por LEONARDO NICOLAU
Facebook | Publicação autorizada
Eu mesmo fui um dos que queria que ele saísse, pois nos 3 primeiros meses, eu achei um absurdo ver um time que brigou por Libertadores até a última rodada do Brasileiro do ano passado, e que conservou praticamente todo o time-base jogar um futebol tão pobre no Campeonato Estadual, contra adversários muito inferiores aos que derrotamos na Série A meses antes. Enfim...
Na boa, sejamos francos: as críticas foram absolutamente necessárias, tal como toda a pressão também, pois isso o tirou da zona de conforto de teimar em metodologias que não geravam resultados nem consistência tática do time, que parecia um bando em campo, muito amparado por bons desempenhos individuais de jogadores que vinham respondendo bem. Portanto as críticas tiveram sim uma boa influência na mudança de atitude tanto dele quanto do elenco em campo. Não pela invencibilidade ou série de vitórias, mas pela atitude do time em campo ao longo destas últimas 12 partidas.
Hoje eu vi contra o Flamengo um time literalmente com verdadeira postura de campeão, que suportou a pressão ofensiva de um time tecnicamente superior, que jogou com um a mais em campo por praticamente todo o segundo tempo, e que ainda teve suas "ajudas" vindas do apito (11min de acréscimo, e a não expulsão do Thiago Maia). E o time correu, manteve o sangue frio, e ainda com um a menos, encaixou um contra-ataque feroz e fez o 3° gol liquidando com o jogo. Isso é atitude de time cascudo, verdadeiramente vencedor, e que brigará por coisas grandes até o fim do ano.
Acho que o Castro vem evoluindo junto com o elenco e com trabalho desenvolvido, à medida que ele está vivenciando o que é o futebol brasileiro, onde cartilha simplesmente colocada (como é em futebol árabe, do Leste Europeu ou Chinês, dizendo o que ele quer do elenco ou que o elenco faça) não funciona aqui.
No futebol brasileiro (e sul-americano), tudo se pauta pelo resultado, não apenas "marcação de estilo de jogo". Se o treinador viver de cartilha ao invés de saber trabalhar bem com os jogadores e características fortes de cada um, para a partir daí criar um sistema eficiente, ele não obtém resposta, nem resultado, e acaba caindo sem tanta demora...
Acho que tanto o time quanto o LC, cada um dentro do que lhes cabe, estão todos evoluindo juntos, ou melhor, em conjunto. Porque sejamos francos: por mais experiente que seja, Luís Castro nunca foi desafiado de verdade como treinador. E neste ponto, o Botafogo e o futebol brasileiro estão dando uma coisa que ele nunca teve ao longo da carreira: levá-lo ao limite das capacidades técnicas, táticas, psicológicas e emocionais dele.
Abraços! Saudações Alvinegras!
Nota a posteriori do Mundo Botafogo: Independentemente
de concordâncias / discordâncias sobre o conteúdo da publicação, é este tipo de
crítica dos torcedores botafoguenses que agrada à linha editorial do blogue,
isto é, crítica construtiva focando situações concretas e orientada para
contribuir na construção de um futuro risonho, e não para perseguir, maltratar
e ofender as pessoas, tal como fazem os corneteiros emocionalmente desarmonizados
que não têm lugar no nosso blogue. O discernimento e a união fazem a força!
2 comentários:
Já estava feliz com a vitória sobre o Corinthians. Mas fiquei exultante mesmo foi com a entrevista do Luis Castro, da qual reproduzo um trecho:
"Resgate do Botafogo
- Prefiro pegar mais abaixo, a mudança do Botafogo. Prefiro pegar no evento que teve no Botafogo esta semana com todos os departamentos, aí está o futuro, a grande mudança do Botafogo, através do professor João Paulo Costa, com o staff em volta dele para fazer uma academia que tem qualidade, mas que precisa percorrer caminho para chegar à excelência para servir um clube de excelência.
- A fama dos times que jogam sem perder, se esvai com o tempo. Mas o prestígio dos clubes caminha ao longo dos tempos e não precisa de vitórias, precisa de dignidade. Mas o que nos preocupou foi dignidade. E fomos sempre dignos. Trabalhamos muito.
- A derrota é só uma derrota, só que a derrota às vezes apagam toda a dignidade que levamos a campo. E tem pessoas desonesta intelectualmente e colocam em pauta os seres humanos nesse momento. O Botafogo realmente está de volta, mas é pelo seu prestígio ao longo dos tempos e fica mais vivo. Não é pelo resultado."
Esta entrevista me fez refletir sobre uma das piores características do futebol brasileiro que é a de nunca reconhecer o valor do adversário, o que também contribui muito para a cultura de demissão frequente dos treinadores. Porém, agora esteou certo de que mais do que grandes ideias, o Luis Castro tem grandes ideais. Assim, como no filme "o campo dos sonhos", creio que nos cabe atender ao mesmo conselho ouvido pelo construtor do campo: "Construa o campo. Os jogadores virão"
Saudações Alvinegras
Ronaldo A. Corrêa
Formidáveis as suas citações! Também exultei com o Luís Castro. Ele é assim mesmo, sempre foi. Uma dignidade, assertividade e honestidade rarissimamente vistas entre a classe profissional.
É este tipo de gente que sempre deendi para o Botafogo: dirigentes, comissões técnicas e atletas com visão, ambição e caráter (à medida dos seus contextos de atuação).
E sem nunca deixar de ser assertivo e incisivo com os 'corneteiros', os tais que criticam sem racionalidade, sem cnstrutividade e com total destempero (e cito Coletiva de ontem):
«Nós já tínhamos dado sinais na época passada que eramos uma equipe a ter em conta ao longo dos campeonatos. Só que o ser humano esquece muito rápido as coisas e através de um estadual em que nem pré-epoca fizemos lançaram-nos ao lixo. Mexeram com a dignidade de pessoas. Que são pessoas, que sentem e que se sentiram muito agredidas em determinados momentos. […] Este momento diz-nos que o tempo é precioso, e é muito mais precioso do que as palavras. E o tempo encarrega-se de pôr algumas pessoas no sítio [leia-se: no seu lugar]. Não é preciso nós dizermos nada.»
AbraçosGloriosos.
Enviar um comentário