“Com o
Corinthians e Flamengo ganhando mais dinheiro da Globo, o Brasil caminha sem
volta para a espanholização. (…) Corinthians e Flamengo recebem mais do que os outros
clubes. A diferença desproporcional aumentará de maneira incrível. A emissora
carioca usará o mesmo método. Mostrará muito mais jogos do Corinthians em São
Paulo. E o Flamengo dominará as telas cariocas. (…) Com certeza, os dois
continuarão com patrocinadores mais ricos. Com mais dinheiro para montar
melhores elencos. Ou seja, o domínio dentro do campo será inevitável. (…) Com o
Corinthians e Flamengo sendo os grandes privilegiados. E os demais clubes
acompanham tudo de braços cruzados. (…) A bola de neve no Brasil já está em
movimento. (…) Estão deixando Corinthians e Flamengo se agigantar. Exatamente
como os clubes espanhóis se comportaram. E permitiram que Real Madrid e
Barcelona virassem donos da Espanha. (…) O Brasil está sim no caminho sem volta
da espanholização. E todos fingem não enxergar...” – Cosme Rímoli.
PS: Obrigado pela dica, Gil!
6 comentários:
Valeu Rui,
Esse assunto deveria e poderia ser divulgado sistematicamente. Quem sabe alguém acaba ou diminui esses privilégios.
O Cosme Rímoli afirma e confirma a experiência e palavras do jogador Mauro Silva, que viveu isso na Espanha!
Já tinha lido matéria de outros jornalistas preocupados com o fim do futebol brasileiro e a espanholização.
A nossa sorte, não sei por quanto tempo, é que os dirigentes brasileiros pensam apenas em si e muito pouco nos times. Vide que o cathartiforme paulista após a conquista do mundial (dez meses) briga para não ser rebaixado, novamente. O cathartiforme carioca é um esgoto só e espero que continue assim por muitos séculos.
Abs e Sds, Botfoguenses!!!
É verdade, Gil. A sorte é que os dirigentes são pouco apaixonados pelos seus clubes e não sabem fazer planos consequentes para o futuro. Por isso o futebol brasileiro é apenas voluntarista e pouco consequente em matéria de clubes.
Será que os clubes têm coragem / interesse para se unir num interesse comum?
Abraços Gloriosos!
Rui,
Tempos atrás li sobre a transformação que o basquete americano passou. A liga de basquete americano (NBA) estava desprestigiada e caminhava para a valorização de poucos ou no máximo dois times fortes. Os dirigentes se reuniram e constataram que não seria bom para os clubes, federação, e perderiam dinheiro.
Hoje a liga tem mão de ferro, é administrada como um negócio. Os direitos de televisão são coletivos e o último e o primeiro time recebem as mesmas verbas de transmissão, patrocínio.
Eles estipulam até o teto de salário dos jogadores, quantas estrelas podem jogar por um time e esse time contratar. Acham que dessa forma uniformizam o espetáculo, protegendo os times e é um sucesso financeiro e esportivo. Dessa forma não existem contratações e salários exorbitantes.
A mão de ferro dos organizadores das ligas americanas, impondo tetos e outras restrições, não compromete o brilho dos esportes por lá. Muito pelo contrário, como mostram os números. Embora o futebol seja o esporte mais popular do mundo, apenas a Premier League - nome original do Campeonato Inglês - está entre as quatro ligas esportivas com o maior faturamento no mundo. As outras três? MLB (Major League Baseball), NBA (National Basketball Association) e NFL (National Football League) - todas dos Estados Unidos.
Abs e Sds, Botafoguenses!!!
E a Premier League tem o sucesso que tem porque justamente há sempre 4 ou 5 candidatos ao título e as arbitragens são muitíssimo melhores.
Eu creio que do ponto de vista financeiro é uma estupidez a espanholização, porque as assistências e respetivas receitas descerão. Num país pequeno como Portugal 20-30.000 ou mais espectadores estão presentes em jogos dos 'grandes' que não são clássicos, porque quando são clássicos vai aos 40-50.000 ou mais espectadores.
A diversidade é a maior riqueza do planeta - quer do ponto de vista natural quer do ponto de vista cultural - e deve ser preservada para as gerações vindouras.
Abraços Gloriosos!
Rui, essa sua frase é perfeita: "a diversidade é a maior riqueza do planeta". Entretanto, isso se aplica a países minimamente civilizados e com visão, o que não é o caso do brasil, dominado por um minoria oligárquica, que pouco se importam com o progresso, isso é parte da nossa história, infelizmente. O que importa para esses sujeitos é seu bolso, o resto, é simplesmente resto. Vivemos a meu ver, um período muito pior que a recente ditadura militar, pois a nossa democracia é uma piada, é falsa e esses políticos,juízes, etc, fazem o que querem e bem entendem, isso não condiz com um regime verdadeiramente democrático. Nossa constituição (se não me engano a 4ª) é sistematicamente desrespeitada, sempre atendendo as minorias. Desta foma o povo é massacrado. Quanto ao futebol e sua espanholização é apenas reflexo desse capitalismo estúpido, dessas oligarquias e, a pior de todas, é provavelmente a da rede de tv da ditadura que tem pulverizado a cultura brasileira e agora quer fazer o mesmo com o futebol, que afinal de contas faz parte da nossa cultura. A diversidade abre horizontes, conceitos, pensamentos diversos e leva ao debate e consequentemente questionamentos, e isso, é tudo que essa gente não quer. Se o brasil continuar com esse caminho atual, caminhamos para o caos. Infelizmente Mário de Andrade quando definiu o brasil estava correto: "o brasil é um país de virtudes episódicas e defeitos permanentes". Abs e SB!
Sergio, apesar de eu integrar na minha cultura e na minha personalidade probabilisticamente pelo menos 1/3 da cultura carioca, já que a estruturação de um indivíduo entre os 8 e os 18 anos depende muito do meio em que vive - e nesse período eu vivi no Rio -, não me atrevo a criticar o conjunto do que se passa no país porque não tenho nacionalidade brasileira. Isso é bom para a minha irmã, que nasceu no Rio e tem dupla nacionalidade.
Mas nada me impede de sublinhar as suas palavras com uma concordância em 'gênero, número e grau'.
Portanto, o que se passa no futebol é reflexo de um outro 'algo', e é por essa razão que eu penso muitas vezes em desistir de continuar a publicar o blogue e de me imiscuir diariamente na vida do Botafogo, porque a minha esperança de mudança apresenta uma probabilidade muito baixa.
Eu gostaria só de dar uma olhada nos resultados, ler alguns comentários e nada mais. Acompanharia o Botafogo na mesma, mas sem me confundir com a mediocridade das gentes do futebol que semeiam a falta de ética e de generosidade por todo o lado.
As próprias torcidas têm uma enorme falta de ética e de pudor, ofendendo de modo descarado e permanente os adversários. Para certas pessoas não é o desporto e a competitividade que valem, mas a maior ou menor capacidade de humilhar o parceiro do lado, o vizinho, o colega de trabalho, etc.
Abraços Gloriosos!
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