segunda-feira, 22 de maio de 2023

O pai de Flávio Ramos: prof. Silva Ramos

 

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

José Júlio da Silva Ramos, filho de João da Silva Ramos e Emília Augusta Ramos, nasceu no dia 6 de março de 1853, na cidade do Recife, e faleceu no dia 16 de dezembro de 1930, no Rio de Janeiro, diplomou-se em direito e tornou-se professor catedrático e membro fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL).

O professor Silva Ramos teve como único filho o histórico botafoguense Flávio da Silva Ramos (1889-1967), membro fundador do Botafogo Football Club, seu jogador e presidente, primeiro goleiro e primeiro goleador do Clube.

O pai de Flávio Ramos viveu uma parte da sua infância em Portugal, educado por tias maternas. Entretanto retornou ao Brasil, mas rapidamente regressou a Portugal, instalando-se na cidade de Coimbra e matriculando-se na Universidade em 1872.

Nesse período em Coimbra publicou o livro de poesias Adejos (Coimbra, 1871) e conviveu com grandes intelectuais portugueses como João de Deus e Guerra Junqueiro.

Finalmente, formado em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1877, regressou definitivamente ao Brasil e passou a lecionar português em diversos colégios. Nesta época colaborou em diversos periódicos, entre os quais A Semana, publicação dirigida por Valentim Magalhães.

Além de professor catedrático e membro fundador da ABL, tornou-se ensaísta, filólogo, cronista, poeta e conferencista, tendo usado também o pseudônimo de Júlio Valmor Silva Ramos.

Eis uma das mais interessantes poesias do professor Silva Ramos

Nós

Eu e tu: a existência repartida

Por duas almas; duas almas numa

Só existência. Tu e eu: a vida

De duas vidas que uma só resuma.

Vida de dois em cada um vivida,

Vida de um só vivida em dois; em suma,

A essência unida à essência, sem que alguma

Perca o ser una, sendo à outra unida.

Duplo egoísmo altruísta, a cujo enleio

No próprio coração cada qual sente

A chama que em si nutre o incêndio alheio.

Ó mistério do amor omnipotente...

Que eternamente eu viva no teu seio

E vivas no meio seio eternamente.

Obras publicadas:

1871: Adejos [poemas]

1897: A poesia lírica brasileira [história literária]

1904: Sonetos brasileiros [poemas]

1906: Páginas escolhidas [poemas]

1922: Pela vida afora [crônicas]

1926: A reforma ortográfica [ensaio]

1930: Centenário de João de Deus [ensaio]

(Poema publicado na obra ‘Sonetos Brasileiros’, coletânea organizada por Laudelino Freire, Officina Polytechnegraphica de M. Orosco & C., Rio de Janeiro, p.101. Ortografia atualizada.)

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