por RUY MOURA |
Editor do Mundo Botafogo
Dois tempos absolutamente distintos do
Botafogo frente ao César Vallejo. No 1º tempo o Botafogo cumpriu a tática e o
desempenho: atacar pela certa e rematar com precisão. Aprecio muito este modelo
de jogo, que não sendo lento nem veloz, adequa-se às circunstâncias e funciona
mediante o bom entendimento que os jogadores têm feito dos jogos.
Os últimos plantéis do Botafogo tinham
dificuldade em perceber em que jogo estavam jogando, enquanto atualmente
sabem-no fazer com a precisão imprimida ao 1º tempo: três investidas poderosas,
três remates à baliza, três gols. Isto é, em quatro remates na 1ª parte, três
foram à baliza e entraram, não tendo o goleiro adversário conseguido defender
nenhuma das bolas diretas à baliza.
No 2º tempo, face ao resultado tranquilo, e
visando rodar o elenco, Castro fez três substituições cruciais ao intervalo que
desmantelaram a equipa: a dupla de zaga e a saída de Tchê Tchê, deixando a zaga
desprotegida. A ideia da rotatividade era inteiramente válida, mas os
substitutos erraram tudo que fizeram, evidenciando desempenhos medíocres nos
três casos. E foi assim que o César Vallejo ganhou novo alento.
Luís Castro mencionou que o 2º tempo foi
sofrível, mas, em boa verdade, deveu-se ao desempenho das três substituições
mencionadas. Mudar ao mesmo tempo os dois zagueiros (que não têm reservas à sua
altura) é um grande risco, acrescido pela substituição mencionada no meio
campo.
Perdida a sua ‘fortaleza’ defensiva, o
Botafogo mostrou que pode ter dois ataques e dois meio campos consoante os
adversários que enfrenta, mas não dispõe de duas zagas. Creio que, desta vez, apesar
da bondade das suas intenções, Castro abusou da sorte e não devia ter sido tão
ousado ao substituir na mesma assentada os dois zagueiros, mesmo contra um adversário claramente mais fraco.
Porém, os objetivos, a duras penas, foram
atingidos: rodar o elenco, vencer o jogo e assumir a liderança do Grupo A da
Copa Sul-Americana. E entre jogos técnica e taticamente perfeitos e outros com
maior sufoco, os resultados obtidos
pelo futebol revelam-se verdadeiramente notáveis, mantendo-se uma boa relação evolução/resultados.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 3x2 Universidad César Vallejo
» Gols: Victor Sá, aos 21’, Adryelson, aos 30’, e Gustavo Sauer, aos 37’
(Botafogo); Mena, aos 65’, e Noronha, 77’ (UCV)
» Competição: Capa Sul-Americana
» Data: 25.05.2023
» Local: Estádio Mansiche, em Trujillo (Peru)
» Árbitro: Facundo Tello (ARG); Assistentes: Juan Pablo Belatti (ARG)
e Gabriel Chade (ARG); VAR: Mauro Vigliano (ARG)
» Disciplina: cartão amarelo – Victor Sá e Marçal (Botafogo) e Mena (UCV)
» Botafogo: Lucas
Perri; Di Placido, Adryelson (Philipe Sampaio), Victor Cuesta (Luís Segovia) e
Marçal; Tchê Tchê (Raí), Marlon Freitas e Eduardo (JP Galvão); Gustavo Sauer
(Júnior Santos), Tiquinho Soares e Victor Sá. Técnico: Luís Castro.
» Universidad César Vallejo: Grados;
Ascues, Quiñones, Torres (Fuentes) e Garcés; Quinteros, Yisique e Ángel
Rodríguez (Noronha); Vélez (Olaya), Mena e Ramírez. Técnico: Loco Abreu.
14 comentários:
Quando na volta do segundo tempo vi a mudança na zaga fiquei muito preocupado, pois não temos no Botafogo e nem no futebol brasileiro uma zaga do nível da titular do Botafogo. E meu temor se cumpriu. Não culpo o Luís Castro pela mexida, é preciso rodar o elenco e descansar os titulares, pois temos dois jogos importantíssimos em menos de uma semana, só acho que o Castro poderia ir mexendo aos poucos, mas acho que ele e nem nós esperaríamos um desempenho tão pífio daqueles que entraram. A lição que se tira deste jogo é que o Botafogo precisa reforçar o elenco se pretende vôos mais altos, e reforços principalmente na defesa e um centro avante que possa substituir o Tiquinho que claramente tem sentido os jogos.
Bom, o principal em que o Botafogo venceu o jogo, assumiu a liderança e conseguiu descansar jogadores importantes. O sofrimento na segunda etapa foi grande, mas como muitos comentaram em relação ao último lance do CV com uma bola na trave: "sorte de campeão". E diga,-se de passagem que contra o Sergipe a sorte também nos sorriu. Quem sabe se realmente é sorte de campeão. ABS e SB!
E acrescentado ao comentário anterior: é sempre um prazer ler análises tão bem fundamentadas e com críticas respeitosas e pertinentes, bem diferente das irracionais que não consigo mais ler. Nem nos meus tempos de arquibancada com os torcedores no velho Maracanã encontrava tanta gente irracional, eram pessoas muito mais racionais que esses torcedores analistas de hoje. ABS e SB!
Vamos ver se abocanhamos pelo menos um título das duas competições de tiro curto e focar no de tiro longo. Com calma, eficácia e ação.
Inteiramente de acordo. Até a situação meio bizarra de mudar logo os dois da zaga e o protetor à zaga ao mesmo tempo mostrou que o trabalho a efetuar com Sampaio e Segovia é fundamental e árduo. Talvez não sejam maus como pareceram ontem, mas têm que ser treinadoos para melhorar posicionamentos e concentração. E pode servir de lição a Castro sobre o Botafogo não ser completamente seguro mesmo estando a ganhar por 3x0 ao intervalo. Uma vez, no final da Champions, o resultado de 3x0 ao intervalo acabou em 3x3 na 2ª parte e resolução nos pênaltis...
Abraços Gloriosos.
Não tenho paciência para ler esses. Além de não perceberem nada de futebol, são irracionais agressivos e ofensivos. Há uns botafoguenses necessitados de reciclagem educacional desportiva...
Abraços Gloriosos.
Esse é o meu sonho 2023: pelo menos um título de nível internacional (preferível) ou nacional e classificação no G4 para calar muita mídia intelectualmente safada. Seria bem mais do que o previsto por muitos para 2023. Eu seria o torcedor "mais feliz do mundo" (rsrsrs) e muito expectante para 2024!
Nota: apenas porque não creio que já tenhamos arcabouço para sermos campeões brasileiros neste ano, e provavelmente nem a CBF deixaria...
Abraços Gloriosos.
Mais um título internacional soma ao título da Copa Conmebol, considerada sucessora da Sul-americana, diríamos ampliada, e da Copa do Brasil, com as diferenças históricas, seria inédita e se sonharia a Taça Brasil, a única do Rio de Janeiro. Como as competições de tiro curto tem as fases eliminatórias e decisivas, a de tiro longo proporciona a regularidade...
Nem sonho tão alto com dois títulos em 2023, Vanilson. Conquistar um deles, CdB ou Copa Sul-Americana, já seria espetacular. E é bem possível porque são competições de eliminação. É um ano para a consolidação. Se as coisas correrem bem neste ano, 2024 pode ser um ano incrível.
Abraços gloriosos.
Caro Ruy, acho que pior que trocar os dois zagueiros ao mesmo tempo foi a saída do Tchê². Em que pese a falha direta e banal do P. Sampaio no 1° gol do time peruano, a atuação do Raí foi fraquíssima. Eduardo, que não vem bem há alguns jogos, tampouco ajudou quando recuado.
Considero muito difícil dispor de zaga reserva a altura de Adryelson e Cuesta. E estávamos desfalcados de vários meio-campistas, tendo que lançar mão dos ainda fracos Raí e JP.
Lamento não termos aplicado uma goleada acachapante no jogo no Nilton Santos, em que o time peruano teve jogadores expulsos. Então pareceu-me haver uma certa soberba dos jogadores e falta de compreensão quanto à importância do saldo de gols.
Creio que ficiu difícil garantirmos o 1° lugar no grupo. Será que conseguiremos vencer a LDU em seus domínios, na altitude? E, em seguida, eles pegam o Cesar Valejo em Quito e nós, o tal Magallanes em casa. A ver...
E ainda tem o jogo de volta contra o Athletico na próxima semana. Pedreiras.
Abs.
Mas como a zebra de Gentil Alves Cardoso era preta e branca pode ser que apareçam três canecos sequenciais... (rsrs)
Caro Eduardo, em minha opinião, o conjunto das 3 saídas simultâneas não poderia ser feita. Mais certo seria fazer essas substituições alternadamente para ir encaxando os que entram. Alías, não me lembro de 3 substituições do Bootafogo ao intervalo. Quanto ao saldo de gols é isso mesmo: não sei se será soberba, mas afrouxamento injustificável foi seguramente. E as 'pedreiras' têm sido consecutivas. É notável como estamos tão bem com jogos de 3 em 3 dias tendo em conta algumas equipes bem difíceis.
Abraços Gloriosos!
Não, não, NÃOOOOO!!!... Depois de 28 anos sem títulos significativos, ganharmos 3 canecos seguidos seria um ataque cardíaco massivo e fatal da minha pessoa. Tenha pena de mim, companheiro, não exagere, por favor, senão irei conhecer os quintos dos infernos cedo demais!...(rsrsrs)
E se fosse mesmo?... (rsrsrs)
Abraços Gloriosos.
Que tal dois canecos? O terceiro até suspendo... kkkkk
Bem visto, Vanilson! Entre a conquista de 1 a 3 canecos, a virtude está no meio! (rsrsrs)
Abraços Gloriosos.
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