por RUY MOURA &
VANILSON JULIÃO | Editor & Colaborador do Mundo Botafogo
A imagem acima refere-se aos juvenis do Botafogo (atualmente
designados juniores) nos primeiros anos da década de 1970 e conta com
importantes jogadores que vieram a distinguir-se na equipe principal.
Num tempo entre 1950 e o primeiro lustro da década de 1970
(1970-75), o Botafogo foi um Clube que revelava atletas fantásticos, entre os
quais jogadores que vieram a ser tricampeões mundiais de futebol em 1958, 1962
e 1970, tais como Nilton Santos, Garrincha, Amarildo, Jairzinho, Roberto
Miranda, Paulo Cézar ‘Caju’, mas também muitos outros que desenvolveram grandes
carreiras futebolísticas.
A imagem de topo refere-se à primeira metade da década de 1970 –
entre 1972-74 – e ilustra a equipe juvenil com Maurício, China, Pedro Paulo,
Calibé, Nandes, Nei Dias, Tuca Ferretti, Edinho, Elair, Luisinho, Galdino.
Porém, no mesmo período, o Botafogo foi campeão no Torneio Mundial
Oficial Juvenil (imagem acima), em Croix, na França, com a seguinte equipe: Zé
Carlos, Nei, Carlinhos, Bruno e Dodô, Luisinho Rangel e Mendonça, Leônidas,
Sérgio, Antonio Carlos e Tiquinho.
Em suma, num espaço de tempo ínfimo, o Botafogo possuía equipes
juvenis com muitos nomes novos, apenas com Nei Dias e Luisinho Rangel repetidos
nos dois elencos mencionados.
Atualmente, com John Textor, há a visão de o Botafogo retomar a
estratégia de revelação de novos craques nas suas equipes de base, que sejam
úteis às glórias do Botafogo e possam – quando transacionados para outros
clubes – satisfazer as necessidades financeiras do Clube.
Fazer futuro retomando grandes inspirações do passado é uma arte
que se espera ser possível consagrar.
4 comentários:
Caro Ruy, lembro-me de muitos desses jogadores, dos tempos em que íamos, eu e meu pai, mais cedo para o Maracanã para ver a preliminar, disputada pelas equipes juvenis. Tuca, irmão do Ferretti, era uma bela promessa de craque. Tornou-se técnico vitorioso no futebol mexicano.
Nei Dias, irmão do Nilson Dias, Tiquinho, outra promessa frustrada, Zé Carlos, excelente goleiro que teve sua carreira comprometida por grave acidente automobilístico, Luisinho Rangel, Dodô, lateral esquerdo... E o grande ídolo da época mais difícil, craque de bola, Mendonça.
Espero, um tanto ressabiado, que o J. Textor de fato conduza o Botafogo no rumo de tornar-se um centro de excelência na revelação de novos valores e não apenas em fazer de nosso glorioso clube um mero entreposto comercial, que prospecta as promessas de craques em clubes ditos menores e repassa-os quase que de imediato ao futebol europeu, como ocorreu com o Jeffinho.
O tempo dirá.
Abs.
Caro Eduardo, realmente o meu receio desde o início da hipótese SAF - que apoiei devido à situação catastrófica em que os dirigentes deixaram o nosso Clube - foi o de passarmos a entreposto comercial. Receio muito os 'bilionários' - especialmente oa americanos - que, em geral, agem sem paixão, neste caso pelo nosso Clube, e muito em função dos lucros. Sempre lucros e mais lucros, que é algo com que nunca atinei.
Mas também devo dizer que já eramos esse entreposto comercial para os nossos dirigentes, que há décadas que vendem jogadores prmissores logo que se destaquem, e por 'meia dúzia de tostões'. Assim, o meu receio é que o dito 'entreposto comercial' ganhe proporções tais que diminuam a nossa paixão.
Também convém dizer que atualmente os clubes que não são de topo mundial têm que vender os seus jogadores para conseguirem sobreviver com qualidade desportiva, e o nosso não escapa à regra.
Em todo o caso, é necessário um equilíbrio para que quando forem efetuadas vendas os jogadores já tenham dado benefícios desportivos ao Clube e alcançado um valor de transação interessante para nós.
Temos que acreditar nisso, e manifestarmo-nos publicamente nesse sentido, porque o que aconteceu agora foi Textor enviar o Jeffinho para o Lyon PARA SE VALORIZAR NA EUROPA e ganhar mais dinheiro com essa estratégia. Veja que, mal chegou, levou do futebol masculino a nossa maior promessa para o Lyon e fez o mesmo no futebol feminino, levando a Giovanna Waksman para os EUA e preparando-a para, quando estiver no ponto ideal, levá-la também para o Lyon. E esse é um segundo problema: o Clube de Eleição de Textor é o Lyon!
Eu preferia um investidor árabe à frente do Clube, porque são mais apaixonados e desprendidos do dinheiro - que geralmente abunda nas terras do petróleo. Mas a verdade é que o sonho dos investidores tem sido a Champions League, e é nos principais clubes eurpeus que tendem a investir fortemente.
Abraços Gloriosos.
Caro Ruy, receio que o futuro do futebol não seja muito auspicioso em função das desigualdades, tão típicas no capitalismo, cada vez maiores entre os clubes.
Nem o clube da beira da lagoa nem o Palmeiras, os mais abastados do País, conseguem reter seus craques em potencial por mais que uma temporada.
E no caso específico da nova SAF Botafogo também temia que o real objeto do negócio fosse a compra e venda de bens, no caso, os jogadores. A competição seria apenas a vitrine para a empresa, não mais uma associação desportiva, exibir seus ativos.
Tudo bem, empresas têm por objetivo o lucro. Só que eu torcia para que houvesse um pouco mais de equilíbrio entre a busca por lucro imediato e pelos resultados esportivos. E considerando-se as premiaçôes decorrentes do desempenho no campo.
Infelizmente, pelo que vi até o momento, parece que continuamos como nos tempos idos. Aparecendo algum jovem com potencial não se irá tentar aprimorar suas virtudes, enquanto a equipe ganha com sua presença, mas sim negociá-lo na primeira oportunidade que surja.
Foi assim com o Jeffinho, receio que o mesmo venha a ocorrer com L. Perri e Adryelson.
Abs.
Caro Eduardo, alinhamos pelo mesmo diapasão. Fora uns 12 clubes europeus, todos os outros têm que vender, justamente porque as desigualdades são abismais. Se o capitalismo tivesse seguido o desenho teórico original seria algo equilibrado, mas não o fez e criou desigualdades que se foram agravando com as revoluções industriais. Só conta o acumular de capital, que em casos extremos mostra que 95% se encontra nas mãos de 5% de pessoas. E o futebol seguiu o mesmo caminho, transformando-se numa máquina de fazer dinheiro e concentrando o capital em poucos clubes, criando desequilíbrios desportivos aberrantes. É todo ele contra o ideal olímpico desde que o amadorismo foi banido.
Poderá acontecer o mesmo no Botafogo. Veremos. Creio que será a torcida a variável capaz de pressionar JT a olhar com mais carinho para o Clube e destinar-lhe novos rumos. Porém, no mínimo, ainda teremos uns tempos bem difíceis pela frente tendo em conta o plano das (não) contratações.
Abraços Gloriosos.
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