícil.
Estão sugerindo a mudança de treinador. Pode até dar certo, mas sem reforços decentes é brigar para o meio da tabela no campeonato brasileiro, isso sendo otimista. E pode esquecer copa do Brasil e sul americana.
Infelizmente a SAF parece muito mal conduzindo e o clube é no momento uma nave a deriva. ABS e SB!
É preciso inventar a fim de se ganhar paciência para assistir a estes jogos de... futebol?!?!?! Muito ruim mesmo... parece a bagunça do Tigrão e a ineficácia do Barroca.
Abraços Gloriosos.
O Castro é um sujeito que percebe de futebol, como ficou demonstrado como comentarista convidado, mas é bastante mais rígido na prática do que eu pensava e por isso não encaixa ao nível da conjuntura. Ele tem uma estrutura definida, mas uma estrutura só funciona bem se for suficientemente maleável para se encaixar nas conjunturas e dar corpo a padrões de atuação diferentes consoante os contextos. Significa que a palavra chave 'diversidade', tão fundamental no futebol, como na política ou na vida em geral, não atrai a mente excessivamente estruturada de Castro. Isso vê-se no próprio modo como argumenta com os jornalistas. Sério demais, não dá espaço algum, e se isso por um lado é bom porque põe os maus comentaristas no seu devido lugar, por outro lado mostra uma dificuldade de encaixar tudo aquilo que não está de acordo com as suas convicções estruturalistas. Castro é teoricamente um estruturalista e hoje sabemos das lacunas do estruturalismo face a uma perpectiva holística de ação. Castro não é holístico. Apoiei-o porque as coisas iam caminhando e pareciam seguir em espiral, mas desde o jogo contra o Vasco tudo se diluiu. O jogo contra o Brasiliense foi um equívoco. Avaliando as soluções possíveis alternativas ao Castro, eu inclinar-me-ia para Dorival Júnior. Dos disponíveis parece-me o melhorzinho deles. E tem mão nas equipes que dirige.
Abraços Gloriosos.
Caro Ruy, perfeita a análise. Não me parece existir corpo-mole da parte do elenco. Mas ouso afirmar que o L. Castro não conseguiu extrair o melhor desempenho de seus jogadores. E, como era de esperar, até quem vinha se destacando começa a dar sinais de franca decadência, no caso, o Tchê Tchê. Também pudera, não tem ninguém com quem trocar passes ou iniciar jogadas.
O Botafogo continua jogando um futebol - permitindo-me esse arroubo de complacência de chamar aquilo de futebol - que mais se parece com o nosso futebol de botão. Só quem conduz a bola se desloca; os demais jogadores não se mexem, não oferecem oportunidades de passe para o infeliz que tenta iniciar alguma jogada. Que, inexoravelmente, se materializa a partir de chutões vindos da zaga.
Podia botar o Gérson ou, para ficar nos tempos atuais, o Modric para criar a jogada que pouco ou nada aconteceria.
Tampouco há jogadas de ultrapassagens pelos flancos do campo. Ora, se não dispomos de dribladores eméritos, e praticamente inexistem jogadores com tal característica no atual momento do futebol que se joga por aqui, o time tem que jogar utilizando tabelas entre dois ou mais jogadores. Como nada disso ocorre, dribles ou jogadas bem construídas, ficamos nesse jogo que também lembra o pior do "barroquismo". Toca-se a bola improdutivamente na defesa. Até a hora do chutão.
Não me junto àqueles que tem no LC a figura do pior treinador da História, mas não dá para relativizar o fato de ele não conseguir fazer o time jogar minimamente bem contra potências da série D ou contra o 4º colocado do campeonato sergipano.
E, quando o LC, tentou sair do 4-3-3 ao qual se mantém aferrado, foi para cometer aquela sandice de jogar fora um tempo inteiro com um time que não jogava no 3-5-2, no 4-4-2, nada!
Enfim, é o Botafogo que insiste em nos dar um lampejo de esperança para, logo em seguida, ameaçar-nos com o pior dos mundos.
Pois me parece mais que lógico que se não conseguimos passar por Portuguesa ou Sergipe, vamos nos ver em palpos de aranha quando em disputa do Brasileiro e da Sul Americana.
Abs.
Eduardo Samico
ps. o Sérgio, acima, é o Sérgio di Sabbatto? Abs
Meu caro Eduardo, estou inteiramente de acordo com os seus comentários. Desses comentários o Mundo Botafogo gosta, ao contrário daqueles que são claramente persecutórios com laivos de estigmatização e não têm espaço no MB.
Eu confesso que considerei o trabalho do LC bastante razoável até ao jogo com o Vasco, tendo em vista as muitas dificuldades passadas em 2022 e também as promessas feitas por Textor ao Castro, todas falhadas no que respeita a reforços e a uma pré-temporada decente.
Todavia, e ainda não percebi porquê, a equipe e ele perderam-se completamente nos dois clássicos, mostrando uma enorme falta de mentalidade dos jogadores e um vazio de liderança, porque em vez de se 'arrumarem' mentalmente após o jogo do Vasco, ainda conseguiram fazer pior e as expulsões até aumentaram. Aí eu fiquei francamente de pé atrás. Mas isso ainda não foi aquilo que considero a pior atuação de Castro.
Castro mostrou-se totalmente perdido estratégica e taticamente nos jogos contra o Resende e a Portuguesa, mostrando que não aprendeu nada com os dois jogos anteriores (Vasco e Flamengo). Eu explico.
Castro jogou contra o Madureira em um domingo após o Volta Redonda dar uma goleada de 6x0. Ora, sabendo isso, e sabendo que o Resende era o lanterna vermelha, que fez Castro quando o Botafogo ampliou para 2x0? Incitou os jogadores a perseguirem uma goleada sabendo-se que o Resende ficara desmoralizado após o 2º gol? Não. Castro fez sinal aos atletas para acalmarem o jogo e fazerem a sua gestão até final. Como aconteceu. Foi errada a decisão? Foi. Mas o pior estava para vir.
Efetivamente, no jogo seguinte contra a Portuguesa, que é adversário melhor preparado do que o Resende, Castro decidiu, então, golear - contra toda a lógica da reação anterior no jogo contra o Resende. E que fez? Descaracterizou completamente o pouco padrão que a equipe possuía jogando com 3 zagueiros, sem ter treinado o novo esquema e lançando-se deliberadamente ao ataque como se de uma pelada se tratasse. Quanto a mim mostrou, irremediavelmente, o seu desnorte absoluto. Não houve jogada que se aproveitasse e acabamos perdendo justamente por 1x0, eliminados da classificação direta para a CdB 2024. Imperdoável quanto a técnica; indesculpável quanto a mentalidade.
Posso estar enganado, mas não creio que Castro dure muito no Botafogo, e talvez estejam apenas à espera - para não desestabilizar a equipe agora - pelo término da Taça Rio para se chegar a acordo de rescisão, seja com a classificação ou não para a CdB 2024.
Em suma, não havendo nada impossível em futebol, não creio, contudo, que esta equipe consiga criar um nov padrão sob a liderança atual.
Por mim, estaria disposto a que o Botafogo sondasse a possibilidade de contratar Dorival Júnior. Sei que é difícil que aceite, mas parece-me a melhor opção atual em termos de mercado brasileiro. Se escolherem treinador estrangeiro preferia um sul-americano porque está mais familiarizado com o futebol brasileiro.
Eu também estaria disposto a aceitar que o Textor vendesse o Clube para um estrangeiro com mais interesse pelo desporto e menos pelos ganhos financeiros imediatos. E poderia levar o Mazzuco consigo.
Sim, é o Sergio di Sabbato, o meu músico preferido!
Abraços Gloriosos, companheiro.
Belo comentário Samico, sou eu mesmo Sérgio Di Sabbato.
Amigo Ruy, ontem vendo o Jogo do Palmeiras eu entendi o que o Luís Castro pretende implantar como modo de jogo no Botafogo, mas aí é que está o delírio do nosso treinador, pois não temos time e menos ainda elenco para impor o que o Abel Ferreira faz no Palmeiras, fora isso, o elenco do verdão joga junto há pelo menos 3 temporadas. Vê-se claramente no Porco dois ponteiros agudos, dois laterais que marcam bem e apoiam, meio campo ocupando os espaços do campo, deslocamentos constantes, preparo físico invejável e sobretudo banco com opções, enfim, um time que não só é bem treinado mas os jogadores tem consciência das funções a exercer.
Como bem disse o Eduardo, o Botafogo atual parece um time de botão, algo já vinha observando tempos atrás. Também não acho o Luís Castro um treinador ruim, acho sim que ele não entendeu ou não quer entender que esse elenco do Botafogo é elenco para brigar por colocações intermediárias, e mais grave, todos os pedidos de jogadores qualificados feito pelo treinador lusitano não foram atendidos, parece que o Textor largou de lado o clube, basta vermos os problemas que o clube enfrenta e o sumiço do americano e pior, ninguém no clube se manifesta.
No jogo contra a Portuguesa fiquei absolutamente pasmo com o número de erros de passes cometidos pelo time do Botafogo, e alguns simples, e a irritação tomou conta de mim. Qual não foi minha surpresa ao ver um erro de passe primário de um jogador do Palmeiras matando um contra ataque promissor, o estado alterado que ficou o Abel Ferreira, ou seja, há de se perceber a limitação que muitas vezes o atleta impõe ao treinador que não pode consertar erros individuais.
Ainda um outro detalhe sobre o time do Palmeiras: a velocidade na saída para o contra ataque, algo inexistente no time do Botafogo, e isso não é culpa do treinador, mas indolência dos jogadores e um raciocínio lerdo.
Então chego a conclusão que se o Luís Castro não mudar o modo de jogo do time, que não sabe propor jogo e sim jogar no erro do adversário, como foi contra o Fluminense, vamos ter um ano muito difícil, b pior do que esse começo, e nesse ponto acho que haverá necessidade de mudar a comissão técnica.
É incrível como tudo no Botafogo é difícil, e prefiro nem citar a famosa frase "há....ABS e SB!
Pois é isso mesmo, Sérgio. Com a agravante que o tão propalado Botafogo ofensivo que o Castro diz gostar, nada tem de ofensivo, nem quando escala a equipe ofensivamente. Justamente porque a escalação, ou melhor, o sistema tático, é incompatível com o tipo de jogadores que temos. O que esperar do 4-3-3 se, pelo menos, não temos lado direito, nem na lateral nem na ponta de ataque?... E é o comportamento onírico de Luís Castro que se nega em perceber algo que 'entra pelos olhos adentro'. Porque não faz mais simples e mais seguro?: 4-4-2, e com reforço do meio-campo para ligar melhor aos dois atacantes que escalar.
Abraços Gloriosos.
Meu caro Ruy, considerando as dificuldades que a comissão técnica liderada pelo LC encontrou ante a completa “terra arrasada” que a SAF Botafogo herdara, penso que o LC não me parece ser aquele tipo de técnico de futebol que, com o plantel que lhe é ofertado, irá armar o melhor time possível jogando da maneira que melhor caiba ao elenco disponível. Lembro-me então do grande João Saldanha, quando tinha sua coluna no saudoso JB, a reclamar dos técnicos que, ao invés de moldarem seus times e esquemas táticos ao estilo de jogadores ao seu dispor, tentavam fazer o inverso. Sem sucesso, em geral.
Em 22, em mais de uma ocasião, o LC além de demorar a reagir e tentar proceder às alterações, seja na forma de jogar, seja substituindo pura e simplesmente seus jogadores, quando o fez, fez de maneira um tanto tresloucada, trocando meio-campistas por atacantes, lateral por atacante, tendo como resultado uma completa e ineficaz bagunça.
Como as coisas são bem opacas para nós, torcedores, parece-me que o J. Textor fez questão de ter o LC à frente do projeto menos por seus atributos de estrategista e formador de equipes e mais por sua larga experiência trabalhando com divisões de base e em centros mais desenvolvidos. Ou seja, talvez o LC seja mais um diretor de futebol que, propriamente, um técnico daqueles que enxerga o jogo, as estratégias e táticas do adversário, reage a tempo para as anular, que cria uma variedade de jogadas ensaiadas para sua equipe, novamente, levando-se em conta a pobreza técnica existente no elenco do Botafogo.
Concordo inteiramente com você, quando diz que o time perde-se por completo no jogo contra o Vasco. Antes deste jogo, nesse ano de 23, excetuando-se o jogo contra o Fluminense, o Botafogo ainda não enfrentara nenhum adversário qualificado.
Será que a razão de tamanho abalo emocional de jogadores rodados deve-se à impotência percebida em ver o time jogando de maneira mais fluente? Já pensei nesta hipótese. Os jogadores, é visível, correm, empenham-se nas divididas, chegam a ser violentos. E as jogadas não saem, os lances de perigo raramente ocorrem. A saída do Jeffinho, que era um alívio para todo o time, parece-me determinante.
Finalmente, talvez o Botafogo necessite, à beira do campo, de um técnico mais “feijão com arroz”, que reconheça as limitações do time/elenco e, se for o caso, que jogue fechadinho em contra-ataques. A gota d´água, para mim, com relação ao LC e às expectativas de que ele possa vir a ser bem sucedido veio ao saber da escalação do time no jogo em que perdemos para a Portuguesa. Saímos do 4-3-3, que até parece cláusula pétrea do estatuto da SAF Botafogo – seria o tal “Botafogo Way”?-, para um ensandecido e destreinado 3-5-2 que foi um espetáculo medonho.
Ficamos na torcida por dias melhores.
Abs.
Salve, Sergio, bom revê-lo, ou relê-lo, por aqui.
Meu caro, eu não tenho visto jogos do Palmeiras, então não posso comentar. Mas me salta aos olhos ver times tecnicamente muito fracos, ou seja, a esmagadora maioria do que temos por aqui no Brasil, tentando as jogadas – coisa que não consigo perceber no Botafogo do LC.
Como venho insistindo, faltam os dribladores por aqui. Então, inexistindo a possibilidade de um atacante sozinho passar pelo seu marcador, faz-se necessária a tabela, a ultrapassagem, tocar para um companheiro e deslocar-se rapidamente à frente para receber a bola em melhores condições de dar prosseguimento ao ataque. Tudo bem que boa parte dessas tentativas restam infrutíferas, por pura falta de técnica. Os passes são horríveis, falta capacidade de domínio da bola por parte de quem a recebe, é o horror, o horror… Mas são tentadas tais jogadas!
Já o Botafogo fica tocando a bola de modo improdutivo e ineficaz. Rodam a bola, rodam, rodam, até voltarem aos zagueiros, em geral o Cuesta, que tenta um passe longo. Que naturalmente não terá sequência.
Lembra do Botafogo de 17, com o J. Ventura ? Em tempo, nenhuma saudade da passagem dele, muito menos qualquer desejo de tê-lo no Botafogo agora ou no futuro. Mas aquele Botafogo que disputou a LA e Copa do Brasil, sem lateral direito (lembra, usaram o Marcelo e, antes, o Emerson Santos improvisados), que não tinha dribladores nem ponteiros velozes, usava o Bruno Silva pelo setor direito, ajudando na marcação e apoiando o ataque. Rodrigo Pimpão caía mais pelo lado esquerdo. O time atuava de forma mais compactada, tocando mais a bola, com deslocamentos e tabelas curtas. Não era um elenco superior ao atual. Diria que se equivalem.
É isso. Vamos ver o que o destino nos reserva, pois ao que tudo indica parece-me pouco provável que tenhamos reforço dignos do nome.
Abs.
Eduardo, concordo genericamente com as suas asserções.
O JT contratou o LC por isso: é um técnico com pergaminhos de tipo mediano +; experiente em clubes de 3 países; tendo nas suas equipes muitos brasileiros, o que supostamente ajudaria na relação profissional no Botafogo; e, sobretudo, porque foi ele que fez entrar no FC Porto muitos, muitos e muitos milhões de euros decorrentes dos jogadores que ele formava na base do clube. Isto é, JT procurou um formador de promessas, com experiência internacional, conhecimento dos jogadores brasileiros e com alguma capacidade técnica, já que ele é bem considerado na Europa (mas a Europa não é a América do Sul...).
Dito isto, significa que o LC vinha para relançar a equipe principal em função da sua experiência e aproximar as bases do profissional para, no curto, agregar novas promessas ao profissional, assegurar ao JT os seus intentos capitalistas e, no médio prazo, tornar-se o diretor de futebol. Bem pensado, mas o LC mostrou-se engessado ao 4-3-3 que funcionou no Porto, não entendendo - em minha opinião - que não tem jogadores para isso e, consequentemente, frustra alguns jogadores quando os coloca a jogar como não sabem fazê-lo. Porque é necessário dizer que esta equipe faz passes absurdos, perde divididas absurdas e não sabe rematar, o que - diga-se - não é tanto culpa do técnico, mas da muito fraca qualidade de alguns jogadores. É certo também que o LC nunca teve uma equipe regular ao dispor, já que as lesões continuam constantes, mas, ainda assim os resultados foram aparecendo até ao desastrado período Vasco-Flamengo-Sergipe-Portuguesa. Que ainda não consegui entender devido à brutalidade da rutura operada com o que os jogadores vinham fazendo taticamente.
Em suma, LC tem pouca flexibilidade tática e pouca criatividade, acredita sagradamente no 4-3-3 (eu não, preferindo o 4-4-2), na posse de bola à moda do horrível tik-tak lateralizado do Barcelona, mas não entende que os jogadores do Barcelona tinham a qualidade do passe e domínio de bola, e sabiam exatamente quando o tik-tak cansava as defesas e lhes abria brechas, aproveitando-as logo. Mas esses não são os jogadores do Botafogo, que falham tecnicamente em toda a linha e não têm 10% da qualidade do Barcelona do Guardiola. E mesmo os nossos melhores jogadores deixam de ter opções devido às falhas clamorosas dos menos capazes.
Fazendo o balanço, não sendo LC um 'craque', não é - em minha opinião - um desastre como técnico; é simplesmente um peixe fora d'água num futebol que ele ainda não entendeu (futebol brasileiro). A prova disso foi - como diz o Eduardo e bem - o ensandecido espetáculo de pretender golear a Portuguesa com um esquema absolutamente despropositado, sem ter em conta que o esquema da Portuguesa seria o de contra ataque muito rápido contra uma equipe sem laterais. Mostrou-se desesperado e desnorteado no contexto.
E peixe fora d'água acaba por morrer...
Abraços Gloriosos.
Nota curiosa, Eduardo: quando vi a escalação e o esquema contra a Portuguesa disse para mim mesmo que iríamos perder o jogo. Em contrapartida, li, antes do jogo, que alguns comentaristas e torcedores estavam muito satisfeitos com a ousadia ofensiva do LC. Viu-se no que deu a mania da 'ousadia ofensiva' em tal contexto. Ab.
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