Publicação da 2ª parte de excerto inédito extraído do
III volume de O Futebol do Botafogo, obra de Carlos Vilarinho, ainda por
publicar. O I volume desta grandiosa e magnífica obra de pesquisa sobre a vida
botafoguense pode ser adquirido nas principais livrarias ou através do sítio www.ofuteboldobotafogo.com.
2ª
Parte do excerto extraído do III volume:
por
CARLOS FERREIRA VILARINHO
especialmente para o Mundo Botafogo
sócio-proprietário e historiador do
Botafogo de Futebol e Regatas
“Na sexta-feira, o Brasil podia até
empatar com a Hungria. Mas com a volta de Gérson, Feola barrou Denílson (o
líbero), quando o certo seria tirar Garrincha, inapto para dois jogos com
intervalo de 72 horas. Para o lugar de Pelé, poupado por causa das dores na
perna esquerda, foi escalado Tostão com a difícil missão de formar um 4-3-3.
Com 40 segundos, Lima dispara um canhão, mas Gelei voa e cede o córner. Com 1
minuto, no segundo escanteio, Tostão cabeceia rente ao poste esquerdo. Aos 2,
Mathesz lança em linha reta para Bene, entre Paulo Henrique e Altair. Bene
corta para o meio, deixa Altair sentado com uma finta para a direita, progride,
bate Belini com um drible para a esquerda e toca de canhota no canto direito,
deixando Gilmar sentado: 0x1. Golaço! Aos 15, na cobrança de falta, o tiro de
Lima desvia na defesa. A bola sobra limpa para Tostão bater com o peito do pé:
1x1. Golaço! Aos 21, Rákosi cruza na ponta direita. Mathesz toca de primeira
para Farkas, que toca por cima de Altair. Bene desvia de cabeça para Albert,
que vence Belini e devolve (também de cabeça) para Bene, que enfia a testa, mas
Gilmar salva com a ponta dos dedos. Vem o córner. Em cima da linha, Paulo
Henrique salva a pátria. A Hungria impõe um ritmo alucinante, mas o Brasil sobe
de produção. Aos 38, na esquerda, Jairzinho cobra o lateral para Tostão, que
penetra como um raio e cruza na pequena área. Sipos falha. Alcindo mata na
canela e a bola vai entrando, mas Sipos salva em cima da linha. Aos 41, Gérson
lança para Mané, quase na marca do pênalti, mas o ponteiro não domina,
preferindo cabecear, perdendo outra chance de ouro.
Gilmar e Alcindo voltaram machucados
para o segundo tempo. Jairzinho ficou de vez no miolo. Com meio minuto, Jairzinho
desempata, mas o inglês Dagnall (um dos sete britânicos escalados para os jogos
do Brasil) sopra um impedimento maroto. Aos 7, Jairzinho quase marca. Aos 7 e
meio, Albert aproveita o rebote de Belini, mas chuta rente ao poste. Aos 9,
Bene recebe nas costas de Paulo Henrique e cruza do fundo para Farkas perder
outro gol feito. Aos 15, Garrincha passa pelo marcador, dribla o goleiro e toca
para o filó. Mas o juizinho já interrompera o jogo para o socorro a Albert,
esparramado na área brasileira. Aos 18 e meio, Albert lança (de primeira) nas
costas de Paulo Henrique. Bene domina e toca nas costas de Belini. Farkas, de
sem-pulo, sacode o canto direito: 1x2. Golaço! Aos 27, Albert, livre, domina na
meia cancha, arranca e cede a Bene (impedido), que luta com Paulo Henrique até
ser derrubado por trás: pênalti. Meszoly põe na marca e amplia: 1x3. Aos 31,
Albert desarma Jairzinho, atravessa o grande círculo, dribla todos os
adversários que encontra pela frente, invade a área e toca para Farkas estufar
o ângulo esquerdo. Dagnall (debaixo de vaia) apita um impedimento absurdo
(marcado pelo peruano Yamazaki). Aos 41, na cobrança de falta sobre Jairzinho,
Gelei defende o tiro de Alcindo à queima-roupa. Agora, só por milagre.
No sábado, Portugal passou fácil pela
Bulgária (3x0).”
Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F. O
Futebol do Botafogo 1966-70. Rio de Janeiro: Edição do Autor, no prelo.
Sem comentários:
Enviar um comentário