Dia 09 de Junho de 1968. Clássico no Maracanã entre
Botafogo e Vasco da Gama para a decisão do título carioca. O texto que se segue
reproduz a Revista do Botafogo após a conquista do bicampeonato carioca de
1967-68, subordinado ao título Exibição de gala levou Botafogo ao
bi-campeonato.
“Com uma exibição primorosa de
técnica, futebol-conjunto, disciplina tática e tranquilidade, o Botafogo
derrotou o Vasco por 4x0 na última e decisiva partida do campeonato carioca de
1968. A vitória, além de dar o título da temporada ao clube alvinegro, valeu
para a conquista do bicampeonato. O Botafogo foi o campeão carioca de 1967,
tendo decidido o título com o Bangu, também na última partida. O) clássico
mostrou ainda Gérson como a grande figura – defendendo, atacando e cantando o
jogo com a categoria de grande craque. E estabeleceu um novo recorde de renda
nacional, com uma arrecadação que ultrapassou os NCr$ 500 mil, apesar do mau
tempo reinante no Rio.
O clássico que decidiu o campeonato carioca foi cercado de muita
expectativa em face das incidências que marcaram os dias que o antecederam.
Desde as declarações de Bianchini atacando os botafoguenses aos boatos de que o
goleiro Pedro Paulo seria raptado pela torcida adversária, de passagem pelas
pressões de associados do Botafogo para que o clube exigisse exame antidoping
aos jogadores do Vasco até à concordância de Armando Marques em indicar os
bandeirinhas – tudo colaborou para que a finalíssima da temporada de 1968
chamasse a atenção dos torcedores. No entanto, a grande decepção foi fornecida
pelo time vascaíno que se mostrou diferente das outras jornadas e não chegou em
momento algum a ameaçar o triunfo dos botafoguenses que acabaram vencendo
tranquilamente por 4x0 com chances de alargarem mais o marcador.
O jogo foi iniciado com 21 minutos de atraso, porque ninguém queria
entrar em campo à frente de ninguém por fim, houve acordo e os dois times
entraram juntos debaixo de um foguetório espectacular (apesar de a polícia ter
anunciado que prenderia quem soltasse bombas no Maracanã) e de uma chuva de
confete e papel picado.
O Botafogo marcou dois gols em cada etapa. Na primeira, Roberto
marcou aos 14’ e Rogério aos 33’. Na segunda, Jairzinho assinalou aos 17’ e
Gerson aos 20’.
Renda: NCr$ 513.379,25 com 120.178 pagantes. Não pagaram 21.511
menores. Trabalho sereno e correcto de Armando Marques na arbitragem.
Auxiliares: António Viug e Amílcar Ferreira.
Botafogo: Cao, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Waltencir; Carlos
Roberto e Gerson; Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo César. Técnico: Mário
Zagallo.
Vasco da Gama: Pedro Paulo, Jorge Luís, Brito, Ananias (Sérgio) e
Ferreira; Bougleux e Danilo Meneses; Nad (Alcir), Nei, Valfrido e Silvinho.
Técnico: Paulinho.
A grande figura da partida foi Gerson, que interceptou, desarmou,
construiu e cantou as jogadas para os seus companheiros, defendendo e atacando
com uma seriedade impressionante e um amadurecimento exemplar.”
Outros destaques botafoguenses foram Leônidas, o mais
brilhante dos zagueiros, Jairzinho, Roberto e Carlos Roberto.
Os jogadores reserva do Botafogo foram expulsos por
Armando Marques, porque entraram em campo sem ordem do juiz, infringindo as
regras, para comemorar junto com Gerson o quarto gol. Zagalo não pôde então
fazer substituições.
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