terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Fragmentos ‘jogos memoráveis do botafogo’: o jogo que nos levou Manga [18]

por AURIEL DE ALMEIDA
Investigador esportivo
especialmente para o Mundo Botafogo

Com a aposentadoria de ídolos como Nilton Santos, Zagallo e Didi e sem os negociados Amarildo, Quarentinha e Garrincha, uma nova leva de craques alvinegros […] assumiu a difícil tarefa de não deixar a torcida do Botafogo com saudades. E cumpriu com louvor.

A segunda geração de ouro daquela época começou a se consagrar em 1967, com a conquista do Campeonato Carioca. […]

O aperitivo daquele ano foi a Taça Guanabara – então um torneio extra […] – conquistada em uma decisão empolgante contra o América. […] No Campeonato Carioca em si, disputadíssimo, a corrida pelo título ficou entre o Botafogo e o fortíssimo Bangu. […]

O primeiro erro do Bangu, cometido por Mário Tito logo aos 12 minutos, foi fatal. […] O zagueiro atrasou a bola […] e a esfera parou no caminho, freada pelo gramado encharcado. Roberto Miranda, atento […], entrou livre na área e marcou. […]

Na jogada mais perigosa, Aladim cruzou, Manga foi atrapalhado pelo atacante Del Vecchio e a bola entrou direto no gol, em lance anulado por Antônio Viug.  A jogada foi vista com desconfiança pelo ex-técnico e torcedor João Saldanha, que das arquibancadas achou que o goleiro, mesmo sofrendo falta, deixou a bola passar de propósito. O fato geraria uma triste confusão entre João e Manga após a partida. […]

[O Bangu empatou, mas Gérson,] após curta tabela com Paulo Cézar, chutou de fora da área, na ponta esquerda, com muita força, encaixando a esfera no ângulo do rival, que pulou em vão. Desempate do Glorioso. […]

A torcida alvinegra entoava a marchinha “Está chegando a hora”. Música que foi alterada para “É campeão”, assim que Antônio Viug soou o apito final. Uma nova geração de craques botafoguenses começava ali a sua trajetória gloriosa.

[Auriel de Almeida narra os momentos mais importantes da partida e faz um destaque e uma curiosidade sobre Zagallo e Manga. João Saldanha, paranóico no final do jogo, acusou castor de Andrade de ter comprado Manga. Manga não gostou e à noite, no Mourisco, foi tirar satisfações com Saldanha. Saldanha correu-o a tiro e Manga galgou o muro de três metros das instalações e desapareceu. Este equívoco gerado por Saldanha, custou ao Botafogo perder o seu maior goleiro de sempre, que logo em seguida continuou a sua senda de títulos – tetracampeão uruguaio pelo Nacional de 1969 a 1972, Taça Libertadores das América e Copa Intercontinental em 1971; tricampeão gaúcho de 1974 a 1976 pelo Internacional e bicampeão brasileiro em 1975/76.]

Excerto autorizado pelo autor. In: ALMEIDA, A. (2012). Jogos Memoráveis do Botafogo. Rio de Janeiro: ed. iVentura, pp. 117 a 119 (à venda nas livrarias Travessa e Saraiva ou no portal www.iventura.com.br)

1 comentário:

Sergio Di Sabbato disse...

Gostava muito Saldanha, mas esse episódio foi de uma insensatez sem tamanho. Se o Manga quisesse entregar o jogo, não teria feito duas ou três defesas milagrosas. Infelizmente pro causa desse episódio, como você bem frisou, perdemos o maior goleiro que o Botafogo já teve. Outro episódio que o João Sem Medo pisou na bola foi na venda de GS. Abs e SB!

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