segunda-feira, 26 de julho de 2010

Botafogo Solidário desde sempre

.

Ricardo Calçado nasceu em 1980, no Rio de Janeiro, e aos 18 anos foi morar para Londres porque a mãe casou com Mike, um inglês da cidade de Teingnmouth, no Devon, Inglaterra.

Ricardo formou-se em ‘International Business’ e, aos 20 anos, foi técnico de futebol para crianças do clube inglês Broadmeadow A. F., bem como trabalhou em comércio exterior. Aos 24 anos de idade fundou a ONG ChildrensAid, em Inglaterra, que atualmente possui imensos voluntários em diferentes regiões e cidades de Plymouth a Edinburgh, na Escócia. Em 2006 regressou ao Brasil para acompanhar de perto os projetos parceiros da ChildrensAid e fundar a ONG Onda Solidária.

Na imagem acima, o Herald Express, de 27.03.2001, publicou um dos eventos em que Ricardo premiou as crianças desfavorecidas do sul do Devon, em Inglaterra, no tempo em que foi treinador do Broadmeadow: ele levou para Inglaterra as camisas autografadas do Botafogo a fim de oferecê-las às crianças da equipa sub-9 do Broadmeadow.

Ricardo Calçado, hoje com 30 anos, perseguiu e concretizou um sonho que o acompanhou desde a infância. Na 1ª pessoa do singular, Ricardo (na imagem abaixo com crianças desfavorecidas em 2004) explica como tudo começou.


“Aos quatro anos de idade, eu tive um sonho. Nele eu me vi bem velhinho, com a cara enrugada, feliz, cercado por criancinhas em um lugar bem verde, com escolas, campos de esporte e até hospitais em meio a muita natureza. Um sonho tão especial que eu passei grande parte da minha infância imaginando como seria esse paraíso das crianças...

“Quase na mesma época, por volta dos seis anos, outra experiência me marcou muito. Conheci um pequeno anjinho chamado Mumuca, um “menininho de rua” que a minha mãe encontrou com sangue na cabeça e levou para casa, onde meu pai, que é médico, poderia examinar.

“Eu me lembro bem desse primeiros contato e de como ele foi alegre, sem preconceitos. Éramos apenas crianças que, por acaso, pertenciam a “mundos diferentes”, mas só pensavam em uma coisa: brincar. Depois de horas nos divertindo com os brinquedos do meu quarto, chegou a hora de dormir, eu para minha cama e meu amiguinho para a casa dele - mas, que casa? Ele morava na rua com os pais...

“Passei então a encontrar meu amigo com frequência. (…) Éramos crianças puras e não fazíamos julgamentos.

“Até que Mumuca desapareceu por um bom tempo. (…) Quando depois o reencontrei perto de casa, descobri que ele havia fugido do abrigo por causa dos maus tratos e voltara para as ruas já traumatizado.

“Nossa amizade ainda era a mesma, mas ele já não tinha a mesma inocência no olhar; sumia frequentemente e andava com crianças dopadas, cheirando cola. (…) Quando ele sumiu das ruas novamente, perguntei ao encontrar o irmão dele mais novo: “cadê o Mumuca?” A resposta veio seca e com um tom de normalidade - “morreu, ué!”. Ele continuou andando e eu fiquei ali, chocado. Não podia acreditar que um menino como eu, meu amigo, da mesma idade, havia deixado a vida aos dez anos.

“Desde então, essa experiência de amizade e perda (…) me impulsionam a buscar forças, lutar e me dedicar para que a cruel realidade de crianças como meu querido amigo Mumuquinha possa ser transformada naquele lindo lugar do meu sonho. Afinal, meu coração sempre me disse que criancinhas como o Mumuca só precisam de amor, compaixão e oportunidades nesta vida.”

O Botafogo sempre teve esta vocação, desde os tempos de Flávio Ramos e Mimi Sodré, de estar ao lado dos mais fracos e bater-se pela solidariedade. Em 2001, tal como em 1910 e em 2010.

Quem se aproxima da Estrela Solitária tem no coração uma Estrela Solidária.

Pesquisas e texto de Rodrigo Federman (Cantinho Botafoguense) e Rui Moura (Mundo Botafogo)

2 comentários:

Rodrigo Federman disse...

Por essas e outras que o Botafogo é apaixonante, Rui!
Abs e SA, amigo!

Ruy Moura disse...

Sem dúvida. É MUITO MAIS DO QUE UM CLUBE!!!

Abraços Gloriosos!

Botafogo no pódio nacional de basquete 3x3

Último ponto para o pódio. Fonte: Youtube Jean Thomps. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo foi o único clube carioca a a...