quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Ascensão e queda do Botafogo 1957-1972 (IV) - Torcedores “enterram” Borer com ele ausente

A ausência de Charles Borer no estádio não impediu que a torcida do Botafogo, mesmo que em pequeno número, fizesse o enterro simbólico do dirigente de toda a diretoria do clube. Logo antes do jogo, após os tradicionais coros de “Fora Borer”, “Ladrão” e “Queremos time”, os torcedores ergueram um caixão, promovendo o enterro prometido.

E no intervalo da partida, diante dos inúteis apelos do trio de arbitragem, alguns torcedores forçaram um portão que há no alambrado do Estádio de Ítalo Del Cima e conseguiram entrar em campo para colocar o caixão – vazio e de baixa qualidade – no centro do gramado. As manifestações, porém, foram realizadas num ambiente pacífico.

Os policiais que estavam no gramado – apenas 10 elementos da Cavalaria da Polícia Militar – logo pediram que os torcedores levassem o caixão do campo e o grupo atendeu. Só que ninguém quis levá-lo novamente para o meio da torcida e o caixão acabou ficando à margem do gramado, sob aplausos dos que tinham permanecido na arquibancada.

Russão, do meio do povo, comandava o espetáculo, mas em momento algum tentou invadir o campo. A manifestação pacífica da torcida chegou a surpreender, porque diante de tanta irritação que os torcedores vinham mostrando há uma semana, as previsões em relação aos protestos eram as mais pessimistas.

Logo que os torcedores voltaram para a arquibancada, chegou um reforço da Polícia Militar, com alguns soldados que vieram num “camburão”. Não foi necessário, no entanto, a intervenção da polícia. A torcida sequer vaiou os jogadores nos 90 minutos de jogo e quem não conhecesse a revolta por causa da goleada para o Fluminense poderia pensar que estava tudo em paz entre clube, diretoria, time e torcedores.

Talvez pela ausência de Charles Borer, o protesto acabou sendo frio, registrado pelas faixas com frases como “ladrão”, “Borer já morreu”, “Fora Borer”, “time de 12 anos sofridos” ou “que saudades do meu Botafogo” sem incidentes. Desta vez, nem mesmo o caixão foi apreendido pela polícia.

Se alguém queria ver a reação de Charles Borer, teve que se contentar com sua presença num programa de televisão ontem à tarde, num debate com o cantor Agnaldo Timóteo. Oficialmente, a desculpa para o não comparecimento do presidente ao jogo foi uma pequena intervenção cirúrgica que ele sofreu na perna há pouco tempo. Também a recomendação de um médico – a pressão de Borer subiu a 21 nos últimos dias – impediu o dirigente de ir ao estádio.

E do boicote proposto pelos líderes das facções da torcida botafoguense apenas dois jogadores escaparam: Mendonça e Paulo Sérgio, que tinham faixas com seus nomes.”

Fonte: Internet, sem autor referenciado; Imagem: Russão, chefe da torcida.

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