terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Fragmentos ‘futebol do botafogo 1966-70’: Brasil x Hungria na Copa do Mundo de 1966 [04]


Publicação da 2ª parte de excerto inédito extraído do III volume de O Futebol do Botafogo, obra de Carlos Vilarinho, ainda por publicar. O I volume desta grandiosa e magnífica obra de pesquisa sobre a vida botafoguense pode ser adquirido nas principais livrarias ou através do sítio www.ofuteboldobotafogo.com.

2ª Parte do excerto extraído do III volume:

por CARLOS FERREIRA VILARINHO
especialmente para o Mundo Botafogo
sócio-proprietário e historiador do Botafogo de Futebol e Regatas

“Na sexta-feira, o Brasil podia até empatar com a Hungria. Mas com a volta de Gérson, Feola barrou Denílson (o líbero), quando o certo seria tirar Garrincha, inapto para dois jogos com intervalo de 72 horas. Para o lugar de Pelé, poupado por causa das dores na perna esquerda, foi escalado Tostão com a difícil missão de formar um 4-3-3. Com 40 segundos, Lima dispara um canhão, mas Gelei voa e cede o córner. Com 1 minuto, no segundo escanteio, Tostão cabeceia rente ao poste esquerdo. Aos 2, Mathesz lança em linha reta para Bene, entre Paulo Henrique e Altair. Bene corta para o meio, deixa Altair sentado com uma finta para a direita, progride, bate Belini com um drible para a esquerda e toca de canhota no canto direito, deixando Gilmar sentado: 0x1. Golaço! Aos 15, na cobrança de falta, o tiro de Lima desvia na defesa. A bola sobra limpa para Tostão bater com o peito do pé: 1x1. Golaço! Aos 21, Rákosi cruza na ponta direita. Mathesz toca de primeira para Farkas, que toca por cima de Altair. Bene desvia de cabeça para Albert, que vence Belini e devolve (também de cabeça) para Bene, que enfia a testa, mas Gilmar salva com a ponta dos dedos. Vem o córner. Em cima da linha, Paulo Henrique salva a pátria. A Hungria impõe um ritmo alucinante, mas o Brasil sobe de produção. Aos 38, na esquerda, Jairzinho cobra o lateral para Tostão, que penetra como um raio e cruza na pequena área. Sipos falha. Alcindo mata na canela e a bola vai entrando, mas Sipos salva em cima da linha. Aos 41, Gérson lança para Mané, quase na marca do pênalti, mas o ponteiro não domina, preferindo cabecear, perdendo outra chance de ouro.

Gilmar e Alcindo voltaram machucados para o segundo tempo. Jairzinho ficou de vez no miolo. Com meio minuto, Jairzinho desempata, mas o inglês Dagnall (um dos sete britânicos escalados para os jogos do Brasil) sopra um impedimento maroto. Aos 7, Jairzinho quase marca. Aos 7 e meio, Albert aproveita o rebote de Belini, mas chuta rente ao poste. Aos 9, Bene recebe nas costas de Paulo Henrique e cruza do fundo para Farkas perder outro gol feito. Aos 15, Garrincha passa pelo marcador, dribla o goleiro e toca para o filó. Mas o juizinho já interrompera o jogo para o socorro a Albert, esparramado na área brasileira. Aos 18 e meio, Albert lança (de primeira) nas costas de Paulo Henrique. Bene domina e toca nas costas de Belini. Farkas, de sem-pulo, sacode o canto direito: 1x2. Golaço! Aos 27, Albert, livre, domina na meia cancha, arranca e cede a Bene (impedido), que luta com Paulo Henrique até ser derrubado por trás: pênalti. Meszoly põe na marca e amplia: 1x3. Aos 31, Albert desarma Jairzinho, atravessa o grande círculo, dribla todos os adversários que encontra pela frente, invade a área e toca para Farkas estufar o ângulo esquerdo. Dagnall (debaixo de vaia) apita um impedimento absurdo (marcado pelo peruano Yamazaki). Aos 41, na cobrança de falta sobre Jairzinho, Gelei defende o tiro de Alcindo à queima-roupa. Agora, só por milagre.

No sábado, Portugal passou fácil pela Bulgária (3x0).”

Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F. O Futebol do Botafogo 1966-70. Rio de Janeiro: Edição do Autor, no prelo.

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