por
AURIEL DE ALMEIDA
Investigador
esportivo
especialmente
para o Mundo Botafogo
Com
a aposentadoria de ídolos como Nilton Santos, Zagallo e Didi e sem os
negociados Amarildo, Quarentinha e Garrincha, uma nova leva de craques
alvinegros […] assumiu a
difícil tarefa de não deixar a torcida do Botafogo com saudades. E cumpriu com
louvor.
A
segunda geração de ouro daquela época começou a se consagrar em 1967, com a
conquista do Campeonato Carioca. […]
O
aperitivo daquele ano foi a Taça Guanabara – então um torneio extra […] – conquistada em uma decisão empolgante
contra o América. […] No Campeonato
Carioca em si, disputadíssimo, a corrida pelo título ficou entre o Botafogo e o
fortíssimo Bangu. […]
O
primeiro erro do Bangu, cometido por Mário Tito logo aos 12 minutos, foi fatal.
[…] O zagueiro
atrasou a bola […] e a esfera parou
no caminho, freada pelo gramado encharcado. Roberto Miranda, atento […], entrou livre na área e marcou. […]
Na
jogada mais perigosa, Aladim cruzou, Manga foi atrapalhado pelo atacante Del
Vecchio e a bola entrou direto no gol, em lance anulado por Antônio Viug. A jogada foi vista com desconfiança pelo
ex-técnico e torcedor João Saldanha, que das arquibancadas achou que o goleiro,
mesmo sofrendo falta, deixou a bola passar de propósito. O fato geraria uma
triste confusão entre João e Manga após a partida. […]
[O Bangu empatou, mas Gérson,] após curta tabela com Paulo Cézar, chutou de fora da área, na ponta
esquerda, com muita força, encaixando a esfera no ângulo do rival, que pulou em
vão. Desempate do Glorioso. […]
A
torcida alvinegra entoava a marchinha “Está chegando a hora”. Música que foi
alterada para “É campeão”, assim que Antônio Viug soou o apito final. Uma nova
geração de craques botafoguenses começava ali a sua trajetória gloriosa.
[Auriel de Almeida narra os momentos mais importantes da
partida e faz um destaque e uma curiosidade sobre Zagallo e Manga. João
Saldanha, paranóico no final do jogo, acusou castor de Andrade de ter comprado
Manga. Manga não gostou e à noite, no Mourisco, foi tirar satisfações com
Saldanha. Saldanha correu-o a tiro e Manga galgou o muro de três metros das
instalações e desapareceu. Este equívoco gerado por Saldanha, custou ao
Botafogo perder o seu maior goleiro de sempre, que logo em seguida continuou a
sua senda de títulos – tetracampeão uruguaio pelo Nacional de 1969 a 1972, Taça
Libertadores das América e Copa Intercontinental em 1971; tricampeão gaúcho de
1974 a 1976 pelo Internacional e bicampeão brasileiro em 1975/76.]
Excerto autorizado pelo autor. In: ALMEIDA, A. (2012). Jogos Memoráveis do Botafogo. Rio de Janeiro: ed. iVentura, pp. 117
a 119 (à venda nas livrarias Travessa e Saraiva ou no portal www.iventura.com.br)
1 comentário:
Gostava muito Saldanha, mas esse episódio foi de uma insensatez sem tamanho. Se o Manga quisesse entregar o jogo, não teria feito duas ou três defesas milagrosas. Infelizmente pro causa desse episódio, como você bem frisou, perdemos o maior goleiro que o Botafogo já teve. Outro episódio que o João Sem Medo pisou na bola foi na venda de GS. Abs e SB!
Enviar um comentário