A Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) revela-se como uma das organizações internacionais em pujante
crescimento, atraindo países tão diversos como o Japão, a Indonésia, a
Austrália, o Luxemburgo, a Suazilândia, o Uruguai, etc., em todos os
continentes.
Tão grande interesse é positivo e
resulta, em grande medida, de três situações concretas:
» Angola – está se tornando uma potência
regional e produtora mundial de petróleo;
» Brasil – ganha importância política e
econômica no mundo;
» Portugal – pelo seu posicionamento como
país do euro e Estado-membro da União Europeia, que representa o maior bloco
comercial do mundo.
Atualmente a CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor
Leste.
Porém, diversos países
extra-comunitários têm manifestado o interesse em participar na Comunidade.
Para o efeito, foi especialmente
criado o ‘Estatuto de Observador’ durante a Cimeira de Chefes de Estado e do
Governo, na Cidade da Praia, em Julho de 1998.
Em 2005, o Conselho de Ministros da
CPLP, reunido em Luanda, estabeleceu as categorias de ‘Observador Associado’ e
de ‘Observador Consultivo’.
A criação do estatuto de ‘Observador
Associado’ permite o eventual ingresso de Estados ou regiões da lusofonia que
pertencem a Estados terceiros, mediante acordo com os Estados-membros da CPLP. Os
Estados que pretendem adquirir o estatuto de ‘Observador Associado’ terão que partilhar
os princípios orientadores da Comunidade, designadamente no que respeita à
promoção das práticas democráticas, à boa governação e ao respeito dos direitos
humanos.
Os ‘Observadores Associados’ beneficiam
dessa qualidade a título permanente e poderão participar, sem direito a voto,
nas Cimeiras de Chefes de Estado e de Governo, bem como no Conselho de
Ministros. A qualidade de Observador
Associado ou Consultivo poderá ser retirada, temporária ou definitivamente,
sempre que se verifiquem alterações às condições que recomendaram a sua
concessão.
Em Julho de 2014, em Dili, a CPLP, por
consenso, admitiu a Guiné Equatorial como
membro de pleno direito da Comunidade, em virtude de parte da País ter sido alvo
da colonização portuguesa e o português ser uma das suas três línguas oficiais,
aumentando para nove os Estados-membros.
Macau, dependente da aprovação do
governo chinês, e Goa, dependente da
aprovação do governo indiano, já manifestaram o seu interesse em se
constituírem como Estados-membros da CPLP. Macau viveu sob administração
portuguesa até 2000 e Goa foi colônia portuguesa por mais de 400 anos até
meados da década de 1950, havendo muitos naturais que falam português. A
eventual entrada futura dos dois territórios aumentaria para onze os
Estados-membros da CPLP.
Em Julho de 2006, em Bissau, o Conselho
de Ministros atribuiu o estatuto de ‘Observador Associado’ à República da Maurícia devido a ter sido
um território conhecido do mundo após à chegada dos portugueses, por possuir
fortes ligações a Moçambique e basear o seu idioma crioulo na língua portuguesa.
Em Julho de 2008, em Lisboa, a Conferência
de Chefes de Estado e de Governo atribuiu o estatuto de ‘Observador
Associado’ ao Senegal, em virtude de
os portugueses terem sido colonizadores de Casamança.
Em Julho de 2014, em Dili, a Conferência
de Chefes de Estado e de Governo atribuiu o estatuto de ‘Observador Associado’
aos seguintes Estados:
» Geórgia (devido a traços
identitários com Portugal, ao interesse deste país em estabelecer laços com a
cultura lusófona e à promoção do ensino e aprendizagem da língua portuguesa);
» Namíbia (por proximidade geográfica
com Angola e Moçambique e possuir estreitos laços com diversos Estados-membros,
tendo a língua portuguesa como opção no sistema de ensino nacional);
» Turquia (devido a traços
identitários com Portugal, a fortes relações estabelecidas em África com Angola
e Moçambique e por promover o ensino e a aprendizagem da língua portuguesa);
» Japão (relações culturais com os
portugueses desde a chegada dos navegadores a diversos pontos do País, grande
intercâmbio com Angola, Brasil, Moçambique e Portugal e promoção e difusão do
ensino e aprendizagem da língua portuguesa).
Ainda na mesma Conferência, por
consenso, a Guiné Equatorial, cujas
ilhas Bioko, Ano Bom e Corisco foram alvo de colonização Portuguesa, e devido
ao Português ser uma das três línguas oficiais do País, foi admitida na CPLP
como Estado-membro de pleno direito.
São ainda candidatos ao estatuto de
‘Observador Associado’ outros 18 países:
» Andorra (cerca de 1/5 da população é portuguesa ou de
origem portuguesa);
» Austrália (grande comunidade lusófona – de portugueses
e brasileiros – e por ligação a Timor-Leste);
» Croácia (possui uma grande
comunidade de imigrantes no Brasil e em Portugal);
»
Filipinas (relacionado com os navegadores
portugueses);
» Galiza (em virtude do dialeto português e galego
serem línguas do mesmo idioma, da pretensão de se reinserir o galego no
universo lusófono e porque a Academia Galega da Língua Portuguesa é reconhecida
pela CPLP com o estatuto de ‘Observador Consultivo);
» Índia (teve colonização portuguesa em Goa, Damão,
Diu, Dradá e Nagar Haveli);
» Indonésia (navegadores, missionários e comerciantes portugueses
estiveram no País e colonizaram a Ilha das Flores, além de interesses ligados ao
vizinho Estado de Timor Leste);
» Luxemburgo (cerca de 1/5 da população é portuguesa ou
de origem portuguesa);
» Malaca (Estado da Malásia
colonizado pelos portugueses até 1824);
» Marrocos (Portugal colonizou
Mazagão e Fez, existe estreita relação com a África de língua portuguesa e há
vontade política de Marrocos em aprofundar relações culturais com a lusofonia);
» Romênia (possui uma grande
comunidade de imigrantes em Portugal);
» Suazilândia (cerca de 1/5 dos habitantes são
lusofalantes de Moçambique);
» Taiwan (em 1600 os
portugueses estabeleceram um entreposto comercial na Ilha Formosa e atualmente
aprofundam-se as relações econômicas entre ambos os países);
» Ucrânia (possui uma grande
comunidade de imigrantes no Brasil e em Portugal);
» Uruguai (no passado foi
território português e brasileiro, possui um crescente número de falantes na
fronteira com o Brasil e a língua portuguesa tornou-se obrigatória a partir da
6ª Série);
» Venezuela (grande comunidade lusófona – de portugueses
e brasileiros – e por ligação a Timor-Leste);
» E ainda a Albânia e a Bulgária por razões que desconheço.
As Instituições com o estatuto de ‘Observador
Consultivo’ correspondem a Universidades, Academias, Fundações, Associações,
etc., ligadas em geral aos Estados-membros. São 63 as Instituições ligadas a
Estados-membros e à CPLP: Angola (2), Brasil (12), Cabo Verde (2), Galiza (1),
Macau (1), Portugal (28), São Tomé e Príncipe (1) e CPLP (16).
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