Infelizmente,
cada vez mais Portugal e Brasil são lados de uma mesma moeda no futebol. Uma
moeda viciada. Jogos de bastidores entre dirigentes; arbitragens inaceitáveis;
comunicação social cavernosa.
Nos
bastidores, Benfica e Porto conseguiram nomear para presidente da Liga um
‘sportinguista’ a quem o Sporting processou por gestão danosa em mandatos
anteriores – portanto, o sujeito ideal com vontade de vingança.
Há meses que
se tenta desestabilizar o Sporting acenando com o espantalho da crise bancária
que abalaria o Sporting – quando na verdade as suas finanças estão hoje mais
consolidadas que as do Benfica e do Porto.
Durante toda
a semana inteira a comunicação social tentou desestabilizar o Sporting
interpretando e deturpando um comunicado do Presidente, lendo-se o que nas
linhas do seu discurso não estava.
De um longo
discurso importantíssimo a todos os níveis, a comunicação social destacou o
seguinte excerto:
“Como todos sabemos, o
nosso Clube, a maior potência desportiva nacional, é muito mais que o futebol.
Mas também sabemos que é à volta do futebol que se movimenta a grande parte da
paixão e da emoção dos nossos adeptos. Neste momento o nosso sentimento não é
de alegria perante as últimas exibições da equipa. Como responsável máximo pelo
Clube, pela SAD e pelo futebol, na análise imperativa do caminho percorrido,
assumo a minha responsabilidade. É necessário que os demais envolvidos assumam
com a mesma frontalidade a sua quota-parte. É necessário deixarmos de ter medo
de dar a cara e de justificar cada mau resultado ou má exibição com chavões ou
filosofias românticas.”
Que é como quem diz: antes criticava-se o Sporting porque as suas presidências eram omissas, e isso era razão para menorizar o Clube; agora que ocorre o contrário e a cobrança existe, eis que se destaca o excerto anterior e se omite da discussão nacional as propostas do Sporting para mudar o futebol viciado de hoje.
No domingo,
com uma atuação desastrosa, o líder Benfica ia empatando em casa com o último
classificado, mas um oportuno fora de jogo de mais de um metro “não foi visto”
pelo assistente do árbitro e redundou no gol da vitória benfiquista.
E não se
pense, uma vez mais, que é mania de perseguição e posicionamento de
‘coitadinho’. Conheço bem os dois espectros políticos e futebolísticos de ambos
os países: topo à distância as manobras político-partidárias e as manobras de
quem manda no futebol para identificar que OS COMPORTAMENTOS SÃO OS MESMOS lá e
cá. Vivi em ambos os países e acompanho a política e o futebol dos dois lados.
No futebol favorece-se muitas vezes escandalosamente os clubes de maior torcida
e prejudicam os de menor torcida.
O Sporting,
enquanto Clube global, é de longe o maior Clube de Portugal e um dos mais
ecléticos do mundo, a par do Barcelona e do Real Madrid – são os três clubes do
mundo com mais títulos oficiais europeus e mundiais no conjunto de todas as
modalidades. Imagine-se, agora, que a nova presidência conseguiria fazer do
Sporting também o maior Clube no futebol!!! Há que abatê-lo!
Não lhe
podem tirar o Estádio – como se fez com o Engenhão – porque pertence ao Clube;
não lhe podem ‘comprar’ o presidente com a filiação num partido político durante
a sua presidência – como aconteceu com o Botafogo – porque ele é apartidário;
não se pode inventar histórias fáceis na comunicação social porque o presidente
bota a boca no trombone e acusa – ao contrário do que aconteceu com o
presidente do Botafogo. Mas tentam.
Jogar com o
Nacional na Ilha da Madeira é muito difícil, e a perda de pontos é fácil
ocorrer mesmo com os três ‘grandes’ do país. A campanha da semana era para
desestabilizar o Clube, jogando habilmente presidente contra treinador e
jogadores, e fazê-lo perder na Madeira. Venceu. E o Benfica teve um gol
ilegalíssimo validado. Assim é fácil ser campeão.
Teme-se o
Sporting por várias razões. Eis outro excerto do discurso já referido do presidente:
“O I Congresso Internacional ‘The Future of Football’ [acontecimento mundial promovido pelo Sporting Clube
de Portugal este mês], onde estiveram
presentes especialistas e Clubes de todo o Mundo e representantes da FIFA,
mostrou que as posições do Sporting estão corretas e que o apoio às mesmas é
abrangente. Um evento que teve uma repercussão internacional relevante,
considerado um dos mais importantes feitos no Mundo a nível de clubes, mereceu
uma difusão nacional diminuta.”
Depois do
Natal e do Ano Novo haverá mais roubos e novas peripécias desestabilizadoras.
Até lá, que o Sporting goze a quadra natalícia e se prepare para contrariar a
vontade de o abateram na Liga Europa, na Taça de Portugal e na Taça da Liga –
porque já foi roubado nas três competições.
FICHA
TÉCNICA
Sporting 1x0 Nacional
» Gols:
Carlos Mané, aos 51’
»
Competição: Campeonato Português
» Data:
21.12.2014
» Local:
Estádio da Madeira
» Árbitro:
Duarte Gomes (Lisboa); Assistentes: Venâncio Tomé e Nuno Vicente
»
Disciplina: cartão amarelo: Adrien Silva (Sporting) e João Aurélio, Zainadine,
Miguel Rodrigues e Reginaldo (Nacional); cartão vermelho: Adrien Silva
(Sporting, 2º amarelo)
» Sporting:
Rui Patrício; Cédric, Paulo oliveira, Maurício e Jonathan Silva; André Martins
(Rosell), William Carvalho e Adrien Silva; Carrillo, Slimani e Carlos Mané
(Heldon). Técnico: Marco Silva. Tática inicial: 4x3x3; Tática final: 4x2x3.
» Nacional:
Gottardi; João Aurélio, Zainadine, Miguel Rodrigues e Marçal; Boubacar
(Willian), Ghazal e Gomaa; Rondon (Reginaldo), Suk (Lucas João) e Marco Matias.
Técnico: Manuel Machado. Tática inicial e final: 4x3x3.
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