por CARLOS VILARINHO
especialmente
para o Mundo Botafogo
sócio-proprietário
e historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
No
sábado, o Botafogo voltou a Bruxelas, onde esmagou o Anderlecht (campeão
belga). Aos 7, em jogada pessoal, Paulinho abre o placar: 1x0. Recebendo de
Didi, Quarentinha faz 2x0 (aos 14). Cercado por três atacantes, Lippens tenta
atrasar para Week e faz contra (aos 21): 3x0. Dada a nova saída, Quarentinha
recebe de Didi e amplia: 4x0. No segundo tempo, aos 30 Quarentinha conclui
outra jogada de Didi: 5x0. Após o jogo, dirigentes e jogadores (Di Stéfano,
Puskás e Rial) insistiram para que Didi fechasse logo com o Real Madrid.
[…]
Na
terça-feira, já farto de bola, o Botafogo desembarcou na estação ferroviária de
Milão para enfrentar o Milan (de Liedholm e Mazzola), na outra noite. Aos 20,
Ernani e Cetale esperam um pelo outro, Danova toma a bola e abre o placar: 0x1.
Aos 25, numa cobrança de falta (de 30 metros), Didi empata: 1x1. Mas aos 30,
Danova dribla Cetale e queima Ernani: 1x2. No tempo final, aos 30, Chicão serve
a Paulinho, que dribla Maldini e dispara um tiro fraco, mas certeiro: 2x2.
A
Agência France Press ficou tão impressionada que chamou os alvinegros de
“Harlem Globetrotters do Futebol”. […]
Nesta
tarde, o Atlético de Madrid (reforçado com Puskás) pagou por tudo e por todos.
Didi, numa folha seca (aos 19), e Zagalo (aos 23) abrem 2x0. O Botafogo se
descuida e sofre dois gols. Aos 25, servido por Hollaus, Vavá diminui: 2x1.
Recebendo de Puskás, Hollaus (aos 30) empata: 2x2. Aos 33, Quarentinha escapa
na carreira e reconquista a vantagem: 3x2. Quarentinha faz grande jogada e amplia
(aos 43): 4x2. Na etapa final, Puskás reduz (aos 3), mas Zagalo torna a ampliar
(aos 5): 5x3. Puskás (aos 7) reduz para 5x4. Garrincha (aos 36 desbrava a
defesa e chuta na trave. No rebote, Didi só empurra: 6x4. Foi uma façanha do
Botafogo, superando com classe e raça o estado físico lastimável do time.
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livrarias do Rio de Janeiro e a partir do sítio www.ofuteboldobotafogo.com]
Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F.
(2013). O Futebol do Botafogo 1951-60. Rio de Janeiro: Edição do Autor, pp. 262 a 264.
2 comentários:
Caro Rui. Todo flamenguista idiota deveria ter o livro do Vilarinho para se espelhar no que foi o Glorioso. Olhem as façanhas do ídolo deles, o ziquinho. Ficou vários anos jogando na Udinese e não despertou interesse de nenhum grande clube europeu. A herança dele na Itália é uma dívida com o Imposto de Renda italiano. Se pisar lá, vai ser preso. Loris
Brilhantes observações, Loris! Ironia q.b. e lucidez sobre a carreira do rapaz. Aliás, no mundo do futebol mundial, o que vale o Zico?
Vou chamar o seu comentário ao topo do blogue.
Abraços Gloriosos.
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