Há um tempo o meu amigo Carlos
Vilarinho, que está publicando uma enciclopédia sobre o futebol do Botafogo de 1951
aos nossos dias, propôs-me que refletisse sobre a seguinte questão:
–
Porque razão os torcedores do flamengo se interessam tanto pelo Botafogo?
Vilarinho faz notar que não consta que
eles gostem do Botafogo e, todavia, desde 1995 (não por acaso), esses senhores
lançaram seis livros (incluindo as reedições) sobre o Clube que sabidamente
odeiam, mas que, cinicamente, dizem admirar. Então, tome mentira!!!
Entre esses autores encontram-se Marcos
Eduardo Neves, Maurício Neves de Jesus, Péris Ribeiro e Ruy Castro. Mas,
perguntava-me o Carlos Vilarinho, “conhece
algum escritor botafoguense que tenha escrito ou vá escrever um livro sobre o
Flamengo?”
Vilarinho destaca ainda o prefácio de
Péris Ribeiro sobre Garrincha: http://www.literaturanaarquibancada.com/2013/10/o-ano-mane.html?spref=fb .
O prefácio sobre Mané Garrincha – que é
um prefácio de flamenguista para flamenguista, jamais para botafoguense –
deveria ilustrar a primeira vez que o dito cujo viu Garrincha jogando. E vai
daí, o sujeito fala do primeiro jogo e rapidamente passa para um segundo jogo –
ganho pelo flamengo, claro. Ainda hoje não engoliu a derrota imposta por
Garrincha quando o viu jogar pela primeira vez.
É só vingança, vingança intelectualmente
medíocre. Não têm realmente onde cair mortos: a maioria dos títulos de futebol
foram sonegados aos adversários e o seu maior craque fez ZEROxZERO=ZERO em três
Copas do Mundo. Ou melhor, perdeu até um penalty
que eliminou a Seleção Brasileira. Na história das Copas não reza um destaque
flamenguista sequer. Mas Didi foi eleito o melhor da Copa do Mundo de 1958;
Garrincha foi eleito o melhor da Copa do Mundo de 1962; Jairzinho marcou gols
em todos os jogos e decidiu a Copa do Mundo de 1970 a favor do Brasil.
Na história das decisões sem ajuda do
juiz não consta nenhuma vitória dos cathartiformes. Comemo-los sempre que as
arbitragens são honestas.
É claro que as páginas que Carlos Vilarinho dedica aos
dois jogos de que fala o suposto ‘prefaciante’ são completamente diferentes do
tratamento e da observação que o dito cujo flamenguista lhes dá. Vilarinho
escreveu sobre os dois jogos nas páginas 76, 77 e 90 do I volume da sua obra: ‘O Futebol do Botafogo 1951-60’.
Rio de Janeiro: Edição do Autor. Com verdade.
2 comentários:
Caro Rui. Mas o quê se poderia escrever sobre ídolos flamenguistas? Escreveriam o que sobre Zico? Algumas vitórias como sobre o Atlético Mineiro no Serra Dourada. Repleta de ações das arbitragens. Participação no Mundialito no Uruguai em que a Seleção Brasileira perdeu a final para o Uruguai. Ou, talvez a vitoria sobre o poderoso Cobreloa, um time de operários das minas de cobre que existem no Chile. Quem sabe hoje o que é Cobreloa? Poderiam ainda falar, como falam, que são campeões da Copa Toyota, e que insistem em dizer que são campeões mundiais, o que a FIFA não reconhece, sobre um bando de bebados em ressaca, como relatam os próprio jogadores do Liverpool. Eles tem que escrever mesmo é sobre o Botafogo pois o time deles não tem nada vezes nada para relatar. Loris
Em contrapartida, Loris, nós temos muito bons relatos em cima do flamengo ao longo de cem anos. Entre os quais o Jogo do Senta, um 6x0 no daia do aniversário deles, uma goleada na final da Taça Guanabara 1968 depois de perderem para o Bonsucesso pensando que tinham a taça na mão e ainda muitas outras histórias e abandonos de campo.
Por que um deles não escreve um livro sobre os abandonos de campo do flamengo? Dava um livro inteirinho...
Abraços Gloriosos.
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